terça-feira, 25 de outubro de 2016

Funcionários do Hospital Darcy Vargas podem entrar em greve em novembro

Flávio Azevedo
Os funcionários do HRDV se reuniram no coreto da Praça Fonseca Portela
Cerca de 50 funcionários do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) estiveram reunidos em assembleia na noite dessa segunda-feira (24/10), no Coreto da Praça Fonseca Portela, no Centro de Rio Bonito, para tratar dos descontos que foram feitos em seus salários no último pagamento que receberam. Segundo a categoria, o salário anterior de quem trabalha no CTI e Centro Cirúrgico veio sem a gratificação de setor fechado e no último mês, a remuneração de todos os funcionários veio defasada em 20%.

A assembleia contou com a presença do presidente do Sindicato Intermunicipal de Técnicos e Auxiliares em Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro (SINDTEA-RJ), Paulo César Pinto. Ficou decidido que o Ministério Público será acionado para mediar a situação. “A data do próximo pagamento já está chegando e ainda não recebemos os 20% que foram descontados em nosso pagamento”, disse um dos funcionários. A assembleia decidiu que caso os 20% descontados no último pagamento, efetuado bem depois do 5º dia útil do mês, não sejam repostos, a categoria entra em greve a partir do próximo dia 7 de novembro.
– A greve dos funcionários de um hospital não pode ter efeito surpresa, porque os órgãos competentes precisam ser informados, a própria direção do hospital precisa se preparar, porque lidamos com vidas. Estamos lutando pelos nossos direitos, mas os pacientes seguem sendo responsabilidade de todos nós. Por isso, a greve precisa ser anunciada e deflagrada depois de um período em que todos estejam preparados para os seus efeitos – informou o presidente do Sindtea-RJ, acrescentando que “a greve só será iniciada se até lá as questões pleiteadas não foram regularizadas”.

Situação complicada

Eleita em assembleia de associados no último dia 09/10, a nova diretoria do HRDV já havia anunciado nesse encontro que teria dificuldades para dirigir a entidade e aproveitou a oportunidade para pedir atenção do poder público e da sociedade riobonitense. Sobre a queixa da suspensão de gratificações e corte de insalubridades e adicionais por trabalho em plantão noturno e atividade em ambiente fechado, o presidente José de Aguiar Borges, o Kaki, frisou que essa foi uma maneira de diminuir o impacto da Folha de Pagamento no orçamento do hospital e manter os salários em dia. Ele explicou que os funcionários iriam receber os benefícios posteriormente e declarou que está buscando caminhos para erguer o hospital.

Oncologia

Outro serviço que está sendo prejudicado é o Centro Oncológico de Rio Bonito (CORB). A clínica, que funciona no antigo ambulatório do hospital, atende 580 pacientes que lutam contra o câncer e não tem recebido em dia os valores referentes aos serviços que presta. Na assembleia de 09/10, o presidente do HRDV reconheceu que ao receber os recursos do governo que deveriam ser repassados ao CORB, ele ficou com parte do dinheiro para custear despesas do hospital. “Essa verba é carimbada e não pode ter outra finalidade que não seja repassar ao CORB, isso pode te trazer problemas judiciais no futuro”, alertou a associada Teresa Fernandes, acrescentando que o Plano Operativo Anual (POA), o contrato entre Prefeitura e HRDV, precisa ser reajustado, “porque sem recurso não será possível recuperar o hospital”.

Apesar do alerta, o presidente votou a reter parte do pagamento do CORB na última semana e a administração da unidade oncológica planeja suspender novamente os serviços oferecidos a sua clientela, o que implica em impacto direto no tratamento dos pacientes que lutam contra o câncer.

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