Por Flávio Azevedo - Reflexões
Diante dos muitos debates sobre infraestrutura urbana, que tal nos aprofundarmos nesse tema? Afinal, um pouco de lenha na fogueira nunca é demais! Penso que políticos e cidadãos se confundem em suas eternas caras de pau! Muito se reclama da falta de estrutura dos nossos bairros e da ausência do poder público nas localidades, mas esse assunto LOTEAMENTOS, entre eles Jacuba, Cajueiro, Viçosa (que também é chamado de Loteamento Ayres Abdalla – por que será?), Bosque Clube, setores do Boqueirão (principalmente aquele que veio abaixo em 2008), surgiram de forma ilegal e sem nenhuma preocupação com o mínimo de infraestrutura. Um festival de irresponsabilidades!
Quem fingiu que não viu o nascimento dessas localidades? Logo de cara nós podemos culpar os irresponsáveis que sentaram na cadeira do poder Executivo e Legislativo, há cerca de 30 ou 40 anos. Figuras que ignoraram que o Bosque Clube viria abaixo no futuro (e veio!)! Ignoraram que o Boqueirão iria desmoronar (e desmoronou)! Essas pessoas simplesmente, em troca da "praga do voto" e para se perpetuarem no poder, fingiram que não estavam vendo o crescimento desordenado da cidade!
Por outro lado, o cidadão que adquiriu os tais terrenos, não se preocupou em procurar saber onde estava se metendo. Não buscou informações quanto ao local, se era adequado, se os tais espaços estavam regularizados, se tinha água encanada, energia elétrica, a expectativa de construção de uma escola, posto de Saúde, qual era a linha de ônibus mais próxima; e mais recentemente, os pedidos por serviços de telefonia, TV a Cabo e Internet. Mas ninguém quis saber de nada quando construiu a casa lá! O negócio do sujeito – e até com certa razão – era sair do aluguel! Mas a que preço?
A ironia é que na hora de construir de forma irregular, ele constrói a sua casinha com tijolos, areia, telhas e cimento doados pelos políticos cara de pau, que quando questionados dizem não saber "que lá no meio daquele mato está surgindo um bairro"! Bandidos!
Olha o drama: só depois que entra em casa, o cidadão vai perceber a burrada que fez e passa a reclamar a atenção da Prefeitura, que logicamente tem outras demandas! Por exemplo: o cidadão reclama da vala negra, que é alimentada pelo esgoto da própria casa dele, porque não houve fiscalização da Prefeitura durante as obras para saber o que seria feito com os dejetos da nova residência. Mas por que não viram isso antes?
Com isso, geralmente os pequenos e limpos riachos que existem em pontos mais afastados da cidade, passam a ser contaminados com os esgotos, inviabilizando, inclusive, a água de poço! Olha que beleza!
Já o cínico político, diz que não viu o loteamento nascer. Mas não foi ele quem deu o material de construção para o cidadão construir? Não foi ele quem pediu, ao dono do loteamento, três lotes de esquina para fingir não estava vendo o nascimento do loteamento?
Já há algum tempo eu defendo a ideia de que o prefeito da nossa cidade precisa ter um perfil de SÍNDICO. As pessoas, porém, estão divididas. Equivocadamente, metade insiste nessa ladainha de que o prefeito tem que ser “BOM ADMINISTRADOR”, e a outra metade, mais equivocada ainda, insiste nessa loucura de que o prefeito tem que ser “ASSISTENCIALISTA”, ou seja, sustentar um monte de gente com os cofres públicos.
Penso que Rio Bonito precisa de um SÍNDICO, aquele cara chato, que perturba todo mundo, mas organiza o prédio! O problema é que eu esqueço que em cidades interioranas – Rio Bonito é um exemplo clássico – o político que pensa assim não chega a lugar nenhum! Nessas cidades, as pessoas não querem GESTÃO, querem o político “macaco gordo”, ou seja, aquele que vive quebrando o galho!
Penso que isso pode mudar, aliás, precisa mudar... Mas seguindo a lógica do provérbio chinês, “toda caminhada começa com um primeiro passo”, eu não tenho pressa e estou contribuindo com as primeiras passadas, através das mídias que eu represento. Se as cabeças não acompanharem o crescimento do mundo, o Comperj vai nos atropelar!
Legendas das fotos:
Foto 1 – Um calçamento perdido no meio do mato, entre as localidades de Mangueira e Rio Vermelho. Segundo informações, no local seria feito um loteamento, mas está parado.
Foto 2 – Jacuba, uma localidade florescente que carece de investimentos do poder público.
Foto 3 – O Cajueiro, outra localidade que foi crescendo sem ninguém perceber e carece de investimentos do poder público.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
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