segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Memorial aos escravos que replantaram a Floresta da Tijuca/RJ

Dias atrás eu visitei o Pico da Tijuca e fiz questão de registrar uma foto ao lado desse memorial que homenageia os escravos que receberam a missão de replantar, no século XIX, a Floresta da Tijuca. Erguida num dos acessos ao Centro de Visitantes do Parque Nacional da Tijuca, a estátua é uma obra da escultora carioca Mazeredo. Dados históricos revelam que a Floresta da Tijuca virou um cafezal.

A destruição era tanta que começou a faltar água para abastecer a cidade do Rio de Janeiro. Em razão disso a área foi desapropriada e o Barão do Bom Retiro, ministro de D. Pedro II, designou que Manuel Gomes Archer administrador da Tijuca e alguns escravos reflorestassem a área degradada.

O número de escravos que reflorestou o maciço é incerto, mas existe uma certeza: foram menos de 10 pessoas. Alguns historiadores apontam quatro escravos, entre eles uma mulher. Outros dizem ter sido meia dúzia, mas existe um consenso acadêmico que 10 escravos reflorestaram toda Floresta da Tijuca. Acredita-se que em uma década cada escravo tenha plantado cerca de 100 mil mudas. A estátua eterniza a ação desses escravos.

Eu denominei “memorial” pela beleza e tristeza da história; e por ser uma homenagem póstuma a pessoas que plantaram o que, hoje, sabemos ser uma riqueza incalculável. Originalmente nas mãos da estátua havia uma muda de planta feita de resina. Mas o item foi destruído por vândalos.

Para substituir a peça funcionários do parque geralmente colocam bromélias verdadeiras nas mãos da estátua, dando uma beleza natural e real ao que o memorial representa. Vamos em frente! #flavioazevedo #turismocultural

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