Flávio Azevedo
O Esporte Clube Fluminense sediou na noite de ontem (21/06/2011), reunião preparada pela sociedade civil organizada para debater com as principais autoridades do município as fragilidades da Segurança Pública de Rio Bonito. A principal pergunta para eles foi o que fizeram, o que estão fazendo e o que farão para nos devolver SEGURANÇA e TRANQUILIDADE, que eram, até aqui, os principais ativos da economia riobonitense?
Participaram, a partir da esquerda, o comandante do 35º Batalhão de Polícia Militar, Coronel César Tanner; vice-prefeito, Matheus Neto; Prefeito, José Luiz Antunes; o mediador do encontro, jornalista Flávio Azevedo, deputado estadual, Marcos Abrahão; presidente da Câmara de Rio Bonito, vereador Marcus Botelho; e o delegado titular da Delegacia de Polícia de Rio Bonito, Paulo Henrique da Silva.
Algumas declarações:
Delegado Paulo Henrique: “em um ano, oito delegados passaram pela delegacia de Rio Bonito, não dá para trabalhar dessa maneira. Eu não estou aqui de passagem. Vim para ficar e para trabalhar. O delegado, porém, precisa pelo menos de seis meses para conhecer o território em que está atuando. Com tantas mudanças isso não é possível. Estamos efetuando prisões, apreensões e temos uma boa relação com a Polícia Militar. É importante a sociedade saber que ela é a nossa grande parceira para nos dar informaçoes. Através dessa informações nós vamos agir, porque não estamos em todos os lugares ao mesmo tempo. Qualquer dúvida sobre o nosso trabalho as pessoas podem procurar a delegacia”.
Coronel César: “o efetivo policial é um problema de Rio Bonito e dos demais municípios do 35º BPM (Silva Jardim, Tanguá, Cachoeira de Macacu e Itaboraí). É um cobertor curto. Chegou aos nossos ouvidos, a informação que os bandidos da Praça Cruzeiro ameaçaram queimar os ônibus que circulam no bairro. Diante disso, nós aumentamos o número de policiais na cidade. Estamos trazendo policiais de Cachoeira de Macacu para Rio Bonito. A troca de tiros que aconteceu naquele bairro mostra que estamos atuando e as prisões estão acontecendo. Nós teremos que nos acostumar a essa nova realidade".
Marcos Abrahão: “desde quando cheguei a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), eu venho cobrando policiamento. Esse negócio de que o deputado indica os delegados da Delegacia de Polícia e os comandantes do 35º BPM não existe. A Delegacia Legal foi implantada por um pedido meu. Precisamos deixar de ser hipócritas e repensarmos as nossas ações. Sobre os acidentes e atropelamentos, por exemplo, quem aqui nunca deu a chave do carro para o filho (a), menor? Quem nunca deu uma moto de presente para o filho (a) menor? Quem nunca telefonou para um vereador ou para o deputado, para pedir que eles liberassem o filho (a) que está preso na blitz? Eu já recebi vários telefonemas, inclusive, de muitos dos senhores que estão aqui assistindo essa reunião”.
Marcos Botelho: “a droga é o combustível da violência e dessa insegurança que nós vivemos e precisamos pensar sobre isso”.
Prefeito José Luiz Antunes: fez algumas considerações, entre elas citando que “existe muita crítica ao jovem por usar droga, mas esquecem dos adultos que fazem uso e colaboram para dar exemplo negativo aos mais jovens”. O prefeito passou a palavra ao vice-prefeito Matheus Neto, que com auxílio de um Data Show fez uma apresentação sobre os investimentos que a Prefeitura Municipal realizou até aqui.
Ele falou da implantação do sistema de monitoramento, os investimentos em veículos para a Guarda Municipal. Disse que o município vai trocar algumas lentes das câmeras, vai adquirir novos equipamentos para ampliar o monitoramento da cidade, vai criar uma Central de Inteligência e destacou o encontro com o consultor de Segurança, Paulo Storany. Matheus comentou as visitas ao Centro de Operação da Prefeitura do Rio de Janeiro (semana passada) e a Feira Internacional de Segurança de São Paulo (há quinze dias).
O vice-prefeito também discorreu sobre o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que foi assinado no último dia de governo da administração que antecedeu o prefeito José Luiz. Segundo ele, "esse TAC tirou o poder de atuação no Trânsito, da Guarda Municipal (GM)". Matheus revelou que a Procuradoria Geral do município entende que cancelar o TAC é mais rápido do que fazer concurso para criar o Agente de Trânsito.
- Bastaria qualificar e treinar a GM e evitaria passos burocráticos como a abertura de processo licitatório para contratação da firma que vai realizar o concurso público. Vale lembrar que todo esse trâmite burocrático e treinamento dos novos agentes não levariam menos de um ano até que eles pudessem atuar, mas nós estamos precisando desse ordenamento no Trânsito para ontem! - disse Matheus, que para concluir destacou que não se pode pensar na segurança de Rio Bonito como se a cidade fosse uma ilha, porque estamos cercados por municípios que também estão sofrendo os impactos do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). "O Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense (Conleste) já percebeu isso e desenvolveu câmaras temáticas para debater o assunto".
A deputada federal, Solange Almeida, convidada para participar do evento, não pode comparecer por conta de compromissos de ordem particular. Mas ela está acompanhando os fatos e conseguiu agendar uma audiência dos líderes do Movimento Pró Segurança da cidade com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. O encontro acontece no próximo dia 28/06 (terça-feira), no gabinete do secretário, às 10h.
Conclusão: prover Segurança Pública não é como cortar ou plantar uma árvore, liberar um exame médico, trocar uma lâmpada queimada, conseguir um caminhão de barro ou uma cesta básica. Também não basta só investir em equipamentos. Nós estamos falando de mudança de hábitos e abrir mão de privilégios. Como disse o deputado marcos Abrahão: “nós precisamos deixar de ser hipócritas e pararmos para pensar as nossas ações. Sobre os acidentes, por exemplo, quem aqui nunca deu a chave do carro para o filho (a), menor? Quem nunca deu uma moto de presente para o filho (a) menor? Quem nunca telefonou para um vereador ou para o deputado, para pedir que eles liberassem o filho (a) que está preso na blitz? Eu já recebi vários telefonemas, inclusive, de muitos dos senhores que estão aqui assistindo essa reunião”.
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