Por Thaís Mello
Aos 48 anos, Marcos Abrahão foi reeleito com 52.525 votos e irá exercer seu terceiro mandado de deputado na Assembleia Legislativa do Rio. Casado há 30 anos, tem dois filhos, é avô de dois netos e garante que consegue separar a vida pessoal da atividade parlamentar. “Quando chego em casa, os assuntos de trabalho ficam do portão para fora. Em casa não sou deputado, apenas pai e marido”, garante ele, admitindo que gosta de ouvir elogios sobre sua atuação como deputado. Seus projetos são baseados nas necessidades da população, a exemplo das unidades móveis para doação de sangue, proposta aprovada pela maioria dos parlamentares. Para a próxima legislatura ele afirma que irá batalhar para continuar aproximando a Casa da população: “Quero continuar sendo o porta-voz do povo na Alerj, sempre ouvindo as reivindicações e buscando soluções”.
Como o senhor ingressou na Política?
Eu era policial militar e tinha uma microempresa. Certo dia fui acompanhar uma sessão na Câmara Municipal de Rio Bonito, onde aconteceria a votação para a retomada de um terreno da prefeitura, ocupado por dezenas de famílias. Naquele momento percebi que os vereadores não estavam preocupados com a situação dos moradores. Cheguei a discutir com um dos vereadores e, dali em diante, decidi me candidatar para ser um legítimo representante do povo. Fui o vereador mais votado de Rio Bonito e, dois anos depois, me elegi deputado.
Em que se baseia na hora de elaborar seus projetos de lei?
A própria população traz as demandas, em sua maioria, decorrentes dos problemas encontrados no dia-a-dia. Cerca de 80% dos projetos de lei que apresento se referem às propostas encaminhadas ao meu gabinete. Algumas, às vezes, esbarram na questão constitucional, por serem de responsabilidade do Executivo.
Qual a sua expectativa como deputado reeleito? Quais os planos para o próximo mandato?
Conhecendo as dificuldades e a burocracia que envolvem o trabalho de um deputado fica mais fácil. No início, a gente acha que vai conseguir resolver todos os problemas, mas as coisas são bem diferentes. Sabemos das necessidades do povo, mas, infelizmente, não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos. O pior é que a população não entende, acha que temos condições de resolver tudo. Eu já sei a realidade e as dificuldades que o deputado encontra ao assumir o mandato. Tenho meus pés no chão e vou continuar meu trabalho da melhor forma possível.
O senhor acredita que a população tem sido participativa na Política?
Apenas uma pequena parte da população participa da Política no nosso estado. Isto é muito ruim porque, infelizmente, enquanto as pessoas não se envolverem, a solução para os problemas fica ainda mais distante. Essa eleição foi atípica, diferentemente das outras, o que fez diferença foi a mídia. Os deputados com programas de rádio e TV tiveram desempenho melhor nas urnas. E apenas dez deputados reeleitos aumentaram a votação. Melhorou a votação apenas quem teve mais visibilidade. Essa falta de exposição na mídia precisa ser compensada pelo trabalho de andar nas ruas, de conhecer as pessoas, de se fazer presente para o povo.
Como o senhor vê a disputa pela Presidência da Casa?
Temos dois candidatos do mesmo partido – o PMDB – que foi o que mais fez deputados para a próxima legislatura. Portanto, são bons parlamentares, com experiência. Tenho certeza de que vão trabalhar bem e farão o melhor pelo bom andamento da Casa. Não tenho preferência. Seja qual for o resultado, estaremos bem representados. Que vença o melhor.
Entre os seus projetos aprovados na Casa, qual o de maior destaque?
O que me deu mais orgulho foi a Lei 5.040/07, que obriga o Estado a disponibilizar unidades móveis de doação de sangue. Muita gente tem vontade de doar, mas não têm condições de ir aos postos de doação, ou muitas vezes, não tem tempo. As unidades ganharam apelido de “Vampirões”. Infelizmente não foram criadas de acordo com a demanda. Para isso, seria necessário um investimento muito maior do Governo estadual.
Extraído do Jornal da Alerj
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