Flávio Azevedo
No excelente artigo, publicado nesse
domingo (06/03), no jornal O Globo, o cineasta, José Padilha, menciona Freud e
um escritor estadunidense chamado Upton Sinclair, para explicar a relutância das
pessoas em aceitar que o ex-presidente, Lula está metido até o pescoço num monte
de sacanagem. Segundo Sinclair, “é difícil fazer com que alguém entenda algo
quando o seu salário depende do não entendimento deste algo”. Desculpem parecer
repetitivo, mas a lógica usada por Padilha me fez pensar imediatamente nos buxas
e puxa sacos do governo municipal de Rio Bonito.
O
texto na íntegra:
“Se um paciente inteligente rejeita
uma sugestão de forma irracional, então a sua lógica imperfeita é evidência da
existência de um forte motivo para a sua rejeição”. Sigmund Freud.
Não resta a menor dúvida, para
qualquer pessoa minimamente razoável, de que o Partido dos Trabalhadores e seus
principais dirigentes – entre eles José Dirceu, Antônio Palocci, João Vaccari e
Luiz Inácio Lula da Silva – estruturaram uma organização criminosa com o apoio
de outras facções da política brasileira (facção se aplica melhor à nossa
realidade do que partido) com o objetivo precípuo de se perpetuar no poder.
Para tal, desviaram recursos de empresas estatais, de bancos públicos e de
fundos de pensão, se associaram a grupos de empreiteiros mafiosos, utilizaram
laranjas, marqueteiros e doleiros em larga escala, fraudaram o processo
eleitoral com recursos provenientes de corrupção e fizeram políticas públicas
totalmente irresponsáveis, levando o Brasil à bancarrota. Não resta dúvida
também, como disse o capitão Nascimento em Tropa de Elite, que “quem rouba para
o sistema também rouba para família”. Isto está claro e transparente – como a
luz que incide na cobertura 164 A do único edifício pronto no condomínio
Solaris.
No entanto, ainda há quem tente negar
a realidade revelada no processo do mensalão e nas provas e testemunhos das
operações Lava-Jato e Zelotes. O que nos leva de volta a Sigmund Freud: por
qual motivo há tanta relutância por parte da esquerda em encarar a realidade
que lhes foi exposta ao longo dos últimos anos? A explicação é dupla. No caso
da militância profissional, da UNE, da CUT e do MST, se aplica a máxima de
Upton Sinclair, famoso escritor americano: "É difícil fazer com que alguém entenda
algo quando o seu salário depende do não entendimento deste algo".
Mas o que dizer dos intelectuais e
artistas que não recebem salários por sua “militância”? No caso deles, não se
trata de grana, mas de uma questão psicoanalítica. Investiram as suas vidas e
reputações em posições pró Lula e pró PT. Agora, não suportam reconhecer o erro
que cometeram por uma questão de autoimagem. Freud e sua filha Anna chamaram
este fenômeno de negação. Trata-se de uma defesa contra realidades externas que
ameaçam o ego.
Saber lidar com a negação me parece ser a questão básica para a
sobrevivência da esquerda brasileira hoje. Se os pensadores de esquerda não
tiverem a grandeza de reconhecer o erro que cometeram com Lula e com o PT, se
comprarem a tentativa de Lula e do PT de incendiar o país para criar um
ambiente irracional posto na vigência da razão não há saída, a esquerda
brasileira vai afundar com eles. Lula e o PT se tornarão os arautos da
destruição do pensamento marxista no Brasil.
Fonte: O Globo
Fonte: O Globo
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