Flávio Azevedo
Na semana que os principais deputados estaduais da base do governo do Rio de Janeiro foram presos por comprovadas falcatruas; na semana que esses mesmos parlamentares foram soltos por 39 dos seus colegas de plenário; na semana que o Fantástico mostrou uma gravação encontrada pela Polícia Federal, em que o antigo presidente do Dentro, Rogério Onofre; exige propina de empresários do Transporte Público, sob o argumento de que ele não fiscalizou os ônibus que circulam no Rio de Janeiro; surge a delação premiada do funcionário do doleiro, Álvaro Novis. Ele afirma que pagou propina da ordem de R$ 5 milhões ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Os pagamentos teriam sido feitos de 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015, quando Pezão já era governador. A delação é de Edimar Moreira Dantas, que gerenciava uma conta criada só para o pagamento de propinas. O delator contou que o dinheiro vinha da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor). Dantas revelou que José Carlos Lavouras, conselheiro da Fetranspor e empresário do setor, repassava mensalmente a programação de pagamentos. No caso de Pezão, a grana era entregue a uma pessoa de nome Luís.
Em sua defesa, o governador Luiz Fernando Pezão reafirmou que jamais tratou de pagamento ou recebimento de recursos ilícitos, e disse que não conhece e nunca esteve com Edimar Moreira Dantas. Todavia, o delator diz ter ficado surpreso com a participação de Pezão no esquema e afirmou ter descoberto que ele era o beneficiário, por causa do apelido atribuído a ele na planilha da propina: “Pé Grande”. O tal “Pé Grande” recebeu cinco pagamentos, que somam R$ 4 milhões e 850 mil. O dinheiro era entregue em vários endereços diferentes, às vezes, na rua, ele pagava R$ 350 mil.
Diante desse cenário percebe-se duas coisas: os políticos do Rio têm duas certezas: de que ficarão impunes e de que o povo é tapado. Se o “Pé Grande” que consta nas planilhas da Fetranspor não é o governador do Rio, os R$ 5 milhões mencionados devem então estar com o lendário “Sasquatch” ou “Pé Grande”, figura mítica que vive nas regiões selvagens e remotas dos Estados Unidos e Canadá.
Mas ao que tudo indica, o “Pé Grande” fluminense também tem a mão grande, o bolso fundo e uma família numerosa. Nos Estados Unidos e Canadá, ao longo dos anos inúmeras expedições foram montadas para capturar o “Sasquatch”. Esses aventureiros, porém, nunca alcançaram os seus objetivos. Já as constantes operações montadas pela Polícia Federal e Ministério Público, aqui no Brasil, sempre captura alguém.
Nos Estados Unidos e Canadá, quem viu o Pé Grande descreve a figura do Sasquatch como um primata muito alto, com o corpo coberto por pelos da cor marrom escuro. Dizem que o ser ter afeições de gorila e ser humano. Algumas dessas pessoas afirmam que a criatura exala um forte e desagradável odor.
Já o “Pé Grande” brasileiro é humano normal. Ele não curte trabalhar e pertence a uma numerosa família que conta com indivíduos do gênero masculino e feminino. A única característica que o Sasquatch descoberto pela Polícia Federal tem em comum com a criatura mítica da América do Norte é o odor. Entretanto, enquanto lá não é possível precisar o cheiro do Sasquatch; o odor das criaturas brasileiras é bem conhecido: eles fedem a "merda".
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