Flávio Azevedo
Por sete votos a quatro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no último dia 16 de fevereiro que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e valerá a partir das eleições municipais deste ano (2012). Com isso, não disputarão eleições por pelo menos oito anos, vários políticos brasileiros que renunciaram ao cargo ou foram condenados por órgãos colegiados da Justiça. A decisão alcança casos anteriores à existência da Lei.
A Suprema Corte decidiu que os condenados em segunda instância da Justiça não podem disputar eleições apesar da possibilidade de serem inocentados posteriormente. Os defensores da ideia advogam que impossibilidade de candidatura não é pena, e sim pré-requisito.
Parabéns ao STF que aprovou a referida Lei e congratulações as instituições civis que fomentaram esse projeto. Contudo, está faltando algo. Caso a Lei da Ficha Limpa consiga banir parte dos “Ficha Sujas” do cenário político brasileiro, infelizmente o mesmo não acontecerá aos eleitores “Fichas Sujas”. E agora? Esses bandidos travestidos de cidadãos ficarão impunes? Não existe instrumento para acabar com essas figuras, que, diga-se de passagem, são bem piores que o político Ficha Suja?
Vamos citar o caso de Rio Bonito, aonde a exploração do tema “Ficha Suja” chegou a um nível tão desagradável que um assunto tão importante já caiu no ridículo. Aliás, isso está acontecendo exatamente por conta dos tais eleitores “Ficha Suja” que se amontoam ao redor dos políticos cobiçando a almejada função de “ASPONE”, que significa “Assessor de Porra Nenhuma”.
Se a ex-prefeita Solange Almeida estava sendo massacrada com essa história de “Ficha Limpa” (ela realmente está na lista); agora a artilharia está virada para o prefeito José Luiz Antunes (que também está na lista). E ele será massacrado. Fica, porém, a pergunta: “quem será a próxima vítima? Vale ressaltar que em termos de eleição e resultado eleitoral, isso é uma grande perda de tempo. Todavia, infelizmente, esse é o retrato da política riobonitense!
Se esse tipo de reportagem tivesse resultado positivo, o ex-prefeito Aires Abdala, cassado em 1991, não teria recebido cerca de 10 mil votos nas eleições de 2000 (não foi eleito por detalhes). Aliás, se esse expediente funcionasse, Solange Almeida não teria sido reeleita naquele ano.
Se esse tipo de reportagem tivesse resultado positivo, o atual prefeito não teria sido eleito em 2004 e reeleito em 2008. Se esse tipo de reportagem tivesse resultado positivo, a ex-prefeita não estaria tão bem colocada nas pesquisas para as eleições desse ano. Se esse tipo de reportagem tivesse resultado positivo, o deputado estadual Marcos Abrahão não estaria no seu terceiro mandato na Alerj! E, detalhe, apesar do histórico (nada foi provado contra ele), Marcos será deputado enquanto quiser.
Concluindo, os políticos da nossa cidade e os seus aspones (os verdadeiros ficha suja) continuam sem saber lidar com campanha política. Eles insistem em transformar um tema que é fundamental para o bom andamento da sociedade num circo de horrores. Diante desse cenário grotesco, os resultados são dois: a perda do interesse pela política e o estímulo a corrupção eleitoral!
Caso o real interesse seja esse, creio que todos os grupos políticos estão mandando bem em suas artimanhas, engodos e sofismas!
segunda-feira, 11 de junho de 2012
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