Flávio Azevedo
O Rio Bonito Atlético Clube no último domingo (27/08) recebeu o III Encontro de Veículos Antigos. Coordenado pala Associação Saquaremense de Antigomobilistas (ASA), o evento foi beneficente e teve entrada franca. A renda do almoço, vendido no local, foi destinado ao Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV). Estavam expostos no evento, cerca de 200 veículos fabricados entre as décadas de 1920 e 1980. Alguns veículos expostos são verdadeiras raridades e encantaram o público que lotou as dependências do Ginásio Antônio Figueiredo, onde estavam os veículos mais raros.
O pesquisador, artesão e escultor, Dawson Nascimento; fala sobre a dimensão do evento e ressalta a exposição como um objeto de confirmação das raízes da nossa gente em nosso solo. “Só vemos exposições dessa natureza em países europeus, por isso quando vemos algo do tipo em nossa cidade nós precisamos prestigiar, apoiar e as pessoas estão vindo”, frisou Dawson; acrescentando o aspecto beneficente do evento.
O colecionador, Leandro Nascimento |
O colecionador, Leandro Nascimento conta como tudo começou e mostra a bicicleta em que aprendeu a guiar. “Foi um presente do meu pai, quando eu tinha uns 16 anos. Guardei essa bicicleta até, hoje, e não me arrependo. Por conta do carinho que dedico a minha coleção, proprietários de outras bicicletas sempre me procuram e alguns até me dão suas antigas bicicletas dizendo que comigo estarão mais bem cuidadas”, conta o colecionador.
Jipe Tupi uma obra riobonitense
Uma das grandes atrações do III Encontro de Veículos Antigos, mais uma vez foram os “jipinhos”, chamados de “Jipe Tupi”. Os veículos foram fabricados pelo riobonitense, José Cardozo da Silva. O primeiro “jipinho”, da cor verde, foi montado em 1953. Foi feito em miniatura, porque era um presente de Cardozo para os filhos. O “jipinho” fazia sucesso por onde passava e o empreendedor riobonitense decidiu apresentá-lo ao presidente da República, Getúlio Vargas; fato que aconteceu em fevereiro de 1954, em Volta Redonda.
Apesar da simpatia e apoio do então presidente, com a sua morte inesperada, o “Jipe Tupi” perdeu o seu grande padrinho (Getúlio pensava em construí-lo em série). Apesar da tragédia, José Cardozo não desistiu. Em 1955 montou outro veículo, da cor azul, com carroceria e mecânica mais modernas. Era seu desejo produzir todos os componentes do veículo, chegando a preparar moldes para a fundição de diversos deles. O lema “sou pequeno, mas sou brasileiro!“, motivava Cardozo, que buscou condições de realizar seu projeto, mas não foi possível. Os “jipinhos”, hoje, fazem parte da coleção do empresário, Sebastião Cardozo; um dos filhos do empreendedor José Cardozo.
No Ginásio Antônio Figueiredo, a maior parte dos veículos expostos pertencem a coleção do empresário, Sebastião Cardozo; mais conhecido como “Ilo”. Veículos Fords de desenhos variados fabricados há cerca de 90 anos, apesar da idade, impressionam pela conservação. Entre eles um Station Wagon e um Convertible Sedan. Um Chevrolet Master Sedan (1939), geralmente usados como viaturas da Polícia ou como carro de praça (Taxi); um Mercury Conversível (1940); um Packard (1941), muito usados como Taxi; um Ford Modelo A Phantom (1929); um Chevrolet Sport Coupe (1937); um Simca Chambord (1966) e um Volvo (1957). Entre eles o Fuscozine, sempre visto em Rio Bonito levando noivas para o casamento, também estava exposto.
A Banda Tributo também subiu ao palco e empolgou o público com clássicos do Rock. |
Na outra linha de veículos estavam expostos um Impala (1962); um Ford A Cabriolet (1931), um dos mais exclusivos da linha; um Ford A Pick up (1931) e outro Ford (1928). Outro Ford Station Wagon (1931), daqueles que estavam sempre próximos às estações de trem, por ser um veículo pensado para o transporte de carga; um Speed Ester (1931); e um Ford (1928) também conhecido como “Charuto de Corrida”, figura comum nos desenhos animados das indústrias de animação Disney.
Um dos veículos expostos no Rio Bonito Atlético Clube |
Para completar o clima de saudosismo, as bandas que subiram ao palco trouxeram um repertório de canções antigas e muitos Rocks clássicos. Acompanhado por Marcelo Kaus, líder da Banda Maverick, uma das atrações do evento, o cantor Gatão, riobonitense folclórico que nos anos 70 e 80 participou de programas de TV como “Cassino do Chacrinha”, subiu ao palco e levantou o público. Com sua voz grave e melodiosa, ele cantou clássicos do repertório de Tim Maia e a tradicional Tutti Frutti, gravada em 1956 por Elvis Presley.
O "Big Cat" junto com a galera da Banda Maverick, levantou o público. |
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