Flávio Azevedo
Depois do crime bárbaro que aconteceu
no Parque Andréa na madrugada desse domingo (03/05), “in box”, muita gente me
pergunta: “o que será feito para acabar com essa violência e mudar esse cenário
de insegurança?”. Nas mídias sociais a principal pergunta é: “cadê a polícia?”.
Exclamações do tipo “alguma coisa precisa ser feita!”, também vemos sendo
escrita no Facebook.
Bem, a minha sugestão é que a polícia
seja esquecida, porque ela tem feito o trabalho dela. A verdade é que a Polícia
não pode ser responsabilizada, porque ela prende o indivíduo, mas as leis determinam
que o indivíduo seja solto. Esse rapaz que foi assassinado em Parque Andréa,
por exemplo, foi preso em fevereiro desse ano e já estava na rua desenvolvendo
as mesmas atividades que motivaram a sua prisão.
O Brasil e o brasileiro tem o mau
hábito de terceirizar os problemas. É claro que a maior parte dos nossos
políticos é corrupta; quem não é corrupto, é omisso; quem não peca pela omissão
é irresponsável; mas isso só acontece porque a sociedade é desinteressada e descaradamente
transfere a responsabilidade que é dela para a Polícia e para a política. Está nítido
que o nascedouro da violência está na eterna desigualdade social do país; e
também está claro que não se resolve os problemas sociais com políticas
compensatórias e paliativos eleitoreiros.
A pergunta, “cadê a Polícia?”, instituição
que tem as suas falhas; o questionamento, “o que estão fazendo os nossos
políticos?”, que sabemos ter muita culpa no cartório; não podem ser feitas sem
indagarmos também “o que nós estamos fazendo para contribuir?”.
Eu defendo a instalação de cabines de
Segurança nas entradas e saídas da cidade e o monitoramento do nosso território,
sobretudo porque os assaltos e roubos que estão acontecendo em Rio Bonito estão
sendo praticados quase em sua totalidade por marginais de municípios vizinhos. Contudo,
papai e mamãe também precisam monitorar os seus filhos. Com quem estão andando;
fazendo o que; a hora que saem; a hora que chegam etc.
A lerdeza de determinados pais me deixam
com a impressão de que eles nunca passaram pela adolescência, época de
rebeldia, período em que o sujeito está a fim de afrontar, quebrar
regulamentos, transgredir regras... Eles parecem já ter nascido adultos e que
nunca passaram por essa fase.
Sendo assim, não deixe de questionar a
Polícia, cobrar dos políticos, mas se certifique de estar fazendo a sua parte e
dando a sua contribuição a partir da vigilância e monitoramento dos seus filhos.
Eu não tenho dúvidas de que quando isso começar a acontecer haverá um grande
avanço no combate a violência, ao tráfico de drogas e a insegurança.
Resta saber se os setores que lucram
com o caos permitirão essa mudança de atitude, uma vez que a insegurança é o
principal ativo das indústrias, do tráfico de drogas e da violência, que
estrategicamente financia setores, lideranças e discursos midiáticos contrários
a mudança de postura da sociedade a partir das famílias.
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