Os deputados federais, Edaurdo Bolsonaro; e Glauber Braga. |
Poucas pessoas imaginavam que a Câmara dos Deputados era
povoada por seres tão estranhos. Gente esquisita, posturas estranhas, gestos
confusos, figuras folclóricas, sarcásticas, caricatas... Vimos de tudo na
sessão que validou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT),
nesse domingo (17/04). Aos que como eu ficaram surpresos com tanta coisa
exótica, é bom destacar que isso tudo representa você, eu, representa o Brasil.
Chamo atenção, sobretudo, para os radicais – da esquerda e da
direita – que usam a provocação, o insulto e a beligerância. A dupla Bolsonaro
(Jair e Eduardo, pai e filho) dedicou os seus votos aos militares que
destituíram João Goulart em 1964.
– Pelo povo de São Paulo nas ruas com o espírito dos
revolucionários de 32, pelo respeito aos 59 milhões de votos contra o estatuto
do desarmamento, em 2005, pelos militares de 64, hoje e sempre, pelas polícias,
em nome de Deus e da família brasileira, é sim. E Lula e Dilma na cadeia –
esbravejou Bolsonaro filho. O pai dedicou o seu voto à memória do coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-CODI paulistano e responsável
direito por inúmeras torturas e mortes durante o regime militar.
Do outro lado do fundamentalismo de esquerda apareceu o deputado
Glauber Braga (PSOL-RJ), que votou contra o impeachment fazendo menção a figuras
históricas da esquerda como o líder guerrilheiro, Carlos Marighella, um dos
maiores inimigos da ditadura e morto pelos militares. Ele iniciou falando
impactantes verdades para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
– Senhor Eduardo Cunha, o senhor é um gangster. O que dá
sustentação a sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca
escolheram o lado fácil da história. Voto por Marighella, por Plinio de Arruda
Sampaio, por Luis Carlos Prestes, eu voto por Olga Benário, eu voto por Zumbi
dos Palmares, eu voto não! – encerrou.
Ao assistir a postura de cada deputado, eu cheguei a
conclusão de que na luta por uma sociedade igualitária, que respeite as
diferenças (apesar das diferenças); nós já percorremos um longo caminho, mas
ainda falta muito para avançar. #flavioazevedo
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