Por Flávio Azevedo - Reflexões
Tem um monte de gente querendo amordaçar o deputado federal Jair Bolsonaro (PP), por conta dos seus comentários infelizes no programa CQC (http://www.youtube.com/watch?v=UrLpLXe-q08). Ele ofendeu negros, cotistas e homoafetivos em um dos quadros do programa que foi ao ar no dia 28 de março. Porém, as pessoas estão esquecendo que no Brasil – graças a Deus – prevalece a “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”, que foi, inclusive, defendida pela presidente Dilma Rousseff, em várias ocasiões, desde que ela chegou à presidência da República.
A impressão que se tem é que algumas pessoas acham que a liberdade de expressão é direito apenas das minorias e de setores da sociedade que sofrem algum tipo de discriminação. Bem, na verdade, eu concordo que o deputado perdeu a oportunidade de ficar calado. Também acho que ele falou um monte de asneiras. Todavia, eu defenderei até a morte o direito dele vociferar as sandices que quiser, para que eu não corra o risco de ser – em algum momento – impedido por algum instrumento coercitivo (como acontecia na época do Regime Militar) de discordar das loucuras proferidas por ele.
Aliás, parte das reações indignadas contra Jair Bolsonaro – algumas até bem razoáveis – mostra que a intolerância também está presente entre as minorias. Esses grupos esqueceram que como vivemos num país democrático, nós temos – amparados pela Constituição – o direito de discordar das práticas, costumes, opiniões e, inclusive, valores de quem quer seja.
O homossexual tem que ser respeitado como ele é, mas quem discorda dessa prática tem que ter a liberdade de discordar. O negro não pode ser discriminado ou violentado por conta da cor da sua pele, mas o amarelo e o branco têm a liberdade de dizer que pessoas daquela cor que não lhe atraem. Por outro lado, o negro deve ficar muito a vontade para dizer que prefere se relacionar com pessoas da sua cor.
Acredito que a intolerância é genuinamente humana e está dentro de todos nós! E, detalhe: ela não se manifesta apenas em relação aos negros e homossexuais, como alguns acreditam. Você conhece alguém mais intolerante do que o torcedor? Ele agride e mata pelo simples fato de o outro ter uma paixão clubística – Flamengo x Vasco, por exemplo – diferente da dele.
Também encontramos fenômeno similar entre cabos eleitorais. Em Rio Bonito, por exemplo, é comum encontrarmos simpatizantes da ex-prefeita Solange Almeida, que odeiam aqueles que têm preferência pelo prefeito José Luiz Antunes ou pelo deputado Marcos Abrahão. Também encontramos o inverso. Aliás, não é difícil encontrarmos entre os seguidores do deputado Marcos Abrahão, gente que tem verdadeiro horror por aqueles que estão engajados no grupo de Solange e Zé Luiz. O contrário disso também é comum.
Entre os assessores e apaniguados dos vereadores também evidenciamos esse fenômeno, sobretudo nesse momento onde dois grupos disputam a hegemonia da Câmara. Vários simpatizantes do vereador Humberto, tem verdadeira ojeriza pelos assessores do parlamentar Marcus Botelho. E, vice e versa.
Entretanto, como nesses dois casos específicos, sempre alguém lucra com essa loucura, mascara-se a intolerância com o nome de rivalidade, o que no fundo tem o mesmo sentido: não aceitar os diferentes e reprimir os pensamentos e valores que sejam antagônicos aos meus!
Podemos classificar como INTOLERÂNCIA, o ato de reprimir e discriminar negros, cotistas, homossexuais, orientais, judeus, católicos, espíritas e cristãos. Também é intolerância, manifestações discriminatórias contra quem têm paixão carnavalesca, partidária ou clubística diferentes as minhas preferências. Não podemos concluir, porém, sem lembrar que aquele que discrimina e/ou reprime quem têm o comportamento acima, também está sendo INTOLERANTE.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
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