Câmara Municipal de Tanguá cassa mandato do vereador Delson Franco

Imagem do momento da votação que determinou a cassação de Delson Franco.

Com placar de 7x0, a Câmara Municipal de Vereadores de Tanguá, cassou, nessa segunda-feira (29/12), o mandato do vereador, Delson Menezes Franco (PP). A sessão extraordinária que tratou especificamente desse assunto teve mais de oito horas de duração e no início contou com plenário lotado. O vereador Delson não compareceu nem mandou advogado para representá-lo. De acordo com o presidente da Casa, Sérgio de Aguiar Gonçalves, o Serginho do Pinhão (PL); se tivesse comparecido o parlamentar teria duas horas para apresentar sua defesa.

Os parlamentares seguiram decisão da Comissão Processante, formada pelos vereadores, Müller Souza de Abreu (MDB); Leonardo dos Santos Oliveira, o Léo do Jipe (PSDB); e Uállafe de Oliveira (Solidariedade); presidente, relator e membro, respectivamente. A voz mais crítica ao poder Executivo em Tanguá, Delson Menezes Franco; tem 57 anos e exercia seu segundo mandato de vereador. Foi eleito em 2020, quando recebeu 300 votos; e reeleito em 2024 com 594 votos.

Plenário lotado nas primeiras horas da manhã para acompanhar os trabalhos da Sessão Extraordinária em Tanguá/RJ.

O vereador Alexsandro Gusmão Duarte, o Sandrinho da Oficina do Som (PP); companheiro de sigla partidária do, agora, ex-vereador, Delson; ainda tentou argumentar, fez exigências regimentais durante a longa sessão, demonstrava insatisfação com as argumentações e com a leitura do processo de 300 páginas que ocupou seis das oito horas de duração da sessão (das 10h40min até às 16h41min), mas acabou se retirando antes da votação e do anúncio oficial da cassação do colega. Da tribuna, Sandrinho disse que “Delson está sendo prejudicado desde o início nesse processo”; acrescentou que “ele está bem assessorado e esse mal entendido será resolvido”, dando a entender que o caso será judicializado; e fez uma acusação: “quando vieram pedir para eu votar contra Delson era uma armadilha para me pegarem na infidelidade partidária e matariam dois coelhos de uma vez só”, declarou Sandrinho; sugerindo que o seu mandato também está na berlinda.

O motivo da cassação do parlamentar foi uma ação dele no último dia 19/06/2025. De acordo com depoimentos e declarações, num momento de fúria, por conta de uma frustração com o andamento da Casa, Delson foi à garagem da Câmara de Vereadores e esvaziou três pneus do carro oficial. O veículo estava agendado para atender, no dia seguinte, o vereador, Waldemir da Conceição Gomes (Republicanos). A ação foi registrada pelo sistema de monitoramento interno da Casa e a partir dessas imagens iniciou-se o processo de punição do parlamentar.

– O vereador Delson teve todas as oportunidades para se retratar, se defender, mas preferiu confrontar os vereadores. O ato que ele cometeu foi num momento que ele estava chateado com outro vereador. O colegiado entendeu que ele não é merecedor de permanecer, porque assim como ele esvaziou os pneus do veículo, ele poderia cortar os freios, colocar um artefato, colocar um ilícito para incriminar um companheiro – explica o presidente Serginho do Pinhão, acrescentando que Delson é o vereador que mais usou o carro Oficial, cerca de 80 vezes.

Em entrevista exclusiva à nossa reportagem, o presidente da Casa, Serginho do Pinhão; explica o trâmite de substituição do parlamentar cassado e comenta quem será seu substituto. “Amanhã enviaremos ofício ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informando a perda do mandato. De imediato o TRE vai convocar o suplente que é o ex-vereador, Luiz Carlos Tostes Padilha, o Playboy (PP); o primeiro suplente e que será chamado a tomar posse na Câmara Municipal de Tanguá”.

Em seus depoimentos da tribuna, os vereadores, Léo do Jipe e Rafael Maçulo (PSDB); explicou que quando o assunto da sabotagem do carro Oficial foi levado ao conhecimento dos parlamentares, o então vereador, Delson Franco; ficou indignado. Ele teria dito “tem que procurar esse vagabundo, porque se trata de um bandido que precisa ser preso”. Maçulo acrescenta que “para surpresa nossa o sistema de monitoramento mostrou ser ele o autor da sabotagem”. O vereador Léo do Jipe destacou que o Delson teve várias oportunidades para se retratar, se defender, indicou 10 testemunhas, “mas no dia determinado, não sabemos a razão, ele e sua defesa não quiseram ouvir as testemunhas que eles escolheram”. Vamos em frente! #flavioazevedo