Flávio Azevedo
O vice-prefeito Anderson Tinoco defende investimentos na produção orgânica como forma de fortalecer o produtor rural de Rio Bonito. |
Convidado a fazer um balanço dos sete
primeiros meses de gestão da prefeita Solange Almeida (PMDB), dentro da série
de entrevistas que estão sendo realizadas sobre esse assunto pelo jornal O
TEMPO, o vice-prefeito Anderson Tinoco, o andinho (PSDB) reconhece que pouco foi
feito; justifica o pouco que aconteceu pelo fato da casa estar sendo colocada
em ordem pela nova administração; garante que nos próximos meses o governo vai
engrenar, “algumas coisas já estão acontecendo”; e afirma que “toda aquela
expectativa positiva em relação a nossa gestão, que assumiu no último dia 1º de
janeiro, será alcançada”.
– Vejo os seis meses como muito
positivo, porque encontramos a Prefeitura muito sucateada, o município muito carente
de realizações e com o decorrer do tempo nós estamos conseguindo ajustar muitas
coisas. Empresas estão querendo vir para a cidade, investimentos importantes
estão chegando, concordo que erramos e acertamos, mas tudo que fizemos foi para
fortalecer o crescimento do município. O problema é que junto com o crescimento
surgem os problemas relacionados a Segurança, Saúde, Habitação, Desemprego e
isso nos preocupa – analisou.
Formado num lar evangélico, o vice-prefeito
sempre trabalhou, em campanha, a importância da família. A criação de meios que
estimulem o desenvolvimento econômico do município também foi outro tema
defendido pelo vice-prefeito. Pelas suas raízes no interior do município,
Anderson Tinoco, que também é produtor rural, se identifica com o homem do
campo e as suas necessidades. Questionados sobre esses temas ele afirma que essas
preocupações estão mantidas e declara que a atual gestão está permanentemente
pensando nesses setores.
O vice-prefeito começou abordando a
classe empresarial, os impactos trazidos pelo Comperj, a necessidade urgente de
qualificação profissional e os arrojados investimentos previstos para o setor imobiliário.
Sobre a suposta proibição da circulação dos ônibus que transportam os
funcionários do Comperj, iniciativa que tem gerado muita polêmica, porque
vários trabalhadores e empresas teriam rescindido contratos e os prejuízos já
estariam sendo contabilizados pelo setor imobiliário, Tinoco comentou que a
ideia é dar ordenamento ao trânsito.
– Nós contamos cerca de 30 ônibus passando
pelo Centro e ajudando o nosso conturbado trânsito ficar ainda mais confuso.
Preocupados com isso, nós criamos uma estratégia para tentar diminuir esses
problemas. Ou seja, os coletivos tem acesso a Av. Manuel Duarte, a Av. Sete de
Maio, mas não as principais ruas do Centro – revelou Tinoco, que também falou
sobre a formação da população, sobretudo os mais jovens.
Ainda segundo Anderson Tinoco, emprego
e qualificação são preocupações constantes da prefeita, que está em busca de
parcerias para tornar isso realidade. “Nós estamos trabalhando bastante nessa direção;
e a partir do próximo ano nós teremos notícias importantes sobre essa questão”.
Sobre o fortalecimento das famílias, o vice-prefeito acredita que o poder
público tem que cuidar de pessoas e logicamente das famílias. Quando falamos de
emprego, Educação, Saúde, Bem Estar e os demais setores, estamos falando de
atender melhor as famílias que é a base da sociedade.
– A prefeita criou a Secretaria
Municipal Antidrogas, exatamente por demonstrar uma preocupação com esse tema,
que é responsável por destruir tantas famílias. Precisamos resgatar os valores,
preconizar o respeito ao próximo e acontecendo isso a cidade certamente será
melhor – destacou.
A respeito do homem do campo, as suas
expectativas, os incentivos que eles cobram para que a Zona Rural seja
fortalecida, o vice-prefeito coloca que as coisas mudaram muito nos últimos 30
anos. Ainda segundo ele, a realidade dos anos 80 não volta mais; o clima mudou;
as pragas chegaram; a produção, hoje, é muito cara; “mas é possível fortalecer
a área rural com novas estratégias, que pode ser, por exemplo, a exploração dos
produtos orgânicos, que tem uma demanda crescente”.
