segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Morador de Rio Mole conta história do acidente aéreo ocorrido no local há 14 anos


 Por volta das 17h30min do dia 31/03/2006, um avião bimotor de fabricação tcheca, bateu na Serra de São João, no 2º Distrito de Rio Bonito/RJ. A aeronave era um turbo-hélice LET 410 da empresa área Team e fazia a linha Macaé-Rio. O avião, prefixo PT FSE, que fazia o voo 6865, decolou às 17h19min e deveria pousar no aeroporto Santos Dumont às 18h02min. Às 17h35min o avião sumiu dos radares da torre de controle, sendo dado como desaparecido.

O acidente aéreo não deixou sobreviventes (17 passageiros e dois tripulantes). As notícias oficiais informaram que o bimotor bateu no Pico da Pedra Bonita, na Serra da Castelhana, que estava encoberta por um denso nevoeiro. Os destroços e os corpos foram encontrados por volta das 3h da manhã de sábado (01/04). 

Nesse domingo (18/10), 14 anos depois do acidente, eu visitei o local na companhia do Sr. Emílio Bastos de Souza, 64 anos; morador da localidade. Ele afirma que realmente havia muito nevoeiro no momento do acidente, mas corrige o nome da montanha. “O pico da Pedra Bonita é em Catimbau, localidade distante de Rio Mole e mais próximo do Centro de Rio Bonito. A Serra da Castelhana é adiante, no sentido Araruama. O avião bateu no pico da Serra de São João que é colada com a Serra da Pedra Branca. 

As serras de São João e Pedra Branca formam uma cadeia de montanhas onde está o limite dos municípios de Rio Bonito e Saquarema. Até o local o aplicativo Strava marca 690 metros de altimetria. No ponto onde o avião colidiu existe o pico de pedra, árvores grossas e um conjunto de desfiladeiros onde caíram os corpos e os destroços do bimotor.

Na entrevista seu Emílio conta que seu pai, o Sr. Tête, figura conhecidíssima da localidade, foi determinante para que os destroços da aeronave fossem encontrados. “Os homens do Corpo de Bombeiros estavam procurando o avião no Pico da Pedra Branca, mas a colisão foi na Serra de São João. Meu pai subiu até aqui com eles e encontrou os destroços no meio da mata”.

O ponto da colisão, hoje, conta com uma cruz, uma homenagem às vítimas do acidente que também serve como marco do ponto exato da colisão. A cruz foi colocada no local pela tia do Seu Emílio, que ficou muito sensibilizada com o que aconteceu. 

Esse foi o segundo acidente aéreo na história de Rio Bonito. O primeiro aconteceu na Serra do Sambê, também no fim da tarde de uma sexta-feira chuvosa de tempo encoberto, em 13/01/1939. Pilotado comandante Severiano Lins, a aeronave era um hidroavião, modelo Junker Ju-52, de fabricação alemã, que vinha de Belém do Pará para o Rio de janeiro. A aeronave batizada de “Marimbá” transportava 10 pessoas, sendo cinco tripulantes e cinco passageiros. O avião caiu nas proximidades de uma colônia de italianos formada pelas famílias Ceccarelli, Angeli e Bertoni que chegaram ao Brasil no início do século 20. Ainda, hoje, o lugar é conhecido como “italianos”. Vamos em frente! #flavioazevedo

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