Nas últimas semanas, as conversas onde o assunto é a “política riobonitense” estão dominadas pela preocupação com “falta de merenda, porque os vereadores não aprovaram um negócio lá”. Eu sempre digo que a ignorância é o combustível dos malandros e mentirosos. Aliás, também é culpa da ignorância a repetição de governantes e a falta de oxigenação política entre aqueles que estão investidos em cargos eletivos, sejam eles em esfera municipal, estadual ou federal.
Penso ser importante entender que o poder Legislativo é dividido em base governista e base de oposição (ou independente, como queiram chamar). Também é imperioso lembrar que os poderes Executivo e Legislativo – e em várias ocasiões o Judiciário – tomam as suas decisões conforme os seus interesses. Raramente eles decidem pensando no que é melhor para a coletividade. O foco geralmente é no individual.
Quem integra esse ambiente decide dessa maneira, por representar a população, que em sua maioria age exatamente dessa forma na hora de entregar o voto. Raramente o voto é oferecido por conta dos projetos que este ou aquele candidato pensou para a coletividade. Os benefícios individuais estão sempre em primeiro lugar. Quem nunca ouviu a frase: “vou aproveitar a política para...”. Ou seja, no Brasil a nossa trajetória é pautada no interesse. Até quando o assunto é religião predomina o interesse. Por exemplo, “se eu não for bom não vou para o céu, porque quem é ruim vai para o inferno”. A bondade não acontece de forma desinteressada. Ela só é exercida, “porque eu vou ganhar a salvação”. Somos o povo da recompensa!
Voltando à política e a suposta falta de merenda, eu gostaria de acrescentar que alguns espertinhos andam dizendo por aí, que pelo fato “dos vereadores” terem rejeitado a mensagem do Programa Mais Educação (R$ 205 mil), vai faltar merenda. Lorota! Primeiro, que não foram “os vereadores”, mas “sete vereadores” que não integram a base governista. Segundo, que integrando ou não a base governista, esse posicionamento é baseado no interesse. E, terceiro, que não vai faltar merenda coisa nenhuma, porque em 2016, quando a Câmara Municipal aprovou o orçamento de 2017, a verba da merenda para todo ano já estava contemplada, um valor da ordem de R$ 2 milhões. Logo, essa história de falta de merenda é uma falácia.
É claro que mais R$ 205 mil, que seriam enviados pelo governo federal em 10 prestações de R$ 20,5 mil, reforçariam o caixa. Todavia, a suposta falta merenda é uma baita forçação de barra. Caso isso ocorra, a culpa é da incompetência administrativa, item que tem sobrado nos últimos 25 anos nos governos municipais. Discordar do posicionamento dos vereadores é muito salutar (eu discordo deles sempre), mas sair por aí dizendo que “por culpa dos vereadores vai faltar merenda” é tremenda uma patifaria.
Falando em Mais Educação, eu gostaria de salientar que vem desse programa o recurso que o município precisa para pagar o Piso Nacional aos profissionais de Educação, um sonho antigo da categoria e uma promessa manjada que se ouve nos palanques a cada eleição.
Olhando esse cenário eu me pergunto: “porque o zelo e a preocupação em comprar merenda não se repetem quando o assunto é pagar salários dignos aos professores?”. Por que ex-prefeita Solange Almeida, em dezembro de 2016, preferiu pagar fornecedores (R$ 13 milhões) e ignorou que tinha de pagar salários e 13º dos servidores municipais? Que azougue é esse que existe na compra, na aquisição e no fornecedor (nem todos), que não percebemos quando se fala do servidor? Tem que haver uma razão muito especial para o funcionalismo ser preterido. Alguém consegue saber o que poderia ser?
Aqui vai um recado aos malandros que governam a nossa cidade. Quem saiu deixou a Prefeitura de pernas para o ar e durante quatro anos só contou mentira. Quem chega já inicia os trabalhos contando história, botando DOI-CODI na rua para espalhar lorota e seguir essa trama perversa que se repete há 25 anos. Se por conta dos seus interesses você precisa continuar se enganando, eu entendo; só não tente, por favor, enredar aqueles que não têm o cérebro ou têm pouca instrução com as suas tramoias e estratagemas.
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