Flávio Azevedo
Eu não estou
entendendo o motivo de tanto palavrório e tanta crítica à novela “Babilônia”, a
nova trama da TV Globo. O que se percebe é que a sociedade está escandalizada,
porque duas senhoras se beijaram logo no primeiro capitulo. Mas será mesmo que
foi o beijo entre pessoas do mesmo sexo que escandalizou os espectadores? Não teria
colaborado para esse horror, o fato de serem duas anciãs? Penso assim, porque quando
Mateus Solano e Tiago Fragoso se beijaram na novela “Amor à Vida”, não vimos
tanto alarde, inclusive, tinha muita gente torcendo por um final feliz entre os
rapazes. O que se percebe é que o beijo entre jovens do mesmo sexo é tolerado. Mas
a cena de vovós se beijando não agradou!
A verdade é que não é
de hoje que a TV Globo estimula o homossexualismo em suas novelas e programas
em geral. E faz isso intencionalmente, porque afinal, o assunto está aí e precisa
ser discutido. O curioso é que há anos alguns segmentos da sociedade condenam
as novelas e atrações globais, mas nunca encontraram eco. Outro problema que ainda
não se definiu em relação as novelas é se elas estimulam a sacanagem ou se elas,
simplesmente, retratam a sacanagem de uma sociedade egoísta, corrupta e violenta.
Eu, porém, gostaria
de chamar a sua atenção para outras questões que há anos as novelas inculcam no
imaginário popular e ninguém percebe. Sorrateiramente, costumes, hábitos, comportamentos,
estereótipos e valores são derrubados e inaugurados pelas novelas. A questão é
que todos aceitam essa imposição, porque para estar na moda tem que estar igual
o galã e a dondoca da novela.
Há cerca de 40 anos as
novelas fabricam um festival de senhoras fúteis, desfrutáveis, infiéis, cruéis com
a família e enlouquecidas por um amor não correspondido. Do outro lado está o
que chamam de galã, personagem que há muito tempo perdeu a masculinidade e o
senso de justiça dos mocinhos. O que a novela vende como estereótipo masculino é
um sujeito pueril, irresponsável, inseguro, infiel, vazio, sustentado pelos
pais, ambicioso, sem limites e que está sempre de olho na mulher do outro.
Não sou defensor do
homossexualismo, discordo da prática, porém, mais grave que tentar me convencer
que está na moda ser gay é me forçar a adquirir estereótipos. Para domar o
universo feminino, as novelas trazem atrizes que desfilam corpos esculpidos por
custosas cirurgias estéticas e horas de academia. Elas fazem os homens babar. Por
falta de tempo e dinheiro, a maior parte das mulheres do mundo real nunca
alcançará aqueles corpos, razão de tristeza e depressão para muitas delas. O pior
é que depois de um dia cheio, trabalhando fora e dentro de casa, a esposa ainda
é obrigada a ouvir o infeliz do marido dizer: “isso que é mulher, não é aquilo
que eu tenho lá em casa!”.
Já para impressionar
os homens estão os atores. Pilotando motos e carros do último tipo, helicópteros
e até aviões, eles exibem corpos malhados, estão sempre sorridentes, sedutores
e charmosos, um perfil que também nunca será alcançado pelo cidadão que acorda
muito cedo e chega muito tarde na luta diária para sustentar a família. Eles fazem
a mulherada sonhar! Por não alcançar o padrão de beleza da novela, a própria esposa
chama o esposo de “Ogro”. Mas... E a família, onde fica? Essa nunca é
fortalecida nas novelas. Pelo contrário, as principais sacanagens acontecem
dentro da família, onde irmão transa com a mulher do irmão; sogra com genro;
sogro com nora; empregada com patrão; patroa com empregado... Uma promiscuidade
que por ser repetida tantas vezes acaba sendo olhada como normal e quem não faz
igual “está fora de moda”.
O que ninguém percebe
é que os objetivos traçados nos últimos 40 anos já foram alcançados. Agora que
as novelas já conseguiram transformar boa parte do público feminino em madames tresloucadas;
e boa parte do público masculino em tremendos bobalhões; o beijo entre pessoas
do mesmo sexo – seja entre senhoras; rapazes; ou duas jovens, como aconteceu
com Paola Oliveira e Maria Fernanda Cândido (Felizes Para Sempre?) – é apenas
um mero detalhe. O que alguns esquecem, porém, é que essa é mais uma estratégia
para derrubar velhos conceitos e construir novos hábitos. Todavia, fica muito
nítido que implantar a nova ordem, numa sociedade composta por indivíduos tresloucados
e bobalhões é muito mais fácil que fazê-lo num ambiente onde as cabeças são
orientadas por valores ditos “ultrapassados”.
Termino
lembrando que o meu pai lia muitos versos da Bíblia para mim. Eu cresci ouvindo
o meu pai lecionando os ensinamentos bíblicos. E ao escrever esse texto, um
trecho da Bíblia que ouvi o meu pai falar muitas vezes vem a minha mente. Diz assim:
“E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e
a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande
voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e
coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável. Porque
todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra
fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância
de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo
meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras
nas suas pragas”. Apocalipse 18 . 1 a 4.
Agora,
é com você!
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