Flávio Azevedo
O jornal Gazeta Rio Bonito desse sábado (24/06), noticia que existe um movimento para acabar com o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb). Com todo respeito que tenho aos editores da Gazeta, penso que essa constatação está chegando com muito atraso. O movimento no sentido de acabar com o Iprevirb não é novo e existe desde a sua fundação (2002). Vamos aos fatos que comprovam isso:
2002: o Iprevirb é fundado, mas a Prefeitura (governo Solange) não aporta os R$ 5 milhões que deveria no Instituto;
2007: depois de cinco anos de atrasos e quedas de braço, entre Prefeitura e Iprevirb, a Prefeitura (governo Mandiocão) parcela a dívida que tem com o Instituto. Cerca de R$ 40 milhões;
2009: nova queda de braço entre Prefeitura e Iprevirb, os parcelamentos estão atrasados, os representantes do Instituto não enfrentam a Prefeitura e ainda lançam mão do fundo de emergência da instituição, à época, com R$ 10 milhões em caixa;
2013: é constatado que o Iprevirb precisa de mudança em sua organização e configuração funcional. Apoiada nessa necessidade, a Prefeitura (governo Solange) destitui a diretoria eleita e nomeia novo comando. Tudo isso acontece na calada da noite, em 27 de dezembro. A ação foi aprovada pelo poder Legislativo. Quem foi destituído não reclamou. A ação pode não ter sido ilegal, mas seguramente foi imoral;
2014: a diretoria do Iprevirb anuncia que a dívida da Prefeitura (governo Solange) é da ordem de R$ 200 milhões;
2015: nova mudança no Iprevirb, cargos são criados (governo Solange) e o comando é trocado;
2016: a Prefeitura (governo Solange) deixa de repassar recursos para o Iprevirb, que não paga aposentados e pensionistas. A dívida é da ordem de R$ 3,6 milhões;
2017: a Prefeitura (governo Mandiocão) dá demonstrações claras de que não quer pagar o que deve, mesmo com mediação do Ministério Público. O argumento é de que “a dívida não é da atual gestão”. Nos bastidores o poder Executivo confabula uma maneira de destituir a diretoria do Iprevirb e já tem o comando da autarquia prometido para um servidor aliado.
OBS: castigado por uma remuneração que representa bem o perfil usurpador, explorador e medieval dos prefeitos, que há 25 anos se revezam no poder (Mandiocão e Solange), o servidor municipal vê como única alternativa mendigar, Horas Extras, Diárias, Getons, CAIs, DAS e Cargos Comissionados. É a maneira mais fácil de aumentar os salários de fome. Esse cenário cria um servidor letárgico, anestesiado e apático, apesar dos gritantes desmandos e injustiças dos senhores do poder.
Para não perder penduricalhos que aumentam o salário, o servidor ignora que o Instituto de Previdência não do prefeito, mas dele (servidor). Para não perder os tais penduricalhos, o servidor se deixa de defender sua categoria para pensar pela lógica patronal que enxerga o servidor como ‘goma de mascar’. Quando perde o doce cospe no lixo!
Todo esse cenário contribui para o enfraquecimento do Iprevirb, do servidor público, da Prefeitura e o mais grave: afeta negativamente a prestação de serviço ao município e aos munícipes. Esse cenário só fortalece aqueles que deveriam ter sido extirpados da vida pública, mas se mantém em seus cargos por conta de decisões corrompidas do poder Judiciário e dos votos estrábicos do eleitor.
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