Flávio Azevedo
A mesa conferindo a votação dos associados. Apenas uma chapa foi apresentada para comandar a instituição. |
Os associados do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) elegeram na manhã desse domingo (09/10), em assembleia realizada no Esporte Clube Fluminense, a nova diretoria da entidade. O HRDV estava sendo dirigidoa por uma diretoria provisória. Segue como presidente o empresário José de Aguiar Borges, o Kaki. Ele terá na vice-presidência Cleuma Balbi, Márcio Soares e José Egger. Na Secretaria, Edson Araújo e Marinoni Nicolau; na Tesouraria, Walter Terra e Alexandre Cazorla; e na Procuradoria o advogado, Luis Guilherme Cordeiro. Os eleitos comandarão a instituição até março de 2017.
Sobre a queixa dos funcionários do HRDV, que denunciam a suspensão de gratificações e corte de insalubridades e adicionais por trabalho em plantão noturno e atividade em ambiente fechado; o presidente frisou que essa foi uma maneira de diminuir o impacto da Folha de Pagamento no orçamento do hospital para poder manter os salários em dia. Ele explicou que “insalubridade e periculosidade” são coisas diferentes, salientou que nem todos têm direito de receber esses benefícios, afirmou que os funcionários que realmente tiverem direito receberão posteriormente os benefícios e declarou que está buscando caminhos para erguer o hospital.
Um dos problemas da unidade está relacionado a relação contratual com a empresa que gerencia o serviço de oncologia instalado em prédio anexo ao hospital. Os gráficos apresentados pela diretoria provisória não são nada animadores e confirma a situação complicada do HRDV, sobretudo porque uma das principais fontes de recurso do hospital, o governo do estado, está devendo por serviços prestados nos últimos 12 meses e suspendeu vários repasses.
Realizações da diretoria provisória
Dentro do mandato provisório iniciado em 11 de setembro último, os integrantes da diretoria obtiveram alguns avanços que foram apresentados durante a assembleia. Foi realizada auditoria do estoque dos setores de farmácia, laboratório, almoxarifado e nutrição; reestruturação dos setores de faturamento, RH, TI, financeiro, contabilidade, recepção e compras; reestabelecimento do estoque de farmácia com insumos e remédios; reabastecimento do estoque de farmácia com insumos e remédios; reabastecimento do setor de nutrição; reforma e instalação de uma máquina de lavar roupa de 50kg; normalização do atendimento na emergência; reserva de vagas no estacionamento para pessoas especiais e ambulância; criação de uma sala para o conselho fiscal; manutenção do gerador e das ambulâncias; recuperação do autoclave; levantamento dos medicamentos vencidos; limpeza geral do piso dos corredores e regularização da dedetização do hospital.
Oncologia
Tendo que lidar com o eminente fechamento do Centro Oncológico de Rio Bonito (CORB), que atende 580 pacientes que lutam contra o câncer, o presidente José de Aguiar Borges reconheceu que ao receber os recursos que deveriam ser repassados ao CORB ele reteve parte do dinheiro para custear despesas do hospital. Associada e secretária de Saúde de Silva Jardim, Tereza Fernandes, alertou o presidente que ele pode ter problemas com a Justiça por esse ato, “porque essa verba é carimbada e não pode ter outra finalidade que não seja repassar ao CORB”.
A associada Tereza Fernandes |
A secretária acrescentou que a insatisfação da diretoria do HRDV com a rentabilidade pequena que o hospital tem nesse contrato celebrado com o CORB é compreensível, mas destacou que contratos e pactuações precisam ser cumpridos. Quanto aos pacientes de outros municípios que são atendidos no CORB, a secretária frisou que esses pacientes não estão chegando aqui por acaso. Eles vêm para Rio Bonito porque isso foi pactuado.
– Em 12 de maio de 2014, durante uma deliberação da CIB, foi pactuado que 50% das pessoas de São Gonçalo seriam atendidas em Rio Bonito e 100% dos pacientes de Rio Bonito, Tanguá, Silva Jardim e Itaboraí também teriam Rio Bonito como referência de atendimento. Para quem não sabe, CIB é a Comissão Intergestora Bipartite, que é composta por todos os secretários municipais do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, onde são feitas essas pactuações. Isso foi combinado com os 92 municípios fluminenses – ressaltou Tereza, acrescentando que o Plano Operativo Anual (POA), o contrato entre Prefeitura e HRDV, precisa ser reajustado, “porque sem recurso não será possível recuperar o HRDV”.
O presidente José de Aguiar Borges encerrou a assembleia destacando que a diretoria da unidade está aberta para atender os associados e a população.
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