Flávio Azevedo
A malfadada audiência pública virou um debate repetitivo entre a prefeita e a representante do Sepe |
O que era para ser uma Audiência
Pública da prefeita Solange Almeida (PMDB) com profissionais de Educação da
rede municipal de Rio Bonito foi apenas um debate “chato e repetitivo” entre a
chefe do poder Executivo e representantes do núcleo local do Sindicato Estadual
dos Profissionais de Educação (Sepe). O encontro parecia uma reedição da
reunião anterior, ocorrida na noite do dia 03 de junho, também na quadra do
Colégio Municipal Dr. Astério Alves de Mendonça, na Mangueirinha, quando a
prefeita reuniu os profissionais de Educação para explicar porque não paga o piso
nacional à categoria conforme determina a lei.
As argumentações da prefeita não
convencem sequer o seu staff, que se mantém inerte por conveniência. Usar as
barbeiragens da gestão anterior do município no trato com o Instituto de
Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb) e com os
servidores é uma tática da atual gestão. Todavia, os defensores da gestão
anterior, para amenizar a irresponsabilidade do ex-prefeito na condução desse
assunto sempre lembram que a atual prefeita, na sua primeira passagem pela
Prefeitura (1997/2004), ao criar o instituto não aportou os recursos
necessários no Iprevirb e também não valorizou o servidor municipal.
Logo na abertura dos trabalhos a prefeita
voltou a dizer que não tem condições de pagar o piso nacional para os
profissionais de Educação conforme determina a lei, ignorando o fato de que os
municípios que enfrentam essa dificuldade podem recorrer a uma verba complementar
para cumprir a lei. “Para fazer isso, porém, a Prefeitura precisa fazer um
detalhamento financeiro da sua gestão com os recursos da Educação para provar
que tem essa dificuldade e aí sim conseguiria receber esses recursos”, ponderou
a representante do Sepe, Sirley Antunes.
Entre os que foram assistir o debate
que era para ser uma audiência pública, a percepção era de que se o município
não pede o complemento de verba ao governo federal por saber que o recurso atual
que é aportado nos cofres municipais é mais suficiente para pagar o piso
nacional aos profissionais de Educação. “O que está claro é que caso o pedido
seja feito ao Ministério da Educação, ele será negado simplesmente porque
dinheiro tem. O que não existe há anos em nosso município é vontade política e
gestão responsável da pasta da Educação”, disparou uma professora em conversa
com a nossa reportagem.
Na sessão Legislativa do dia anterior,
em seu pronunciamento sobre o assunto, a vereadora Rita de Cássia (PP) ironizou
o encontro. “O que será dito à categoria, uma vez que o poder Executivo se
recusa a cumprir o seu papel?”. A parlamentar não estava equivocada e boa parte
da categoria, que não compareceu sob o argumento de que está “cansada de ouvir a
mesma conversa fiada” também não errou. A audiência pública que virou uma
espécie de debate político (Dilma x Aécio) nada acrescentou e serviu apenas
para os presentes perceberem o esforço que a chefe do poder Executivo está
fazendo para não cumprir a sua obrigação.
A única boa notícia do encontro é que o anúncio de uma suposta redução salarial de 20% que seria anunciada para a categoria nessa reunião não aconteceu. Ótimo que a nossa fonte na Secretaria de Educação tenha se equivocado.
Governos
medíocres
O posicionamento cínico dos grupos
políticos que se revezam no poder em Rio Bonito fica nítido nessas discussões
que servem para mostrar a real intenção dos governantes que se revezam na
Prefeitura de Rio Bonito nos últimos 20 anos. Grupos que contam com lideranças ultrapassadas,
com comandantes que não formam novos líderes e políticos habituados a castrar lideranças
pessoas que se destacam dentro dos seus próprios staffs de trabalho. A ideia
desses líderes, que embora sejam adversários são irmãos gêmeos univitelinos (nascidos
da mesma placenta), é não permitir o surgimento de lideranças que possa concorrer
com eles.
A promoção de reuniões como essa
malfadada audiência pública é apenas uma cortina de fumaça do governante que não
deseja discutir as verdadeiras razões que os levam a não valorizar os
servidores municipais, uma tática que se arrasta nos últimos 20 anos em Rio
Bonito. A ideia deles é manter o servidor mal remunerado para que esse servidor
se renda aos penduricalhos que são oferecidos aos parceiros. Vantagens como cargos
comissionados, gratificações e maneiras de incorporar dividendos ao salário através
da medonha lei 1199 que acabou sendo introduzida no Estatuto do Servidor que
foi aprovado em 2012.
Esses penduricalhos são recompensas oferecidas
aos que ficam em silêncio; aos que não criticam o governo municipal, aos que não
discordam dos equívocos desses prefeitos, que parecem senhores feudais; e àqueles
que preferem não enxergar que esses gestores que se revezam no comando de Rio
Bonito estão sucateando o município, levando a Prefeitura a falência
administrativa, aniquilando a criatividade do servidor municipal e conduzindo o
município ao buraco.
Eu não fui participar prq não ví a lona armada no picadeiro.Fato
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