Paula Brito
O presidente do Sindicato, Edon Quintanilha, exibe fotos que mostram as condições ruins das estradas. Uma situação que compromete o escoamento da produção rural. |
Dando prosseguimento a uma série de
entrevistas que o jornal “O TEMPO” tem realizado com representantes de
entidades riobonitenses, nessa edição o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Rio Bonito, Edon Quintanilha foi ouvido por nossa
reportagem. Ele comentou as dificuldades que a categoria tem enfrentado e discorreu
sobre os atuais projetos que sem parceria com a Secretaria Municipal de
Agricultura. A frente do Sindicato há cerca de 11 anos, Edon destacou os
serviços prestados à classe e ressaltou as dificuldades de manter a cultura
agrícola em Rio Bonito.
Fundado em 14 de junho de 1963, o
Sindicato oferece benefícios específicos à categoria, como auxílio maternidade,
auxilio doença, entre outros. De acordo com o líder sindical, cerca de cinco
mil pessoas estão inscritas no Sindicato, porém, apenas 300 pagam a mensalidade
de apenas R$38,00. Sem nenhum tipo de subsídio do governo, a instituição
depende da colaboração dos associados. A equipe do Sindicato é formada pelo
presidente Edon; o secretário, Edmilson Oliveira; o tesoureiro, Niraldo Santos
Melo; e três suplentes.
Expectativas
positivas
Dia da inauguração da sede do Sindicato, em abril de 1991. O saudoso Sr. Agatão faz uso da palavra observado pelo então prefeito Ayres Abdalla, que tem ao lado, a então vereadora Solange Almeida. |
Com a mudança de governo, a relação do
Sindicato e a Prefeitura tem se estreitado. De acordo com o presidente, as
ações da Secretaria de Agricultura estão acontecendo sempre em parceria com a
classe dos trabalhadores rurais.
– Eu vejo que a prefeita tem vontade
de trabalhar, já temos conversado bastante sobre o assunto e ela demonstra
querer ajudar os trabalhadores, inclusive, está nos fornecendo uma ajuda de
estrutura, como veículos etc. Já temos oportunidade, junto à Secretaria
Municipal de Agricultura, de ir até o homem do campo. Já houve uma reunião com
a secretaria e a EMATER. Isso é apenas o começo, mesmo com dificuldades,
estamos caminhando e o governo está se propondo a colaborar – afirmou.
Sobre os projetos junto à Secretaria
de Agricultura, Edon destacou o beneficiamento de calcário. Segundo ele, o
calcário corrige a acidez da terra e as raízes das plantas absorvem mais os
nutrientes, “o que tornar a produção muito melhor”. Ainda, segundo ele, a
proposta seria, futuramente, implantar adubo nessas áreas corrigidas, para que
o produtor possa chegar ao mercado com qualidade e um preço mais acessível.
Outra proposta é o uso de caminhões para auxiliar os pequenos agricultores.
– A Secretaria está com um projeto de
colocar caminhões para recolher a mercadoria daqueles que não tem condições de
encher um caminhão sozinho. Estamos juntos com a Associação dos Produtores, que
está direcionando os produtores para a alimentação escolar. Esse veículo vai
colaborar bastante. É a primeira vez que, como presidente do sindicato, estou
tendo a oportunidade de participar tão ativamente do governo, dando ideias e
dialogando com a Secretaria – disse.
Violência
Uma das principais preocupações a
respeito do homem do campo é o aumento da violência nas regiões interioranas do
município. Muitas famílias estão abandonando suas terras para comprar moradias
em bairros mais próximos do Centro.
Segundo o presidente, essa é uma situação que só vem se agravando. “Temos
hoje um êxodo bem grande na área rural, os produtores enfrentam muitas
dificuldades no campo. Com o aumento da violência, muitas famílias já saíram e
outras pretendem sair. É uma questão que tem que ser levada a sério, porque as
pessoas, hoje, estão amedrontadas, porque os bandidos não pegam só dinheiro,
eles humilham as pessoas”, contou.
Outras
questões
Recentemente o governo estadual enviou
patrulhas mecanizadas para melhoria das estradas do interior. O deslocamento no
campo sempre foi um problema para os produtores, pois as condições das estradas
não possibilitam o trânsito dos caminhões de mercadoria. Mas segundo Edon, a
patrulha mecanizada recuou porque a Prefeitura já tem seu maquinário
especializado para a área rural e as estradas já estão sendo preparadas para
facilitar o escoamento da produção.
Sobre as pragas que constantemente assustam
os trabalhadores rurais, o presidente destaca a ‘Cara Preta’, na Laranja; e as
pragas na Banana. Ao abordar a economia local é praticamente impossível deixar
de lembrar a força que a laranja possuía na década de 70, e que, hoje, não
existe mais.
– A preocupação é grande com as
pragas, mas é uma responsabilidade da Emater, que muitas vezes também não tem
condições de trabalhar. A falta de apoio do Estado é muito grande. Estamos
trabalhando juntos para resolver essas questões. O auxílio da Secretaria está
sendo muito positivo, estamos indo com veterinários e técnicos agrícolas para
saber onde está o problema e quais são as necessidades do produtor – revelou.
O Sindicato está aguardando o
fechamento de uma parceria com a Prefeitura, a fim de se responsabilizar pelo
Programa Nacional de Habitação Rural, do Ministério das Cidades. O projeto
oferece toda estrutura para que o produtor construa ou reforme sua casa. Cerca
de R$30 mil serão disponibilizados para a construção rural, com o auxílio de
técnicos e engenheiros, tudo fiscalizado pelo Sindicato. “O convênio já está
assinado com o Banco do Brasil e só estamos aguardando para fechar a parceria
com a Prefeitura e atender o homem do campo da melhor forma possível”,
finalizou.
Parabéns pela divulgação dos temas de interesse da Comunidade, ao Jornalista Flávio Azevedo e ao sr. Edon Quintanilha.
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