Flávio Azevedo
Gloria Álvarez é a face de um vídeo que não tem parado de circular pela Internet nas últimas semanas. |
Se você nunca ouviu falar em Gloria Álvarez,
certamente você já ouviu falar do populismo. Glória Álvares é uma jovem
guatemalteca que impressionou o mundo ao participar do Parlamento Ibero
Americano da Juventude em setembro de 2014. Cientista política, radialista e
ativista em prol da democracia, direitos humanos e liberdade individual, ela apresentou
a face obscura do populismo e a forma sórdida como ele conquista e enreda
multidões mundo a fora.
Segundo ela, a primeira coisa que o
populismo faz é desmantelar as instituições, pouco a pouco. E isso pode
acontecer pela esquerda ou pela direita. As constituições são modificadas
conforme os interesses corruptos. O populismo não veio por pura casualidade. Precisamos
denunciar as suas atrocidades contra as instituições democráticas e mostrar o péssimo
trabalho dos seus governos. Filósofos como Sócrates e Aristóteles observaram que
a democracia, se destaca por três direitos fundamentais e inalienáveis: a vida,
a liberdade e a propriedade. Esses três direitos precisam existir em cada um de
nós, mas sem avançar sobre o direito do outro.
O populismo se aproveita das paixões,
ilusões e ideais das pessoas, prometendo o impossível e aproveitando-se da
miséria dos indivíduos. O populista quer te fazer acreditar que você está fora
da razão e não pode tomar decisões. Ele descobre a sua necessidade, o seu ponto
fraco e lhe concede favores em troca de um espírito servil.
Há três tipos de governo: monarquia,
aristocracia e democracia. Quando os gregos observaram essas três formas de
governo, eles perceberam que a República conseguia reunir esse trio: o monarca,
na forma de presidente; a aristocracia, na forma de parlamento; e a democracia,
como via de comunicação e equilíbrio desse modelo de sociedade. A República
anula os vícios das três formas de governo para agrupá-las e formar uma
instituição que o populismo, hoje, está destruindo.
Diante desse cenário, nós precisamos desmantelar
o populismo através da tecnologia, ferramenta que se amplia a cada dia. O problema
é que se a tecnologia evolui, a Educação segue estagnada. Por outro lado, os nossos
parlamentos não trocam ideias; não debatem esses fenômenos e a ideologia perde importância.
Já não há um respeito pelo argumento, porque ele opõe as mentiras e engodos da
classe politica.
Os nossos lideres populistas anulam
toda a razão, o argumento e estimula as paixões. Por isso, precisamos levantar
uma paixão... Mas a paixão pela Educação, pela troca de ideias, pelo
conhecimento, por pessoas que através desses instrumentos tenham poder. O populismo
anula a dignidade humana fazendo a pessoa se achar incapaz de governar a sua
própria vida. O individuo necessita que alguém faça por tudo por ele. Para o
populista, quanto mais dependente melhor. Aliás, O POPULISMO AMA TANTO OS
POBRES QUE OS MULTIPLICA. O populista multiplica a miséria para continuar
recebendo o voto através de trocas materiais. O que fazer para superar essa postura
exploratória e perversa que multiplica a miséria?
O fato de uma pessoa acumular riquezas
não impede que outra também o faça. Todavia, para isso ocorrer com justiça
precisamos de instituições firmes, segurança jurídica, respeito ao estado de
direito e, sobretudo, resgatar, em nossos parlamentos e na sociedade, o
respeito e a admiração pelo debate de ideias com argumentos, razão e lógica. Contudo,
uma população que não têm acesso a Educação de qualidade não vai exigir debates
que tenham lógica, argumentos e ela será facilmente manipulada.
A melhor ferramenta para combater esse
cenário perverso são as redes sociais, a tecnologia e a comunicação. É
importante vencer o populismo que se consolida através da pobreza, da ignorância
e mantêm as pessoas submetidas à ilusão de que só os bens materiais são
importantes. O populista e seus aliados aterrorizam os pobres com a ameaça de
que eles terão perdas materiais se ele votar em outro.
Enfim, precisamos desmantelar o
populismo, mas isso só será possível através da tecnologia e usando a
República, o único sistema que de fato resgata as instituições, pois se baseia na
razão, na lógica, no argumento e na troca de ideias.
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