Flávio Azevedo
Pesquisando postagens sobre Silva Jardim, vejo algumas críticas interessantes ao prefeito Marcello Zelão (PT) e sua administração. Aliás, para quem não sabe, as cidades de menor porte – aquelas que todos se conhecem e parecem uma grande família – são fontes inesgotáveis de exemplos pensados por diversos intelectuais em todos os tempos (da Grécia até hoje). Apesar da mudança que se percebe a olhos vistos na cidade, elas acabam não sendo assimiladas ou reconhecidas pelo seu povo, que tem prioridades, às vezes, mais voltadas para o individualismo que para o viés coletivo.
Eu costumo dizer que o estado de abandono de Silva Jardim não é novidade. Aliás, esse cenário desagradável não começa no governo Zelão. Eu afirmo que, assim como acontece em Rio Bonito, 99,9% dos políticos silvajardinenses – alguns deles ainda atrelados a gestão do prefeito petista – têm uma dívida de mais de 50 anos com a terra do Capivari e o seu povo sofrido. Se por lá existem bairros que há 10 anos não recebem investimentos, eu não duvido que uma “turnê” por todo município nos mostraria localidades que estão carentes de atenção há bem mais tempo.
A discussão, porém, amigo leitor (sobretudo, se você é silvajardinense) é bem mais ampla, mais profunda e, talvez, só seja compreendida, se usarmos a régua da sociologia. Assim, quem sabe, nós poderemos entender a perversidade que existe nos bastidores do poder em cidades como Silva Jardim e outros municípios de menor porte.
Eu não tenho medo de afirmar que Marcello Zelão, e quem governar depois dele, são herdeiros de uma herança maldita (as mazelas da cidade e a boca aberta de um povo viciado). Aliás, observando a vida política de Silva Jardim, percebe-se que para governar esse município, o mandatário precisa ter jogo de cintura (o que nem sempre é possível) para atender os anseios (nem sempre de cunho coletivo) da sofrida população, há muito abandonada.
Vale ressaltar que em cidades de menor porte, desagradar as classes dominantes é deixar descontente uma fatia importante da população, que quando insatisfeita por perderem os seus ‘privilégio$’, saem as ruas usando a influência que exercem sobre os seus dominados para criar factóides que tem um único objetivo: desestabilizar o que está dando certo para a coletividade, porque não está sendo lucrativo para ele individualmente. Por alienação ou remuneração, os tais dominados repetem o discurso como se fossem papagaios.
Uma metáfora: "a construção de uma casa não pode ser iniciada pelo telhado, mas pelo alicerce". Sendo assim, vejo com bons olhos o governo Zelão, embora reconheça que exista muito que fazer e que os problemas inerentes a administração certamente ocorrem. Todavia, me agrada ver a base, ou seja, a Educação, sendo priorizada.
Penso que investir em Educação é a estratégia mais eficaz para se combater o cenário de horror que assombra, há muitos anos, a vida pública e social de Silva Jardim. Os anseios por melhorias são reais, devem ser externados, mas o prefeito, no comando há pouco mais de três anos, deve ser cobrado com mais paciência e senso de Justiça, porque ele tem a dura missão de dar conta de 50 anos de atraso em apenas um ou dois mandatos!
Fica muito nítido, que essa reflexão, esse debate e esse viés de pensamento que defendo estão sendo negligenciados na “terra do Capivari”.
segunda-feira, 12 de março de 2012
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