Flávio Azevedo
Quando o português Pedro
Álvares Cabral chegou ao Brasil em 1500, ele não descobriu esse país coisa
nenhuma! Ele, junto com a sua tripulação, simplesmente tomou posse da terra que
pertencia aos ameríndios que viviam aqui. Segundo os pesquisadores que dominam
esse assunto, cerca de 6 milhões de ameríndios viviam em “Pindorama”, terra que
posteriormente recebeu, dos portugueses, o nome de “Vera Cruz” e, finalmente, Brasil.
A carnificina e a violência que se abateu sobre os moradores de Pindorama, a
partir da chegada dos portugueses, pouco é contada pelos livros escolares.
A verdade é que sem
escrúpulos algum, os portugueses violentaram milhares de nativas, que sem conhecer
a maldade européia, deixavam desnudos os seus belos corpos. A ganância européia
em busca de metais preciosos também contribuiu para que outro cem números de
nativos fossem assassinados. Posteriormente, para colonizar aquelas terras
primitivas e infestadas de humanos selvagens, animais ferozes, insetos mortais
e muita água doce profunda e traiçoeira, os portugueses enviaram para Pindorama,
toda espécie de vagabundo que estava preso nas cadeias lusitanas.
Por volta de 1600, a cultura
dos ameríndios era tão forte, que pouco se falava o português em todo
território. A língua mais falada era o Tupi-Guarani. Ao perceber que seriam
dominados pelos verdadeiros donos de Pindorama, a Coroa Portuguesa, junto com a
Igreja Católica, proibiu a fala do Tupi-Guarani. Além de ridicularizarem a
língua, os seus falantes também corriam risco de serem presos pela Coroa e excomungados
pela Igreja. Diante dessa perseguição, muitas línguas ameríndias se perderam. Os
seus falantes, ou foram dizimados ou foram obrigados a usar o português.
Por cerca de 200 anos
os ameríndios foram caçados, escravizados, catequizados, dizimados e expulsos do
litoral de Pindorama para as mais profundas florestas. Eles foram reduzidos de uma
população de cerca de 6 milhões para alguns mil. O sossego só foi possível quando
os portugueses descobriram o lucrativo mercado negreiro. Diante desse novo
mercado, os lusitanos viraram as suas baterias para os africanos que passaram a
ser escravizados. O argumento vendido pelos líderes da igreja era que “os
negros poderiam ser escravos porque, ao contrário dos índios, agora
catequizados, eles não tinham alma”.
Concluindo, convém
lembrar que todo esse cenário serve de pano de fundo para o que se comemora, de
maneira muito tímida, nesse dia 19 de abril: “o Dia do Índio”. Aos amigos que
descendem dos ameríndios, os verdadeiros donos de Pindorama (terra que nós chamamos
de Brasil), o meu respeito e os meus cumprimentos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário