Flávio Azevedo
Foto Paulo Whitaker Reuters
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Poucas coisas são mais babacas do que
essa discussão envolvendo o número de pessoas num evento ou numa manifestação. É
um tipo de debate que representa pobreza de espírito e de consciência. Volume de
gente em festa ou em manifestação não representa nada em termos de mudança,
apoio ou contrariedade a qualquer causa. Em Rio Bonito, por exemplo, seja comício
ou festa da cidade, sempre surge esse papo de volume de gente. E tem uns
otários que se preocupam com isso! A oposição conta meia dúzia e a situação
contabiliza milhares. Que escroto! Ambos são idiotas.
Com gente ou sem gente, o importante é
que houve o fato, a festa, o evento, a manifestação. O importante é a intenção.
Contagem de gente só é interessante para promotores de eventos onde os
ingressos são vendidos, porque eles pensam no lucro. Agora, se o evento é gratuito
não tem que ficar preocupado com o número de presentes, muito menos ficar mascarando
para mais ou para menos quantos compareceram. Em 2014, o povo lotou avenidas pais
afora. Até em Rio Bonito teve mobilização. Contudo, Dilma Rousseff foi reeleita;
Pezão foi reeleito; e a maior parte dos congressistas (federais e estaduais) foi
reeleita.
Mas por que isso acontece? Porque enquanto
os políticos (situação e oposição) – e os bobalhões que estão em volta deles – discutem
o número de pessoas em eventos e lugares, a real razão da festa ou da
manifestação é deixada de lado. O pior é que tudo isso ocorre com anuência da
mídia, que junto com os políticos não estão interessados em resolver os problemas
que assolam o país. Como abutres, esses dois atores vivem da carniça chamada
escândalo e corrupção. Eles não querem mudar esse cenário, porque a
insatisfação popular é apenas o ingresso para eles ocupem os cargos que estão
preenchidos por outros.
Mais não é só isso! O veículo de
comunicação – de grande ou pequena circulação – que se propõe a refletir sobre
qualquer tema acaba sendo ridicularizado e ganhando rótulos. Já os políticos
que buscam o pensamento são raros e dificilmente conseguem ser eleitos. Desqualificar
quem pensa e não é imbecil é uma estratégia de defesa dos corruptos, porque
caso o povo pense, reflita, tenha maturidade e abandone a corrupção, os
crápulas que povoam a política serão banidos dos cargos públicos em dois tempos.
Falo de gente que está enlameada pela sacanagem. Pessoas que respondem a
inúmeros processos e já deveria estar na cadeia há muito tempo.
E por saber que estão com os dias
contados, eles preferem colocar o seu exercito de marionetes mercenárias para propagar
inverdades, espalhar um falso sucesso; e atacar quem realmente quer o bem estar
da sociedade. Eles temem o despertar do povo e ficam discutindo quantas pessoas
estavam na manifestação. Idiotas! Outra coisa curiosa é que para justificar essas
estratégias, alguém muito sabido inventou que para pensar qualquer assunto é
preciso ser especialista, ser acadêmico, estar forjado pelo discurso hegemônico
e, claro, ser um idiota igual a esses espertalhões quem precisam ser enxotados dos
cargos públicos.
Para aqueles que rotulam os autores de
textos como esse como “agressivo”, eu concluo dizendo que mais violento é roubar
recursos que deveriam comprar merenda, desviar dinheiro que deveriam comprar
remédio, subtrair o que deveria ser destinado ao fomento da Educação, da Saúde,
da Segurança, da Cultura, do Esporte, do Transporte etc.
Aos cristãos, eu não posso deixar de
falar de S. Paulo. Ele nos alertou a viver distante daqueles que “têm aparência
de piedade, mas negam a eficácia dela” (II Timóteo 3). Sobretudo aos lideres religiosos,
se você é dado a ouvir conversa fiada e direciona a sua igreja a votar em pessoas
com esse perfil “humanitário” (vimos isso nas últimas eleições), por favor, não
seja trouxa! Medite no conselho de São Paulo.
Se você não entendeu a orientação eu vou
desenhar: Paulo se refere àquelas pessoas “tão boazinhas, tão humanas”, mas que
no fundo são tremendas cobras que se travestem de humanitárias para explorar a
boa fé das pessoas, a ingenuidade política dos bobos e quer apenas promover a bandalheira
através dos cargos que ocupam.
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