Por Evaldo Nascimento
Foi sepultado no último dia 20 de abril, no cemitério Central de Rio Bonito, o corpo do professor e advogado Washington João Drumond, de 86 anos (nasceu em 11/12/1924). Ele faleceu no dia 19/04, vítima de infarto quando estava hospedado num hotel no município de Ponte Nova (MG), depois de participar da solenidade de aniversário de 115 anos da Loja Maçônica local, a “União Cosmopolita”.
O velório ocorreu na Loja Maçônica Guanabara 4 e, entre os muitos presentes, esteve o prefeito José Luiz Alves Antunes. O desembargador Carlos José Martins Gomes, membro da Guanabara 4, fez a preleção de despedida de corpo presente de Drumond, em nome do presidente da Loja, Neri Alonso.
Ele enalteceu seu jeito jovem e otimista de ser, apesar da idade já avançada, e agradeceu notadamente aos membros da loja de Ponte Nova, representados pelo componente Reinaldo Alves de Souza, que, juntamente com os participantes da caravana do Rio de Janeiro a qual foi à Minas, providenciaram o translado do corpo para Rio Bonito.
Além de professor e advogado, Drumond também é ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial e pilotou helicópteros, assim como ocupou outras funções na vida pública e privada. Deixa os filhos Carlos Augusto e Márcio Aurélio. Seu corpo foi coberto com a bandeira da Ordem dos Advogados do Brasil, do qual era membro. Estiveram presentes, ainda, Wellington Estelita Drumond (seu irmão mais velho), e suas irmãs Luiza Maria Drumond de Oliveira e Heloísa Custódia Drumond, assim como representantes de várias lojas da Região, que ofertaram-lhe coroas de flores.
A última viagem
Drumond era natural do município de Piraúba, em Minas Gerais, e, embora já se encontrasse bastante debilitado pelo peso dos anos e a recente perda da mulher, Dirce, fez questão de participar da caravana de representantes de Lojas Maçônicas fluminenses que foi prestigiar o aniversário da co-irmã mineira. Desejava muito voltar à terra natal e os organizadores da viagem se comprometeram a passar com ele por lá no retorno para o Estado do Rio de Janeiro. Mas não houve tempo para isto, pois ele passou mal e faleceu por volta das 3h40min daquela madrugada.
Ultimamente Drumond andava triste e deprimido com a falta da companheira e falava constantemente em morrer. Na véspera mesmo do falecimento dissera aos companheiros que “vou morrer amanhã”, mas iria feliz pois já se encontrava no seu Estado de origem e em breve passaria pela sua cidade, que fica no caminho para Ponte Nova. Ele participou normalmente da reunião solene de confraternização e posou para fotos junto aos companheiros de viagem. Esteve num restaurante próximo à loja com os mesmos e ainda os advertiu sobre o perigo de jantar àquela hora da noite para ir dormir em seguida. Tomou um suco de laranja.
Principalmente para os seus irmãos membros da Loja Guanabara 4, como, por exemplo, Eliezer, Antônio Carlos e Vicente Hippólito, também fica a lembrança de um Drumond sempre brincalhão, gozador e sagaz, que não perdia a oportunidade de contar uma boa piada. Foi instalado recentemente como venerável-mestre “add-vita”, tendo realizado um dos seus maiores sonhos como maçom e adquirido o direito a ver a sua foto, com o malhete da Ordem cruzado ao peito, compondo a galeria de mestres da Loja Guanabara 4. Como professor, atuou no Colégio Municipal Márcio Duílio Pinto, com quem o autor desta reportagem teve o prazer de trabalhar e com o qual Drumond sempre esteve disposto a colaborar.
Muito abalado com a perda, Márcio, um dos seus filhos, conta que quando ponderou com o pai sobre o sacrifício que a viagem representaria, ele dissera simplesmente que “vou sim, pois esta pode ser a minha última viagem; e, se por acaso eu morrer por lá, meus irmãos da Maçonaria me trazem de volta”. E realmente trouxemos.
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Deixou algo de bom entre nós, algo que nunca vou esquecer..
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