Flávio Azevedo
Uma imagem da rampa de voo livre feita pela nossa equipe em 2012 |
O estado de
conservação da rampa de voo livre da Serra do Sambê e o acesso ao local têm
sido alvo de inúmeras críticas aos governos que se revezam no comando de Rio
Bonito. Segundo visitantes que estiveram na rampa de voo livre nas últimas
semanas, “o local está péssimo”. O curioso é que a rampa poderia ser uma das locomotivas
do setor turístico do município. Em agosto de 2012 publicamos uma matéria sobre
o assunto. À época, a nossa reportagem visitou a rampa para falar da falta de
investimentos no Turismo e também do abandono do local. Por lá encontramos o
técnico de informática, Rodolfo Bragança; e o taxista, Alessandro.
Para a nossa reportagem,
a dupla criticou o abandono do local, comentou que o espaço poderia ser
entregue a iniciativa privada; e reclamou do acesso a rampa de voo livre. Se
Rodolfo sugeriu a cessão do local para a iniciativa privada, Alessandro foi
mais enfático: “burrice do governo, que não consegue perceber o potencial desse
lugar”.
Quase três anos
depois, o governo mudou, mas a forma de governar continuou. Apesar da criação
da Secretaria de Turismo, a pasta não desenvolve políticas públicas para o
setor. A conclusão que chegamos é de que nos últimos 20 anos, os governos
municipais se revezam disputando ponto a ponto o título de “quem será o pior”.
E eles sempre conseguem se superar. Nas eleições municipais de 2012, do palanque,
o grupo vencedor vendeu um falacioso projeto de implantação de um teleférico que
sairia do Green Valley até a Serra do Sambê. Todavia, a administração municipal
conseguiu apenas criar uma ineficiente Secretaria de Turismo, que não consegue sequer
fazer a manutenção da rampa de voo livre e da estrada que conduz a ela.
Outros pontos
O Parque da Caixa D'Água é um dos pontos mais belos de Rio Bonito, mas não recebe atenção do poder público. |
Junte a rampa de voo
livre, espaços como o Parque da Caixa D’Água (no Centro de Rio Bonito); o
Mercado Municipal; a área verde próxima a Praça do Green Valley; as cachoeiras existentes
na própria Serra do Sambê, em Lavras, em Braçanã ou Tomascar; e as opções de
Lazer e Turismo se mostram disponíveis para a iniciativa pública e privada
explorar. O Parque da Caixa D’Água está a cinco minutos do Centro da cidade (para
quem vai até lá caminhando), contem piscinas naturais muito interessantes (outros
poderiam ser criados); e oferece espaço, que poderia ser utilizado pelos grupos
teatrais da cidade; e também para datas como Natal, Semana Santa, Corpus
Christi, Carnaval, entre outras.
Milhares de pessoas estão sendo atraídas para a celebração do "Monte", que acontece mensalmente no bairro Colina da Primavera. |
Outro setor dentro da
área turística, que se mostra aquecido e poderia ser excelente fonte de renda,
emprego e crescimento para o município é o Turismo Religioso. Rio Bonito, naturalmente,
já conta com elementos necessários para essa estratégia, como as centenárias igrejas
de Santana, no Basílio; e a Matriz, na Praça Fonseca Portela. Junte-se a isso, a
“Vigília do Monte”, um movimento que acontece na Igreja Católica da Colina da Primavera,
que tem sido transmitido, ao vivo, pela Rádio Catedral; e conta com centenas de
visitantes de vários municípios vizinhos.
As pedras brutas para
serem lapidadas pela Secretaria de Turismo estão disponíveis. As opções a serem
exploradas pela pasta, em conjunto com as Secretarias de Esporte e Lazer, Desenvolvimento
Econômico e Cultura; estão saltando diante de todos nós. Fica muito nítido que
os investimentos no setor turístico devolveriam ao cidadão nascido em Rio
Bonito, o gosto de ser “riobonitense”; e fariam permanecer na cidade, sobretudo
nos fins de semana, os ‘estrangeiros’ que vivem entre nós (gente que foi atraída
pelo Comperj).
Estimular o setor
turístico certamente representaria a independência financeira para muitas
famílias riobonitenses; a evolução social que almejamos para o nosso município;
e daria outro norte a nossa sociedade em todos os setores. Contudo, como esse
tipo de iniciativa pode mexer no “status quo” e provocar transformações entre as
classes dominantes, com a ascensão de uns e a queda de outros; as coisas
precisam mudar, mas sempre para continuar do jeito que estão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário