Flávio Azevedo
O setor de Ortopedia em Rio Bonito continua sendo um problema para os munícipes, sobretudo quando o caso envolve atendimento emergencial. Ontem (22/10) aconteceu de novo! Uma pessoa (Carlos Alberto, um motoboy também conhecido como Galo) sofreu um acidente de moto na BR – 101 por volta das 13h, no trecho que margeia a localidade da Mangueira (Rio do Ouro/RB). Ele foi socorrido pela viatura da Autopista Fluminense, levado ao Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), que por não contar com um médico ORTOPEDISTA, não pode receber o acidentado.
A viatura seguiu para São Gonçalo, para o Hospital Estadual Alberto Torres, onde ocorreu nova luta para que atendessem o motoboy. O atendimento só foi concretizado, segundo fontes, por interferência da ex-prefeita Solange Almeida. Aqui vale uma reflexão: se não havia médico ou vaga, como que quando o político entra em cena (seja lá que santo for!), a vaga e o médico aparecem?
Segundo informações de pessoas próximas a Carlos Alberto, ele foi submetido a uma cirurgia na perna fraturada, não houve intercorrências durante o procedimento e ele está se recuperando bem.
É sempre a mesma história!
Se alguém está indignado com essa notícia, aconselho que transforme a sua indignaçao em ação, porque a história não é recente. Aliás, durante os 15 anos que eu trabalhei como técnico de enfermagem (não atuo na profissão desde 2009), o setor de Ortopedia, ao lado da Neurologia, já eram os mais problemáticos da Saúde em nossa cidade e em todo o país.
O problema é que, talvez, por desconhecimento de causa, as pessoas criminalizam os médicos plantonistas (que não são ortopedistas) e a intituição (HRDV) como se o paciente não tivesse sido acolhido por negligência. Pode até parecer, mas não é bem assim. O caso é muito mais sério. Explicar o motivo de não atender é uma conversa comprida e cheia de termos juridicos que prefiro deixar para uma outra hora.
Ouso dizer que para esse problema que nos aflige ser solucionado nós precisávamos de uma representação política mais importante e, sobretudo, pressão da sociedade. Todavia, nós estamos mais preocupados em conhecer a Luisa, que acabou de chegar do Canadá.
Vale lembrar que o fato de Rio Bonito ser cortado por duas rodovias importantes (RJ – 124 e BR – 101), já deveria ter sido motivo para que as nossas autoridaes deixassem de lado as picuinhas partidárias e se debruçassem sobre essa questão. Não para fazer política, mas para acabar com esse desespero quando alguém precisa de um atendimento ortopédico.
Além disso, nos fins de semana, o volume de carros aumenta nas respectivas estradas. Também não é segredo que, movidos a drogas lícitas e ilícitas, o volume de jovens se acidentando dentro da cidade cresce assustadoramente. Bem, se os investimentos em prevenção não acontecem, resta remediar, o que também não ocorre.
Será que vamos ficar esperando o filho de alguém influente e importante morrer para que as medidas sejam tomadas? Por que tem que ser assim? Fica então a pergunta: até quando? Por que será que entra governo, sai governo e o cenário não muda? Em 2013... Será diferente? Será...?
Outra questão
A Ortopedia não é um serviço médico oferecido pela UPA, seja em Rio Bonito ou em Bangu. No HRDV existe serviço de Ortopedia, mas internamente. A minha reflexão, porém, cobra ação das autoridades para que nós tenhamos Ortopedia no Plantão diário, como já acontece com Clínico Geral, Cirurgião e outras especialidades. Mas como será o financiamento disso?
Por outro lado, os ortopedistas, assim como os neurologistas, são espécimes em extinção. É difícil encontrá-los! Como a demanda é grande, a maior parte prefere atuar no consultório particular, que é muito mais rentável!
É uma boa discussão!
Atenção: a imagem utilizada é ilustrativa. Não é do acidente mencionado no texto.
ESCLARECIMENTO em 24/01/2012: feito contato com a Ouvidoria do Hospital Regional Darcy Vargas sobre a falta de atendimento ao acidentado Carlos Alberto, no útimo domingo (22/01), recebo a informação de que o paciente em questão não foi RECUSADO. “O que aconteceu foi que depois de uma avaliação conjunta entre o médico plantonista e o médico da unidade móvel, eles concordaram que o paciente deveria ser atendido numa unidade que disponibilizasse de mais recursos”.
Ainda segundo o HRDV, dada a gravidade do caso, além de um Ortopedista, também seria necessária a presença de um Angiologista, porque a circulação do paciente estava prejudicada. Nesses casos, segundo a direção do HRDV, a referência é São Gonçalo, para onde ele foi encaminhado sob os cuidados do médico da Autopista Fluminense.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
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