Flávio Azevedo
O salonista Falcão é um dos maiores jogadores de Futsal do mundo. |
Nesse domingo, 18/11/2012, terminado o jogo Brasil x Espanha (o Brasil foi campeão), Falcão, um dos maiores jogadores de Futsal do mundo, comemorou o título e falou sobre os problemas que enfrentou (contusão e paralisia facial). Já Vinícius, um dos grandes atletas da Seleção Brasileira de Futsal, manda um recado: “o Futsal precisa ser mais respeitado e valorizado. O esporte é o mais praticado do Brasil, carece de melhor organização e os jogadores precisam ser mais respeitados...”. Discurso similar foi adotado pelo técnico Marcos Sorato. A declaração, a princípio direcionada à FIFA, também deveria ser assimilada por dirigentes e políticos brasileiros.
O professor Zé Arthur |
O problema sinalizado por grandes nomes do Futsal brasileiro não é de hoje e não é uma realidade apenas do Futsal profissional. Em agosto de 2009, produzimos uma matéria com o professor de educação física e presidente da Liga de Futsal de Rio Bonito, José Arthur Kleinsorgen Pinto (Zé Arthur). A época, ele afirmou que o Futsal da cidade poderia estar com os dias contados, se a Prefeitura Municipal não apoiasse a modalidade.
De acordo com Zé Arthur, se a situação persistisse, “o futsal acompanharia a decadência que atingiu o futebol de campo, que embora, às vezes, apresente alguns lampejos, não consegue motivar o torcedor”. A época, ele também se queixou da sua ausência na organização do Circuito Municipal de Indústria e Comércio, de 2009. Esse ano, 2012, a competição sequer aconteceu, o que frustrou atletas (masculino e feminino) e torcedores riobonitenses.
Uma rápida pesquisa na internet mostra uma série de municípios em todos os estados brasileiros com a mesma queixa: “falta de incentivos e respeito ao Esporte”. Não é de hoje que apontamos a importância desse setor como forma de combater a indústria que mais crece no Brasil: “o tráfico de drogas”, que se aproveita da ociosidade de crianças, adolescentes e jovens para recrutá-las para o crime e/ou submundo.
O tetra campeão Romário |
Em 2011, o craque do tetra, o ex-jogador Romário Farias, hoje, deputado federal, ao comentar os investimentos para a Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) – serão realizados no Brasil – , criticou a “roubalheira” e disse ser o Esporte e a Educação, instrumentos importantes.
– Mesmo tendo a rotina de um grande jogador, eu nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, Educação. Consciência das coisas… Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois anos de moda – revelou o baixinho, acrescentando que “a sede de conhecimento lhe deu preparo para ser uma pessoa consciente e preparada para a vida”.
Ainda sobre a postura do poder público nessa questão de incentivo ao Esporte Educação, setores que devem sempre andar de mãos dadas, Romário disse que “o Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada”. Para ele, o professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. “O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação e seus professores”. O tetra campeão chegou a destacar que não interessa aos poderosos, uma população que não seja ignorante e frisou que “há quem se beneficie disso”.
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