terça-feira, 13 de novembro de 2012

Terceira edição do Cine Riba é sucesso e aponta necessidade de investimentos no setor cultural de Rio Bonito

Texto: Flávio Azevedo
Fotos: Internet/Facebook

Lucas Madureira (E) e Daniel Alvarenga são os grandes vencedores do Cine Riba 2012.
A terceira edição do Cine Riba, evento que já se tornou tradicional em Rio Bonito, aconteceu na Sociedade Musical e Dramática Riobonitense (SMDRB) entre os dias 8 e 10 de novembro. Dos 33 filmes que foram inscritos para disputar o “Troféu Mariola”, dois se destacaram: “A Dívida”, de Daniel Alvarenga (Prêmio de Melhor Montagem e Melhor Ator); e “Para Sempre Mãe”, de Lucas Madureira (Prêmio de Melhor Documentário e Prêmio Especial do Júri).
– Nós ficamos felizes de podermos divulgar a Cultura local, que é a proposta do Ponto de Cultura. Ou seja, nós estamos conseguindo alcançar o nosso objetivo que é colaborar com o desenvolvimento de atividades audiovisuais e também desenvolver atividades que resgatem a Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, uma instituição centenária – destacou a vice-presidente SMDRB, Renata mansour.

Outro destaque da vice-presidente foi o público do festival, formado basicamente por estudantes (cerca de 500). “Foram apresentados nesses três dias, filmes que esses jovens e adolescentes não estão acostumados a assistir nem TV, nem no cinema. Contamos com produções específicas, premiadas, bastante recomendadas e não chatas”, disse Renata, que também responde pelo Ponto de Cultura de Rio Bonito.

Na quinta-feira aconteceram quatro sessões escolares e a primeira mostra competitiva. Também foram apresentados os filmes vencedores dos anos anteriores e aqueles que estavam concorrendo. Roteiro semelhante aconteceu na sexta-feira. “No sábado foi apresentado um panorama de coisas que está acontecendo em Rio Bonito e nós conseguimos reunir um grupo de cineastas que apresentaram esse panorama. Em seguida, nós passamos para os filmes indicados pelo júri”, contou Renata.

Atenção para o setor

A vice-presidente da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, Renata Mansour.
Sobre os estímulos necessários para que os jovens participem com mais força dos próximos festivais, Renata afirma ser uma batalha difícil trazer as pessoas para os eventos culturais e lembra que poucos projetos em Rio Bonito conseguem público e visibilidade, “porque, sobretudo em cidades de menor porte, durante muito tempo esse setor ficou abandonado”.
– Ficamos satisfeitos de poder trazer alunos e professores para o nosso meio. Para gostar de Cultura as pessoas precisam ser apresentadas a eventos culturais. A cidade conta com eventos teatrais, musicais, mas ainda é pouco. Acredito que falta união. As pessoas precisam se reunir, discutir, traçar metas e pensar políticas públicas para o setor. Também acho que falta estratégia, mas vejo um movimento efervescente na cidade e pessoas que estão pensando e refletindo sobre isso – analisa Renata, reiterando que o primeiro desafio é a formação de platéia.

Para fortalecer o setor, a Sociedade Musical e Dramática Riobonitense oferece oficinas de Audiovisual, Produção, Fotografia, Teatro. “Já estamos encerrando o ano, mas estaremos de volta no próximo ano, a partir de março. Entretanto, tudo isso ainda é muito pouco”, ponderou Renata, que insiste na necessidade da união entre artistas, produtores de arte e poder público para o fortalecimento do setor.
– O poder público precisa se preocupar, estimular, divulgar e fortalecer essa área. Por outro lado, quem transita no setor precisa discutir metas. Para formação do cidadão, a escola só não basta. É preciso incentivar a reflexão. Não podemos ter só balada, porque precisamos refletir, pensar e observar – frisou Renata.

Expectativas

Vencedores do Cine Riba (no alto, à esquerda) e organizadores do evento.
Sobre o novo governo, a vice-diretora da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense volta a falar de união, da implantação de instrumentos como a Fundação Municipal de Cultura e da criação do Conselho Municipal de Cultura.
– A nossa entidade (SMDRB) estava sem direcionamento, objetivo e estamos tentando restabelecê-la física e simbolicamente. Acredito que a necessidade de se unir os envolvidos na Cultura deve ser o norte do próximo governo, de quem nós esperamos mais carinho, porque temos uma série de questões burocráticas que estão emperrando o nosso desenvolvimento – revelou Renata, lembrando que instrumentos como Fundação e Conselho Municipal de Cultura são exigências dos governos, estadual e federal, para se obter recursos.

Questionada sobre o que pensar diante da criação de uma Secretaria Municipal de Cultura, iniciativa muito cobrada, sobretudo por aqueles que transitam no setor, Renata comenta que isso é uma necessidade quase óbvia. “Agora nós teremos uma porta para bater. Além disso, a Cultura saindo da Secretaria de Educação significa que nós teremos o olhar do secretário direcionado unicamente para a Cultura”, pondera Renata, afirmando que o próximo secretário precisa ter um olhar generoso, agregador, deve reconhecer a natural competição do setor e mostrar sempre que ninguém faz nada sozinho.

A direção da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense é composta por Cristina Melo (Presidência), Renata Mansour (Vice), Bruna Barbosa (Secretaria), João Gabriel Balbi (Tesouraria), Paulo Balardi (Patrimônio), Flávio Rodrigues (Assessoria de Imprensa) e Rafael Lopes (Coordenação de Tecnologia). A entidade também possui um Conselho que é formado por Mauro Prevot, Maríssimo Martins e Flávio Migliaccio.

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