quarta-feira, 7 de setembro de 2011

É feio ser brasileiro

Por Flávio Azevedo - Reflexões

Lembro bem do meu primeiro “Sete de Setembro” como estudante! Estava na primeira série, à época, aluno da Escola Estadual Barão do Rio Branco, turma da tia Nazareth. O ano era 1982. Naquele tempo havia desfile cívico e eu participei do que chamavam de “Parada”. Vinte e nove anos depois, pelo menos em Rio Bonito, as comemorações pelo “Dia da Independência” foram reduzidas a eventos sem expressão. O que terá acontecido?

Eu não sei você, mas, às vezes, eu tenho a impressão que acham feio ser nacionalista ou patriota. Entretanto, só percebo isso quando esse sentimento é direcionado ao Brasil! Quando, porém, os estadunidenses penduram a bandeira da sua nação nos umbrais das portas de suas casas, nós achamos uma atitude maravilhosa!

Recentemente eu estive no cinema assistindo o filme “Capitão América”. Aliás, quando eu era criança, eu sempre me perguntei por que as roupas de alguns dos meus heróis preferidos – Capitão América e Super Homem – eram azul e vermelho? Hoje, porém, eu pergunto: e se existisse um super-herói chamado “Capitão Brasil”? Conseguiria a minha simpatia? Os cinemas estariam lotados para ver o filme do “Capitão Brasil”, como ficaram para ver o Capitão América?

O herói brasileiro depois dos midiáticos Ronaldinho Fenômeno (futebol) e Anderson Silva (MMA) é o “Capitão Nascimento”, personagem dos filmes “Tropa de Elite”. O cinismo e a perversidade da crítica brasileira ficam expostos quando o longa, e o próprio Nascimento, são classificados como fascistas e violentos. Mas o Rambo não é violento? Os personagens do Arnold Schwarzenegger não são violentos? Os hilários e inocentes Bud Spencer e Terence Hill, nos filmes Trinity, não são violentos? E o Jack Bauer? Aí ninguém diz nada?

Anos depois eu fui entender o famoso sentido do “AMERICAN WAY OF LIFE” e a perversidade que existia por trás dessas questões. Também estudei um fenômeno chamado por alguns de “COCACOLIZAÇÃO” da Cultura Brasileira ou Cultura Brasileira “HAMBURGUESADA”. Também aprendi sobre o fenômeno “CHICLETE COM BANANA” (e não estamos falando da banda baiana), que a mídia chama de “Tropicália”.

Concordo que os nossos verdadeiros heróis são aqueles personagens (reais) que acordam às 4h da manhã, pegam no batente às 7h, largam às 17h ou 18h, chegam a suas casas por volta das 21h ou 22h a fim de descansar, beijar a família e dormir, para no dia seguinte, na mesma hora sair novamente numa rotina infernal e absurda. E, detalhe: muitos ainda arranjam espaço para ir à igreja, tomar uma “gelada”, queimar uma carne ou bater uma peladinha com os amigos!

Por que então ter vergonha ser brasileiro? Por conta da corrupção? E nos Estados Unidos da América, não tem corrupção? Se eles têm um negro na presidência, nós tivemos um pobre metalúrgico, e, agora, nós temos uma mulher no cargo mais importante da nação brasileira. Penso que é chegada a hora de mostrarmos que amamos a nossa pátria! É preciso confrontar os problemas que nos envergonham, para que os nossos filhos e netos tenham orgulho de se declararem brasileiros!

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