Sacanagem!

Por Flávio Azevedo - Reflexões

Horas extras pagas a quem está de férias;
A filha do senador que gastou R$ 14 mil em ligações de telefone celular do senado enquanto passeava no México;
A sogra do assessor de imprensa de Renan Calheiros (PMDB), que ganha R$ 4,8 mil sem sair de casa;
A assessora do senador, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também não vai ao Senado, por achar que a Casa é uma bagunça;
Passagens aéreas trocadas por jatinhos;
Cerca de 180 diretores e inúmeros conselhos, todos bem remunerados, mas que nada fazem;
Atos secretos, nomeando vários parentes e apaniguados, todos com salários e benefícios consideráveis;
Uma administração voltada para os “colegas” e não à sociedade brasileira.

Todos esses absurdos – para os senadores coisas normais – estão com os dias contados. É que a direção da Casa decidiu que a partir de, agora, não haverá mais transparência para os atos administrativos e também para funcionamento do Senado. “Uma vez eliminando as informações, esses repórteres enxeridos não terão mais condições de noticiar os nossos negócios”, é o que certamente estão pensando o iluminado que decidiu tomar essa atitude absolutista.
A decisão, simplesmente, vem confirmar tudo aquilo que nós estamos dizendo já há algum tempo:
*Não existe democracia no Brasil;
*A liberdade de imprensa é uma falácia;
*O parlamento está infestado de maus brasileiros;
*Nós – o povo – somos um bando de alienados, porque não achamos isso estranho.

Na verdade, o Senado continuará respondendo os jornalistas, entretanto, as perguntas deverão ser encaminhadas à assessoria da Casa, com cinco dias de antecedência e através de ofício. Será que o objetivo é dificultar o acesso a informação? Ou seria ganhar tempo suficiente para camuflar as respostas e tentar fazer um acerto para que a notícia não seja divulgada?

Quem não está acompanhando a polêmica que surgiu, a partir da instalação do relógio de ponto digital no Senado? Todos acharam uma iniciativa horrorosa! Porque, afinal de contas, o vice-assessor do terceiro porteiro da garagem não pode passar por esse constrangimento. E se essa importante pessoa não pode ser constrangida, imagine o senador!

Bom, de tudo que se tem ouvido a suma é: as pessoas deveriam ter mais respeito pela mentira e pelo engano. Antigamente, a desfaçatez era mais camuflada, as coisas aconteciam debaixo dos panos. Hoje, porém, tudo acontece às claras e continuamos achando tudo isso normal, porque nos fizeram acreditar que “política é assim mesmo!”. Concluindo, vale destacar que esse argumento foi criado por quem lucra com essa desordem!