segunda-feira, 11 de junho de 2012

Controvérsias e equívocos nas análises e comentários sobre o Teatro de Silva Jardim

Texto: Flávio Azevedo
Foto: Leon Coimbra

No último dia 31 de maio, Silva Jardim abriu as portas do Teatro Zezé Macedo. Nas próximas semanas, o município de Tanguá também vai inaugurar o seu teatro. E o Teatro Municipal de Rio Bonito, alguém sabe informar a sua localização? Ué... Não tem? Mas por que ainda não construíram um equipamento desses por aqui? Estamos falando da “cidade risonha”, que é cantada em prosas e versos como sendo um celeiro de artistas, músicos, poetas, escritores e intelectuais.

Como se não bastasse, eu estou lendo e ouvindo pessoas questionando a construção de um teatro em Silva Jardim, sob o argumento de que a “Terra do Capivari”, em comparação a Rio Bonito, é pequena e tem poucos habitantes. Mas espere um momento: “quem disse que esses poucos moradores do município vizinho não têm direito ao lazer e ao teatro?”.

Esse tipo de pensamento inverte o debate sobre o setor cultural de Rio Bonito, que há alguns anos está em coma e respira com a ajuda de aparelhos. Na propalada “Cidade Risonha” não se sabe ao certo onde é a “Casa da Cultura”; a Biblioteca Municipal Celso Peçanha, está espremida sobre o Supermercado Tinoco; e a Secretaria Municipal de Cultura... Foi fechada e transformada num departamento sem graça, e, sem ação, da Secretaria Municipal de Educação e ‘Cultura’. Uma iniciativa bisonha, sem sentido, inclusive muito lamentada por quem, à época, comandava a cidade.

Segundo informações que obtivemos do prefeito de Tanguá, Carlos Pereira, nas próximas semanas o município, que até recentemente era um Distrito de Itaboraí, também terá o seu Teatro Municipal. Já Rio Bonito, que conta com o projeto “Lona na Lua”, galera que está ganhando prêmio por onde passa, não tem um teatro... Não tem sequer uma sala de cinema. Não fosse a “Sociedade Municipal e Dramática Riobonitense”, e mais recentemente, o “Espaço Cultural Lona na Lua”, agora sediado na Avenida Sete de Maio, o cenário poderia ainda ser mais assustador.

Na qualidade de filho de poeta, músico, letrista e compositor, eu gostaria de agradecer ao prefeito José Luiz Antunes, o fato da nossa cidade não ter um teatro. O senhor é conhecido como “o prefeito das obras”, mas esqueceu dessa. O meu agradecimento também se estende a ex-prefeita Solange Almeida, que também não construiu o nosso teatro. A senhora é conhecida como “a prefeita que gosta de gente”, mas por ter fechado a Secretaria de Cultura, também carrega o apelido de “prefeita que não gosta de Cultura”.

Acrescento a esses personagens, os ex-prefeitos Alcebíades Moraes Filho (um dos escritores riobonitenses) e Aires Abdala, que deixaram muitas realizações em nossa cidade, mas não deixaram um Teatro Municipal. Segundo os mais antigos, no tempo que esses senhores e seus antecessores, administravam Rio Bonito, a nossa cidade tinha Carnaval, Festivais de Poesia, Festivais da Canção, mas eles não construíram o teatro e permitiram que o nosso cinema falisse e fechasse.

Quando alguém pergunta, “por que esses eventos acabaram?”, a resposta está aí. Por que em Rio Bonito, a vida toda, a Cultura morou de favor. Ela nunca teve uma um espaço exclusivo dela. Isso, porém, é perfeitamente compreensível, quando se percebe que a Cultura, e, logicamente, o teatro, estimulam a opinião, fomentam o espírito crítico e provocam o questionamento.

Quando paramos para analisar a história política e social de Rio Bonito, nós descobrimos porque a Cultura nunca foi tratada com o devido respeito e apresso. Exatamente para que não tivéssemos pessoas opinando, pessoas criticando, pessoas questionando, e, sobretudo, pessoas pensando. Isso precisa mudar!

Por outro lado...

... Para que teatro? Fazemos essa pergunta baseados nas críticas dirigidas aos poucos eventos que acontecem em nossa cidade. Já observaram que todas as vezes que se comemora o aniversário de Rio Bonito, a censura de parte da população é grande? Estão lembrados da enxurrada de reclamações às Exposições Agropecuárias? O amigo leitor lembra a quantidade de baboseiras que foram ditas, quando a Prefeitura idealizou e realizou o “Natal Bonito”?

Acontece que várias pessoas não enxergam o Lazer, como uma política pública tão importante quanto a Saúde, a Educação, a Segurança, o Transporte, etc. Talvez seja baseado nessa lógica estrábica que o atual governo, o anterior e os que lhes antecederam não construíram um Teatro Municipal em Rio Bonito. Penso que nós deveríamos ser mais incisivos em nossas críticas, mas falando menos bobagem!

4 comentários:

  1. pois é ... fica a dica para o próximo governante

    ResponderExcluir
  2. Eu concordo com vc, em gênero,número e grau.
    Será que as autoridades municipais têm o hábito de ler o seu Blog, amigo. Tomara, pois assim abririam um momento para reflexão e quiça, ação!!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As autoridades, sobretudo os aspones, sempre estão lendo o meu Blog, Simone. O problema é que as iniciativas, infelizmente, sempre caminham ao contrário do que eu escrevo!

      Excluir