Flávio Azevedo
A minha amiga Débora
Estrella me marcou numa postagem no Facebook, onde ela informa ter ocorrido, na
Mangueirinha, próximo a Igreja Espaço Reencontro, mais precisamente em frente
ao consultório da veterinária Lívia Cordeiro, o roubo de um veículo. Segundo
ela, o fato ocorreu na manhã dessa quinta-feira (25/06), quando a vítima, uma
mulher, chegava para trabalhar. Os bandidos pediram a bolsa e também levaram o
carro. Débora termina o seu texto com a seguinte reflexão: “Meu Deus, agora não
tem hora mais!”.
Pois é Débora, na
verdade nunca teve hora para os marginais violentarem as suas vítimas. Aquela
conversa de que bandido só trabalha de noite é coisa do passado. Depois que o
crime virou uma atividade profissional, os caras estão trabalhando o tempo
todo. Mas o que me incomoda mesmo é alguém dizer que as minhas postagens
cobrando Segurança tem o objetivo de “atrapalhar” a polícia e “falar mal da
prefeita”. Segundo alguns entendidos, “Segurança é um ciência, logo, só pode
falar sobre esse tema, os especialistas no assunto”.
Confesso que durante
um tempo eu fiquei analisando essa afirmação, buscando uma maneira de concordar,
mas descobri que não é bem por aí. Parte desses que criticam as notícias sobre
violência, insegurança e, sobretudo as cobranças por soluções, querem apenas
que o assunto não seja badalado, uma vez que a sensação de insegurança aumenta
quando o assunto é amplamente divulgado.
Isso me faz lembrar
aspectos da Idade Média, onde o texto sagrado não era colocado para o povo.
Somente os religiosos sabiam ler e tinham permissão para compartilhar as
informações bíblicas. O objetivo era não gerar entendimentos contrários aos
preceitos do catolicismo. E por incrível que pareça, eles tinham razão, porque
quando Matinho Lutero teve acesso a uma Bíblia que estava acorrentada no
mosteiro onde ele vivia, ele teve entendimento diferente do pensamento
hegemônico e apresentou ao mundo as teses de justificação pela fé que originaram
a Reforma Religiosa, um divisor de águas na história da humanidade.
O discurso de que
“somente especialistas podem falar sobre Segurança e violência”, em minha
modesta opinião é uma maneira de silenciar a população que está insegura e amedrontada.
É uma forma de não permitir que a população perceba a ineficiência de um estado
que não protege sequer os seus agentes de Segurança. E pior: existe um esforço
por desqualificar aqueles que cobram soluções e reclamam desse momento triste
que atravessa a nossa cidade.
Concluo fazendo mais algumas
perguntas sobre esse roubo: as Câmeras de Segurança que nos foram prometidas em
campanha (2012), elas não registraram o crime? As imagens ainda não estão em
poder da Polícia para que os marginais sejam identificados? As câmeras não
gravaram a direção que os marginais seguiram depois do roubo? E as pessoas que
trabalham nas cabines de Segurança que, também foram prometidas em campanha (2012),
para as entradas e saídas da cidade, não viram os marginais passarem com o
carro roubado?
Pois é... Essa
ineficiência e comprovação de que muita lorota foi dita em palanque nas últimas
eleições é a principal razão de tentarem desqualificar os discursos que cobram eficiência
administrativa dos nossos governantes.
Meu pai eterno misericordia, do lado da minha casa.
ResponderExcluir