Flávio Azevedo
A Audiência Pública aconteceu nessa sexta-feira (10/07). |
A sexta-feira (10/07) foi marcada pela Audiência Pública que
discutiu a nova ferrovia Rio-Vitória (EF-118). O evento aconteceu na Associação
Comercial do Rio de Janeiro e políticos importantes do Estado e dos municípios
que serão impactados com a novidade estiveram presentes. Os governadores, Luiz Fernando Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES),
marcaram presença. Foi apresentado, segundo o secretário estadual de
Transportes, Carlos Osório, o projeto de engenharia, incluindo traçado
detalhado, infraestrutura da obra, potencial logístico, integração com a malha
ferroviária nacional e com os portos dos estados envolvidos e o potencial de
geração de negócios.
Ainda no seu post, o secretário comenta que
essa é a primeira rodovia do Brasil, desse novo pacote do governo federal em
investimento de infraestrutura que vai à audiência pública e representa uma
grande chance de posicionarmos o Rio de Janeiro entre os grandes centros
logísticos do mundo. Ele lembra também, que num momento de crise, R$ 8 bilhões serão
investidos para a conclusão das obras para o novo traçado ferroviário em todo o
estado.
Presente ao evento, o vereador Marcos
Fernando da Fonseca, o Marquinhos Luanda, explica que a sua preocupação no evento era com o perímetro urbano de Rio
Bonito, porque algumas mudanças poderiam gerar um caos ainda maior no trânsito
da nossa cidade. Ainda segundo o vereador, o projeto foi modificado e será
construído um novo trecho desviando a ferrovia por fora do centro das cidades
de Rio Bonito e Tanguá. O parlamentar, que é bem próximo do secretário Carlos Osório,
acrescenta que também foi abordada a possibilidade da cessão do trecho que será
desativado, para criação de um trajeto turístico entre Rio Bonito e Tanguá. Ou
seja, o uso da ferrovia para o transporte de pessoas nessas cidades.
– Aproveitei a ocasião, também para conversar com o
Secretário Estadual de Transportes Osório sobre a implantação do bilhete único
em Rio Bonito. Ele se comprometeu em marcar uma reunião para tratarmos do
assunto – escreveu o vereador em seu perfil no Facebook.
Já o presidente da
Câmara de Tanguá, vereador Luciano Lucio, aproveita a ocasião em que o Turismo nos
dá a impressão de que começará a ser pensando com seriedade pelos governantes e
pode deixar de ser olhado como abrigo para encaixar simpatizantes do governo, e
anuncia para o próximo dia 16 de julho, na Câmara de Vereadores, um Fórum de
Turismo. “Estou contando com a presença de todos que se interessam por esse
assunto, em Tanguá e Região, porque precisamos pensar as possibilidades de
geração de renda e perspectivas cidadãs que serão abertas com os investimentos
que podem ser feitos no setor Turístico”.
Análise
Será que o lobby dos empresários do setor rodoviário deixará
esses projetos saírem do papel? Vale lembrar que as empresas de ônibus são as
principais contribuintes de campanha política. E se alguém ainda não sabe, os
recursos disponibilizados a cada campanha eleitoral,
seja em esfera estadual ou municipal, é empregado na compra de voto, exatamente
dos 'boca abertas' que usam o transporte público, reclamam das tarifas
praticadas, criticam os monopólios que não são quebrados etc.
Essas pessoas esquecem que a passagem só tem esse valor,
porque o empresário precisa recuperar o dinheiro disponibilizado em campanha
para comprar o voto de quem vota e depende do transporte público. Na verdade
essa é uma equação de difícil resolução, porque mudar esse cenário obriga quem
vota e é votado a sair da zona de conforto e abandonar práticas no mínimo
indecentes. O pessimismo é inevitável, sobretudo por conhecermos bem a cabeça
infantil e irresponsável de quem vota!
As histórias de escândalos e corrupção são expostas Brasil
a fora, a reclamação da crise é geral, mas essa turma que vota não toma
vergonha na cara na hora de entregar o voto. Continuam pensando no individual,
esquecendo o coletivo e votando com o estômago e com o fígado. Muitos sabem
disso, mas poucos têm coragem de falar. Por isso, o processo de transformação
da sociedade acaba sendo lento, porque o "espírito vaselina" impera
em todos nós!
E não considerem deselegantes essas reflexões, porque nós
estamos de saco cheio dessa turma que não aprende votar, simplesmente porque os
olhos são maiores que a cara. Sucesso aos políticos da nova geração que
esperamos realmente estar pensando o assunto com espírito público. Que se
portem de forma diferente desses que até aqui olharam as nossas cidades como se
ela fosse um feudo ou cube de amigos! Tomara que as nossas impressões estejam
equivocadas em relação ao que passa na cabeça desses que vão às urnas
eleitorais no próximo ano, mas depois de 20 anos olhando as decisões
tresloucadas de quem vota e é votado, não é possível pensar diferente.
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