Paula Brito
Palestrante Louise Alfonso durante a palestra sobre os bens patrimoniais de Rio Bonito e região. |
A
Prefeitura Municipal de Rio Bonito, em parceria com a Autopista Fluminense e a
Zanettini Arqueologia, promoveu no último dia 20 de agosto, a oficina “Educação
Patrimonial”, com uma aula prática que foi oferecida na Pinacoteca Municipal Antônio
Benevides Filho, no Centro. Durante a oficina foram abordados temas como Arqueologia,
Mapeamento Cultural, Identidades Locais e Patrimônios. Contratada pela Autopista Fluminense,
a ação faz parte do trabalho de estudo de impactos ambientais, obrigatório para
a duplicação da BR101. De acordo com a coordenadora do Projeto de Educação
Patrimonial, Louise Alfonso, quinze sítios arqueológicos foram encontrados entre
Rio Bonito, Silva Jardim e Casimiro de Abreu, o que mostra a necessidade de
investimento e valorização dos bens patrimoniais.
Além da coordenadora da Pinacoteca,
Cátia Costa, toda a parte estrutura patrimonial teve a colaboração do professor
Gelson Gomes e da secretária municipal de Comunicação Social, Rosilane Matos,
que também responde pelo Departamento de Cultura da Prefeitura de Rio Bonito.
– É um projeto muito importante, uma semente
plantada para que o riobonitense possa ter consciência de seu patrimônio. Acho
que esse é o início de uma parceria longa e de sucesso. Nós temos o projeto de
gerar uma estrutura de leis que possibilite que o próprio município possa ser
responsável por seus tombamentos e recursos para manter os bens patrimoniais. Rio
Bonito possui apenas a Igreja de Sant’Ana tombada, sendo que temos tantos
outros patrimônios. Estamos trabalhando para ampliar isso – disse Rosilane.
O professor Gelson acredita ser
importante levar o projeto até as escolas municipais e particulares. “Nossa
ideia é fazer com que as pessoas entendam a importância dos pontos culturais da
cidade. O povo precisa visitar esses lugares e preservar a nossa memória
histórica. Essa semente nós pretendemos expandir para os alunos da rede, para
que nossas crianças conheçam e preservem a nossa história”, afirmou. Gelson
destacou também, a necessidade de criação de um Conselho, como forma de
representação civil, para que o processo aconteça com sucesso.
Impressões
dos pesquisadores
Sobre o trabalho realizado pela
Autopista Fluminense, Louise afirma que
a duplicação da BR101 é de suma importância. Segundo ela, durante todo o
trabalho de pesquisas locais e entrevistas, ficou clara a quantidade
exorbitante de pessoas que já morreram na rodovia. Mas ela também acredita ser
de suma importância que sejam realizadas as pesquisas especializadas em cada
área a ser afetada com a obra.
– Há uma série de empresas analisando
os âmbitos que serão atingidos com a duplicação. Nós encontramos uma gama de
bens patrimoniais, porém, pouco valorizados pela comunidade local. Fizemos uma
primeira visita a região, conversamos com algumas pessoas, fizemos reuniões e
entrevistas. Agora estamos tentando fazer com que as pessoas passem a ter um
novo olhar para as coisas do cotidiano. A nossa proposta é pensar no uso
qualificado do patrimônio, que esses bens possam gerar benefícios para a
comunidade, inclusão social por meio da Cultura, diminuição de preconceito,
sustentabilidade etc. – destacou.
Sobre a importância histórica do
território, Louise falou a respeito de 15 sítios arqueológicos encontrados,
além de vasto material histórico, que pode auxiliar para a descoberta de
comunidades indígenas locais. “Nossa proposta é valorizar esses grupos que
viveram, ou vivem aqui, que nem sempre tiveram seu patrimônio cultural
valorizado e sua história contada. Vemos tantos casarões sendo destruídos para
construir shoppings, estacionamentos etc. O brasileiro precisa entender que não
é necessário desvalorizar o passado para se construir o futuro”, afirmou.
A
Pinacoteca ainda é desconhecida
Segundo a coordenadora da Pinacoteca, Cátia
Costa, um evento como esse é de enorme importância para Rio Bonito. Ela destaca
a carência de colaboração dos artistas locais, que muitas vezes desconhecem a
Pinacoteca, que está disponível para a visitação e exposição de trabalhos.
“Vemos muita gente reclamando da falta da Biblioteca Municipal, mas o espaço da
Pinacoteca é pouco visitado. É um local muito importante para o setor cultural
e educacional do município. Nossa intenção é trazer os artistas de Rio Bonito
para expor os seus trabalhos aqui, mas poucos conhecem o local. Por isso, nós estamos
divulgando o espaço e convidando os artistas para conhecerem e mostrar o seu
trabalho”, disse.
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