Flávio Azevedo
A primeira batalha dos profissionais
de Educação de Rio Bonito está longe chegar ao fim. A greve, pelo que se está
desenhando, em breve estará de volta. É que segundo fontes, a prefeita Solange
Almeida vetou a emenda supressiva feita pela Comissão de Educação da Câmara, no
artigo 11 da Lei que foi aprovada pelos vereadores na última terça-feira (19/05).
Esse artigo determina que os profissionais de Educação que estão próximos de
aposentar, para usufruir do benefício aprovado, terão que contribuir por mais 80
meses, cerca de sete anos.
O trâmite é o seguinte: o veto da
prefeita precisa voltar a Câmara para os vereadores aprovarem ou derrubarem esse
veto. Se você acha que isso é muito fácil de resolver, bastando os parlamentares
derrubarem o veto da prefeita, não é tão simples assim e, agora, vem a cereja
do bolo: segundo as nossas fontes, caso o Legislativo derrube o veto, que
precisa ser feito por maioria absoluta (sete votos), a Procuradoria Geral do
Município estaria pronta a recorrer a Justiça, sob o argumento de que a
supressão do artigo 11 é inconstitucional.
Manifestação promovida no dia 07/05/2015 |
No entendimento do governo, por ser
uma mensagem do poder Executivo, o Legislativo não poderia fazer emenda,
sobretudo por que ela gera despesa (essa é a constitucionalidade). No entendimento
dos técnicos do governo, a supressão do artigo 11 prejudica o Instituto de
Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb), que por
barbeiragem daqueles que gerenciam o município nos últimos 20 anos, vive numa pindaíba
de dar gosto.
Além de ser um absurdo os pífios salários
que são pagos ao funcionalismo público municipal de Rio Bonito; a situação
caótica das unidades escolares; e a falta de valorização profissional; é inadmissível
que profissionais em vias de se aposentar (estão contribuindo há cerca de 25, 28
ou 30 anos) tenham que contribuir por mais sete anos para alcançar os
benefícios aprovados pela Câmara no último dia 19 de maio.
Uma análise
Uma análise
A vereadora Rita de Cássia aponta um orçamento robusto numa das suas falas na Câmara de Vereadores. |
A crise que atinge o país é evidente, mas
é desculpa que ela esteja atingindo violentamente o orçamento da Educação. O
que existe é má gestão por parte do município. Vamos aos números :
1 – Segundo declaração recente da vereadora
Rita de Cássia, num dos seus discursos, o recurso que chega do governo federal
para a Educação de Rio Bonito (o Fundeb) é da ordem de R$ 25 milhões/ano;
2 – Segundo informações da direção do
núcleo local do SEPE, o município recebe um recurso chamado “Mais Educação”,
que seria da ordem de R$ 300 mil, o que representa R$ 3,6 milhões/ano;
3 – Acrescente a essa conta o recurso
próprio, mas não esquecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determina
a destinação mínima de R$ 25% desse recurso à Educação. Esse pode até ser um
valor flutuante, porque a arrecadação própria varia;
4 – Enfim, se somarmos o Fundeb ao “Mais
Educação”, nós já teremos R$ 28,6 milhões/ano. Se acrescentarmos a esse
montante o recurso próprio, o valor se aproxima de R$ 30 milhões;
5 – Façamos o seguinte exercício:
vamos dividir R$ 30/12 e chegaremos a um total de R$ 2,5 milhões/mês. Se você
dividir por 30/13, para contar o 13º Salário, nós chegaremos a R$ 2,3
milhões/mês.
O meu forte nunca foi matemática, mas
essa conta aí é primária. E acrescento que esses valores devem ser investidos
exclusivamente na Educação. Também devo destacar que o Orçamento de 2015 foi estimado
em cerca de R$ 200 milhões, valor que ao ser dividido em 12 vezes, mostra que
mensalmente temos R$ 16 milhões em caixa. Segundo fontes, toda Folha de
Pagamento se aproxima dos R$ 8 milhões, o que nos força a perguntar: “e os
outros R$ 8 milhões?”.
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