quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sindicato dos Trabalhadores Rurais quer parceria com a Secretaria de Agricultura

Paula Brito

O presidente do Sindicato, Edon Quintanilha, exibe fotos que mostram as condições ruins das estradas. Uma situação que compromete o escoamento da produção rural.
Dando prosseguimento a uma série de entrevistas que o jornal “O TEMPO” tem realizado com representantes de entidades riobonitenses, nessa edição o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Bonito, Edon Quintanilha foi ouvido por nossa reportagem. Ele comentou as dificuldades que a categoria tem enfrentado e discorreu sobre os atuais projetos que sem parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura. A frente do Sindicato há cerca de 11 anos, Edon destacou os serviços prestados à classe e ressaltou as dificuldades de manter a cultura agrícola em Rio Bonito.

Fundado em 14 de junho de 1963, o Sindicato oferece benefícios específicos à categoria, como auxílio maternidade, auxilio doença, entre outros. De acordo com o líder sindical, cerca de cinco mil pessoas estão inscritas no Sindicato, porém, apenas 300 pagam a mensalidade de apenas R$38,00. Sem nenhum tipo de subsídio do governo, a instituição depende da colaboração dos associados. A equipe do Sindicato é formada pelo presidente Edon; o secretário, Edmilson Oliveira; o tesoureiro, Niraldo Santos Melo; e três suplentes.

Expectativas positivas

Dia da inauguração da sede do Sindicato, em abril de 1991. O saudoso Sr. Agatão faz uso da palavra observado pelo então prefeito Ayres Abdalla, que tem ao lado, a então vereadora Solange Almeida.
Com a mudança de governo, a relação do Sindicato e a Prefeitura tem se estreitado. De acordo com o presidente, as ações da Secretaria de Agricultura estão acontecendo sempre em parceria com a classe dos trabalhadores rurais.
– Eu vejo que a prefeita tem vontade de trabalhar, já temos conversado bastante sobre o assunto e ela demonstra querer ajudar os trabalhadores, inclusive, está nos fornecendo uma ajuda de estrutura, como veículos etc. Já temos oportunidade, junto à Secretaria Municipal de Agricultura, de ir até o homem do campo. Já houve uma reunião com a secretaria e a EMATER. Isso é apenas o começo, mesmo com dificuldades, estamos caminhando e o governo está se propondo a colaborar – afirmou.

Sobre os projetos junto à Secretaria de Agricultura, Edon destacou o beneficiamento de calcário. Segundo ele, o calcário corrige a acidez da terra e as raízes das plantas absorvem mais os nutrientes, “o que tornar a produção muito melhor”. Ainda, segundo ele, a proposta seria, futuramente, implantar adubo nessas áreas corrigidas, para que o produtor possa chegar ao mercado com qualidade e um preço mais acessível. Outra proposta é o uso de caminhões para auxiliar os pequenos agricultores.
– A Secretaria está com um projeto de colocar caminhões para recolher a mercadoria daqueles que não tem condições de encher um caminhão sozinho. Estamos juntos com a Associação dos Produtores, que está direcionando os produtores para a alimentação escolar. Esse veículo vai colaborar bastante. É a primeira vez que, como presidente do sindicato, estou tendo a oportunidade de participar tão ativamente do governo, dando ideias e dialogando com a Secretaria – disse.

Violência

Uma das principais preocupações a respeito do homem do campo é o aumento da violência nas regiões interioranas do município. Muitas famílias estão abandonando suas terras para comprar moradias em bairros mais próximos do Centro.  Segundo o presidente, essa é uma situação que só vem se agravando. “Temos hoje um êxodo bem grande na área rural, os produtores enfrentam muitas dificuldades no campo. Com o aumento da violência, muitas famílias já saíram e outras pretendem sair. É uma questão que tem que ser levada a sério, porque as pessoas, hoje, estão amedrontadas, porque os bandidos não pegam só dinheiro, eles humilham as pessoas”, contou.

Outras questões

Recentemente o governo estadual enviou patrulhas mecanizadas para melhoria das estradas do interior. O deslocamento no campo sempre foi um problema para os produtores, pois as condições das estradas não possibilitam o trânsito dos caminhões de mercadoria. Mas segundo Edon, a patrulha mecanizada recuou porque a Prefeitura já tem seu maquinário especializado para a área rural e as estradas já estão sendo preparadas para facilitar o escoamento da produção.

Sobre as pragas que constantemente assustam os trabalhadores rurais, o presidente destaca a ‘Cara Preta’, na Laranja; e as pragas na Banana. Ao abordar a economia local é praticamente impossível deixar de lembrar a força que a laranja possuía na década de 70, e que, hoje, não existe mais.
– A preocupação é grande com as pragas, mas é uma responsabilidade da Emater, que muitas vezes também não tem condições de trabalhar. A falta de apoio do Estado é muito grande. Estamos trabalhando juntos para resolver essas questões. O auxílio da Secretaria está sendo muito positivo, estamos indo com veterinários e técnicos agrícolas para saber onde está o problema e quais são as necessidades do produtor – revelou.

O Sindicato está aguardando o fechamento de uma parceria com a Prefeitura, a fim de se responsabilizar pelo Programa Nacional de Habitação Rural, do Ministério das Cidades. O projeto oferece toda estrutura para que o produtor construa ou reforme sua casa. Cerca de R$30 mil serão disponibilizados para a construção rural, com o auxílio de técnicos e engenheiros, tudo fiscalizado pelo Sindicato. “O convênio já está assinado com o Banco do Brasil e só estamos aguardando para fechar a parceria com a Prefeitura e atender o homem do campo da melhor forma possível”, finalizou.

Um comentário:

  1. Parabéns pela divulgação dos temas de interesse da Comunidade, ao Jornalista Flávio Azevedo e ao sr. Edon Quintanilha.

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