Flávio Azevedo
"Forçação de
barra". É como classifico essas matérias sobre o desaparecimento da
prefeita de Rio Bonito que estão sendo veiculadas na grande mídia. Digo isso,
porque a nossa prefeita nunca foi presente. A não ser em período eleitoral,
quando ela, praticamente, fica três meses sem dormir, porque fica de casa em
casa, de porta em porta, pedindo voto. Eu discordo dos entendidos de política
que dizem ser ela “boa de rua”. Errado, ela "boa de campanha". Depois
de eleita, o resultado é esse que estamos vendo. Aos colegas que estão
reproduzindo essas matérias sobre o “desaparecimento da prefeita”, eu informo
que essa ausência sempre existiu. Isso nada tem haver com lava jato. Ela não dá
assistência ao município. Nunca deu. E se alguém disser o contrário não é de
Rio Bonito ou é um grande puxa saco!
O que chama a minha
atenção na reportagem, porém, é a declaração de uma pastora. Ela contou que a
prefeita é uma pessoa caridosa, o que também não é segredo. “Sempre que tem
tempo aparece no templo e ajuda financeiramente um projeto de apoio a crianças
carentes. Acho que ela é uma boa pessoa. Sempre que pode, ela faz uma visita.
Fiquei abismada quando soube da denúncia”, disse a pastora, que não se
identificou.
Se essa líder religiosa
conhecesse mais a Bíblia, ela não ficaria abismada com o que está sendo
apurando sobre a prefeita na Operação Lava Jato. Na qualidade de pastora, ela
deveria conhecer o conselho de S. Paulo a Timóteo. Exatamente no capitulo 3 do
2º livro de Timóteo, os cinco primeiros versos apontam características das
pessoas no tempo do fim. Segundo S. Paulo, nesse tempo do fim, entre outras
coisas, as pessoas “teriam aparência de piedade, mas negariam a eficácia dela”.
E não é exatamente o que
acontece com a prefeita de Rio Bonito? Estamos falando de alguém que cresceu
politicamente através do assistencialismo, do favorzinho e do oferecimento de
benefícios individuais. Mas junto dessa “aparência de piedade”, dessa expressão
de humanidade e dessa preocupação com o semelhante, sempre ouvimos histórias de
injustiça, de desonestidade e de alianças com pessoas que não têm “aparência de
piedade”.
Faltando pouco mais de
um ano para as eleições municipais, que os nossos líderes religiosos entendem o
que é a tal “aparência de piedade e a negativa da eficácia dela”. Que os nossos
pastores, como vimos acontecer nas últimas eleições, não se deixem corromper e,
sobretudo, não corrompam os membros de suas congregações... Por favor, não
vendam as suas igrejas!
Concluo pedindo aos
nossos líderes religiosos que vocês não se esqueçam da história do primeiro rei
hebreu, Saul. Ele foi rejeitado por Deus quando teve a melhor das intenções. “O
obedecer é melhor que sacrificar” (I Samuel 15.22), foi o que disse o profeta
Samuel para o rei Saul, ao dizer para ele que Deus o havia rejeitado. Que a
história de Saul, o conselho de S. Paulo e os últimos acontecimentos políticos
da nossa cidade sirvam de lição para todos nós. Que a nossa “marcha para Jesus”
seja apenas exemplar e não espetacular.
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