Flávio Azevedo
Ainda
não é dessa vez que o transtorno de caminhões manobrando na Av. Manuel Duarte
para entrarem no depósito de bebidas do empresário Dalmo Henrique de Souza Lima, vai acabar.
Se depender da Câmara de Vereadores vai continuar. E no que depender do
empresário vai piorar. É que o comerciante será representante de uma marca de refrigerante
em nossa região e o fluxo de grandes veículos de carga no local certamente
aumentará. Sabedor de que essa atividade, além dos cerca de 50 empregos, também
vai gerar transtornos, o empresário pediu ao município a cessão de um espaço no
Condomínio Industrial, mas a autorização foi negada pela Câmara de Vereadores por cinco votos contrários contra quatro
favoráveis.
Não
precisa ser muitos esperto para perceber que a mudança seria importante não só
para o fortalecimento da economia local. Indiretamente a transferência do
depósito de bebidas para o Condomínio Industrial ajudaria no ordenamento do trânsito
de Rio Bonito, que segue o padrão Índia. O volume de caminhões manobrando,
entrando, chegando, saindo e circulando seria fora do Centro da cidade, que
ainda contaria com mais pessoas empregadas.
Algumas
correntes esperam o posicionamento do setor empresarial e suas entidades
representativas. A expectativa é que o poder público municipal reveja esse
equívoco e leve a sociedade e os seus formadores de opinião a cobrar mais
sensibilidade da classe política.
Repercussão
Além da posição contrária da maioria dos vereadores, também
gerou polêmica um texto sobre o assunto postado no Facebook no último dia 10 de
junho. Faz-se importante destacar que a Câmara é um colegiado, por isso, quando
existe acerto, acertam todos; e quando existe erro, erram todos. Mas a dinâmica
da reunião que reprovou a concessão do espaço para o Dalmo Bebidas e outras
empresas teve uma configuração interessante.
Com a ausência da vereadora, Marlene Carvalho (PPS), oito
vereadores votaram.
Os contrários foram Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (Solidariedade);
Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança (PRP); Abner Alvernaz
Júnior, o Neném de Boa Esperança (PTN); e Cláudio Fonseca de Mores, o Claudinho
do Bumbum Lanches (PSB). Já os favoráveis foram Carlos Luis Júnior, o Jubinha (PSB).
Aissar Elias de Moraes (PTN); Rita de Cassia (PP) e Marcos da Fonseca, o
Marquinhos Luanda (PMDB). Com o empate, coube ao presidente da Casa, o
vereador Reginaldo Ferreira Dutra, o Reis (PMDB), decidir com voto de minerva e
o seu posicionamento foi contrário a concessão.
Entre os muitos comentários que se seguiram a postagem, uma
chamou atenção. O internauta Rafael Leandro escreveu que “é só pagar a tal “luva”.
Questionado sobre “a tal luva”, ele acrescenta perguntando: “ué, não teve uma
empresa que desistiu pela “luva” ser muito alta”?
As perguntas ao Raphael Leandro continuam: a quem é paga a “luva”?
É boleto bancário? A negociação é gerenciada por qual Secretaria Municipal? Surge
dúvida maior: espaço público tem esse negócio de “luva”? Mas a cobrança de “luva”
não seria um inibidor diante da urgente necessidade de geração de renda e emprego?
Já o internauta Eduardo Smith comenta que “tem momentos que
o desânimo nos ronda, tamanha incoerência, falta de
inteligência e falta de respeito com o cidadão.
Mas não podemos nos abater... Lutar sempre. Então pergunto: qual o interesse dos vereadores? Comissão... Participação em alguma fatia pecuniária nessas concessões?”. Ele arremata dando uma orientação: “guardem essas posições e atitudes dos nossos legisladores”.
Mas não podemos nos abater... Lutar sempre. Então pergunto: qual o interesse dos vereadores? Comissão... Participação em alguma fatia pecuniária nessas concessões?”. Ele arremata dando uma orientação: “guardem essas posições e atitudes dos nossos legisladores”.
Choque de Realidade
Na opinião da nossa redação, Rio
Bonito está tendo a oportunidade de aprender uma grande lição. Caso seja
verdade que para se estabelecer no Condomínio
Industrial de Rio Bonito existem, “luva” e “comissão”, para que os políticos
pegam essa grana? A população esquece que esse dinheirinho não é só para os compromissos
pessoais do politico. A principal destinação é fazer caixa para comprar o voto
dos eleitores, os mesos que vivem reclamando da classe política, mas continuam vendendo
os seus votos e apoios como se estivessem fazendo um grande negócio.
É comum, depois de um dia de eleição os eleitores, com
orgulho, dizerem: “eu peguei R$ 400,00... R$ 50,00 de cada um e votei em
outro!”. O que ele não percebe é que ele simplesmente está sendo desonesto e
safado igual ao político (quem em alguns casos é vítima desse boca aberta) que
ele está criticando. A conclusão diante desse cenário é que o financiamento
da corrupção se origina no povo. Primeiro com o olho grande insaciável e a pouca
disposição para o trabalho; depois, por conta da falta de bom senso que não é
culpa somente da falta de escolaridade, uma vez que inúmeras pessoas com formação
acadêmica repetem esse ato condenável.
Nota da Redação
É tolice
e oportunismo a concessão de espaços do Condomínio Industrial ter que passar
pelo Legislativo, um ato estritamente do Executivo. Isso deveria ser revisto e
ser alvo de uma Lei de iniciativa popular que poderia ser capitaneada pela 35ª
Subseção da OAB!
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