Flávio Azevedo
O vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão, faz parte da bancada evangélica. |
Na sessão Legislativa do último dia 12
de junho, um dos temas abordados foi a “Marcha para Jesus”, evento realizado no
último dia 21 de junho. Os vereadores Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho
Bocão; e Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança, integrantes da
bancada evangélica da Câmara, criticaram o texto “Marcha para Quem?”, publicado
pela última edição do jornal “O TEMPO” (Edição 49) e no Facebook pessoal do editor
do jornal. O texto critica a subvenção de R$ 60 mil aprovada para o evento, faz
reflexões sobre o foco da Marcha e comenta a questão das celebridades do mundo
gospel.
Em suas falas, os vereadores, Dilon e
Marcinho Bocão, defenderam o evento; criticaram o texto e afirmaram que os
evangélicos e organizadores da “Marcha Para Jesus” ficaram indignados com a
publicação. Enquanto Dilon disse que levou o caso a prefeita Solange Almeida e
pediu providências; Marcinho Bocão revelou que o recurso de R$ 60 mil, apesar
de aprovado pela Câmara, não seria mais liberado pela Prefeitura.
O vereador Dilon de Boa Esperança
confirmou a tristeza de vários pastores e reclamou das críticas direcionadas ao
poder Legislativo. “O assunto repercutiu nas mídias sociais, nos jornais, mas
eu queria que as mídias sociais colocassem como esta Casa tem trabalhado, tem
reclamado, que coloquem isso também!”.
– Os pastores da Unipas, pessoas
sérias, pediram para agradecer o apoio dos vereadores e querem um direito de
resposta, porque da maneira que se coloca, parece que os pastores que estão
organizando o evento são incompetentes, não tem boa índole... Eu não gostei, eu
não fiquei satisfeito, conversei com a prefeita, disse que não gostei, fiquei
indignado e deixo aqui o meu repúdio a essa matéria, que não foi feita de boa
fé. E estou falando aqui o que muitos evangélicos e, até alguns católicos, gostariam
de estar falando – desabafou Dilon.
“Perseguição”
O vereador Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança, repudiou o texto e disse que cobrou, da prefeita Solange Almeida, providências. |
De acordo com os vereadores, os pastores
e evangélicos de Rio Bonito estão indignados com o conteúdo do texto. No
entendimento dos evangélicos, segundo os vereadores, a intenção da publicação é
levantar suspeitas e interrogar a intenção dos pastores. O vereador Marcinho
Bocão lembra que o colega Aissar Elias explicou que como a “Marcha Para Jesus”
é um evento que faz parte do calendário cultural do município, a subvenção é
legal.
– É um evento cultural e a União dos
Pastores (Unipas) de Rio Bonito está tentando fazer um evento que arrasta multidões
em todos os lugares. As críticas dizem que a marcha não é para Jesus, mas isso
aí a pessoa é que vai dar conta com Jesus, porque os pastores que estão fazendo
são pessoas de bem, de respeito, que pretendem alcançar almas. Estão tentando
deturpar dizendo que a marcha não é para Jesus, mas para homens – disparou
Bocão.
O parlamentar também comentou que os
jornais não se mostram contrários aos recursos destinados aos blocos
carnavalescos, “apesar da indecência do Carnaval”.
– Eu sou evangélico, não vou ao
Carnaval, quem gosta vai, não tenho nada contra, mas é uma festa indecente e
recebe verba da Prefeitura. Homens vestidos de mulher, levantando a roupa no
meio da rua, mulheres que não usam sutiã, só colam aquele monte de tinta no
peito, ficam expostas em lugares públicos e ninguém publica uma matéria sobre
isso. Aliás, os blocos também poderiam se juntar para arrecadar recursos para fazer
o Carnaval como o texto sugere que as igrejas façam – analisa.
“Cada
um tem o seu valor”
Ainda segundo Marcinho Bocão, o evento
está sendo organizado pela Unipas e não por uma igreja. “Os pastores têm me
procurado, eles estão muito tristes com essa situação, porque estão tentando
tirar o brilho da Marcha Para Jesus”. O parlamentar revelou também, que o
recurso aprovado pela Câmara, da ordem de R$ 60 mil, que seria destinado ao
custeio do evento, não vai mais sair. Quanto a crítica direcionada aos cantores
“celebridades”, o vereador argumenta que “todo mundo quer o melhor e Jesus
também quer o melhor”.
– Se Jesus deu o dom e o talento para
uma pessoa é porque ela tem o seu valor. Nós somos vereadores. Será que aquele
que está capinando e roçando tem o mesmo valor que um vereador? Todos são
iguais, mas para o presidente dessa Casa chegar onde está ele teve que ter 1.890
votos. Eu, para estar onde estou, precisei ter 841 votos. Se fosse fácil todo
mundo tinha voto e todos seriam vereadores – destacou Bocão, lembrando que “se
tanta gente vive da música, por que um evangélico não pode viver da música?”.
O vereador lembra que a Unipas pediu
R$ 60 mil, mas poderia ter pedido R$ 10 mil. “Tem gente que não ganhou porque
não pediu”. A própria Bíblia diz que “às vezes, você não recebe, porque
pedistes mal”. O vereador estranha o fato da cantora Aline Barros, uma das
atrações dos festejos de 168 anos de Rio Bonito, não ter sido alvo de críticas.
– Eu não sei nem o valor que foi pago
a Aline Barros, mas poderiam convidar uma pessoa de uma igreja do interior. Por
que na Festa da cidade pode contratar Aline Barros e para a “Marcha Para Jesus”
não pode? No meio evangélico, as pessoas também têm a sua preferência como em
qualquer outro setor. E que as indecências do Carnaval sejam mostradas pelos
jornais, assim como também deveriam apontar o clima de harmonia da “Marcha Para
Jesus” – concluiu Bocão.
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