– Nós precisamos, além disso, de investimento
nas estradas, para o escoamento da produção; fortalecer e estruturar o mercado
municipal e a feira livre, que estão descaracterizados; precisamos motivar o produtor;
e o mais importante: organizar o setor; conscientizar a categoria de que eles
precisam estar unidos; e mostrar ao produtor o filão que é a produção orgânica,
que está tendo grande procura nos grandes centros – frisou Tinoco,
acrescentando que “mesmo em Rio Bonito já existe esse público que consome os
produtos orgânicos”.
O que são produtos orgânicos?
São alimentos sadios,
limpos, cultivados sem agrotóxicos e sem fertilizantes químicos. Eles provêm de
sistemas agrícolas baseados em processos naturais, que não agridem a natureza e
mantêm a vida do solo intacta. As técnicas usadas para se obter o
produto orgânico incluem emprego de compostagem, da adubação verde, o manejo
orgânico do solo e da diversidade de culturas, que garantem a mais alta
qualidade biológica dos alimentos. O produto orgânico é completamente diferente do produto da
agricultura convencional, que emprega doses maciças de inseticidas, fungicidas,
herbicidas e adubos químicos altamente solúveis.
Esses agroquímicos
fazem com que os alimentos tenham baixo valor nutricional e, em sua toxicidade
pode estar a causa de muitas doenças, que afetam o homem, em proporção
crescente. Além do mais, esses agroquímicos contaminam o ambiente, poluindo a
água, o ar, a terra, a flora e a fauna. A Agricultura
Orgânica é o modo verdadeiramente científico e respeitoso de produzir alimentos
saudáveis e assegurar a integridade do meio ambiente.
Razões para consumir os orgânicos
Seu sabor é melhor – O sabor é pessoal, porém existem certos critérios
determinados por "degustadores" que afirmam que os alimentos
orgânicos possuem mais "gosto" que os alimentos produzidos pelo
sistema convencional.
É mais saudável - Os produtos orgânicos crescem sem pesticidas e
fertilizantes químicos sintetizados artificialmente. Muitas pessoas possuem
hábitos de descascar a cenoura para o preparo de uma salada, devido à
possibilidade de ingestão de pesticidas presentes em sua casca. Escolhendo os
produtos orgânicos, o consumidor usufrui na totalidade as frutas e vegetais sem
a preocupação com o consumo de pesticidas.
São produtos livres de organismos geneticamente modificados – A prática da
engenharia genética cria novas formas artificiais de vida que não possuem um
desenvolvimento natural. Este processo visa extrair e enxertar genes de uma
espécie em outra, para criar novos tipos de safras e animais, objetivando assim
uma melhor produtividade e colheita. O assunto é polêmico e ninguém pode
afirmar categoricamente sobre os efeitos destes alimentos na genética dos
nossos filhos e netos.
É uma cultura que está em harmonia com o meio ambiente – Fertilizantes
artificiais e pesticidas são levados aos rios, lagos e lençóis freáticos
através das chuvas e/ou irrigação. Traços de pesticidas são encontrados em
peixes, gado e outros animais que se nutrem destas águas.
É uma agricultura sustentável – Nos anos 90 foi
bem difundida a cultura de "usar o solo até esgotá-lo". Em uma
fazenda orgânica as gerações futuras podem usufruir da terra e seus benefícios,
pois este tipo de cultura nutre o solo, alimentado-o naturalmente com produtos
originados por compostagem e estercos.
É mais nutritivo – Alimentos frescos orgânicos normalmente possuem menor teor
de água em sua composição, quando comparado com os alimentos convencionais
(aproximadamente 20% menos). Isto significa que os nutrientes estão mais
concentrados. Assim como o conteúdo de açúcar, motivo do sabor mais adocicado
dos vegetais orgânicos. Produções orgânicas tendem a ter maiores níveis de
vitaminas, como em tomates orgânicos, que contêm 23% mais vitamina A do que os
convencionais.
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