Flávio Azevedo
Essa postagem não é uma crítica a
Prefeitura. Mas eu passei agora pouco pela Rua Durval Mesquita, no Centro e vi,
ao lado desse monturo, uma pessoa deitada. Do outro lado da rua havia outro
homem deitado próximo a um monturo menor. Com o frio que está fazendo, eu
confesso que fiquei sensibilizado com a situação dessas pobres almas. É claro
que eu não poderia trazer essas pessoas para minha casa. Mas o que fazer para
socorrer essas pessoas?
Quando perceberam que eu estava
fazendo fotos, os dois homens se levantaram, se identificaram como Rondinele e
Cáfé; e perguntaram a razão de estarem sendo fotografados. Iniciei uma conversa
com ambos e percebi que eles estão satisfeitos de estarem na rua. Perguntei:
“se a cidade oferece um lugar para vocês passarem a noite, uma casa onde vocês
pudessem apenas dormir e no dia seguinte vocês pudessem seguir a vida, vocês
aceitariam dormir nesse lugar”? Eles responderam que sim!
Portanto amigos, eu deixo aqui uma sugestão
que já comentei em várias ocasiões e com vários políticos da nossa cidade. Rio
Bonito precisa ter um local para receber essas pessoas. Não precisa pegar esses
indivíduos para criar, não precisa casar com eles, nem obriga-los a aceitar
Jesus... Mas que a eles seja oferecido um teto para que passem as noites, uma
refeição, um lugar onde possam tomar um banho; e no dia seguinte que eles sigam
a vida. Se quiserem regressar na noite seguinte, tudo bem, se não quiserem
voltar, tudo bem também... Mas nós não temos um instrumento desses.
Dias atrás eu entrevistei a secretária
municipal de Promoção Social, Rosemary Cerqueira, que faz um bom trabalho a
frente desse setor; e nós conversamos sobre isso. Ela se mostrou preocupada com
essa população, mas ao mesmo tempo explicou as questões técnicas e jurídicas
que envolvem o acolhimento dessas pessoas... Sinceramente amigos, eu creio que
Rio Bonito já poderia contar com um abrigo, uma casa, sei lá, um lugar que
recebesse essas pessoas...
Esqueçam essa coisa de querer mudar
essa gente, porque a maioria está satisfeita com a vida que escolheram... Mas
que nas noites frias e chuvosas elas tivessem um lugar aquecido para dormir...
São seres humanos... Eu creio que não há quem não se sensibilize com uma cena
como dessas... Sociedade e poder público precisam pensar nessa possibilidade.
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