Flávio
Azevedo
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Senador terminou o evento nos braços dos correligionários que lotaram o espaço. |
O
diretório estadual do PT aprovou oficialmente no último dia 18 de fevereiro, o nome
do senador Lindbergh Farias como candidato ao governo do Estado do Rio de
Janeiro. Com o lançamento da candidatura própria no Estado, a direção regional
do partido determinou que deixará o governo Cabral Filho(PMDB) em 28 de
fevereiro.
– A resolução
que foi votada é que a partir de 28 de fevereiro se encerra a nossa
participação no governo Cabral. A partir do 1º de março não haverá nenhum
petista participando do governo Cabral – disse o presidente do diretório estadual
do partido, Washington Quaquá.
A
homologação da pré-candidatura de Lindbergh será feita em um encontro estadual,
marcado para o dia 22 de fevereiro. No dia seguinte, o PT convocará um ato no
Centro do Rio para o lançamento oficial da candidatura. “No dia 23, vamos fazer
a apresentação do nosso candidato em uma atividade que pretende reunir cerca de
10 mil pessoas no Centro do Rio, dando largada para a campanha”, afirmou Quaquá,
acrescentando que o partido nunca foi chamado para discutir as grandes
políticas do governo Cabral.
– Fizemos
parte (do governo) por conta de uma aliança nacional, fizemos parte em setores
do governo onde demos nossa contribuição. Nunca fomos chamados a discutir a
política geral – criticou.
O
presidente do PT do Rio estima que o PT participe do governo do PMDB no Estado
com cerca de 600 a 700 cargos. Segundo o presidente nacional do partido, o
deputado estadual Rui Falcão (PT/SP), a saída do PT do governo no Estado não
afeta em nada a aliança no âmbito nacional. Ele tentou tirar da decisão do PT
do Rio o caráter de conflito com os peemedebistas.
– Não
estamos rompendo com o PMDB, estamos, como em outros Estados em que o PMDB
tomou a iniciativa, apresentando uma candidatura própria. Como em São Paulo,
como em outros lugares onde há candidato do PMDB e do PT – disse.
Segundo
Falcão, é hora de definir as diretrizes do programa de governo e dialogar com
os aliados e movimentos sociais e populares. Lindbergh disse que o clima de
embate com o ex-aliado (PMDB) dependerá da reação do partido. “Vamos tentar
manter uma relação amistosa, mas vai depender muito do PMDB, que aqui no Rio,
reiteradas vezes, age de forma truculenta”, disparou.
Demora
A
decisão encerra um longo processo de discussão. Desde o segundo semestre de
2013 o PT do Rio tentava marcar uma data para deixar o governo Cabral, sem
sucesso devido a pressões do PT nacional e pedidos de adiamento feitos pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o PT sairá da administração
cerca de um mês antes da renúncia do próprio Cabral, que deve deixar o Palácio
Guanabara no fim de março, possivelmente para concorrer ao Senado.
Discurso inflamado contagia
Dono de
uma oratória contagiante desde os tempos que participava da liderança dos “Caras
Pintadas”, movimento popular que pedia o impeachment do ex-presidente Fernando Collor,
nos anos 90, o senador Lindberg Farias voltou a empolgar os presentes com o seu
discurso. Ele destacou a importância da união das forças populares em torno de
sua candidatura e lembrou que, ao começar a Caravana da Cidadania, em Japeri,
na Baixada Fluminense, ainda em 2013, percebeu as dificuldades enfrentadas pela
população.
– Na Caravana,
conheci pessoas como Seu Messias, que mora em Japeri, trabalha na Zona Sul e
demora quatro horas e meia para chegar ao trabalho e mais quatro horas e meia
para voltar para casa. Precisamos mudar a realidade dessa população sofrida – afirmou
Lindberg.
O
senador criticou a política de investimentos do governo do estado, ao não dar
prioridade a projetos para a população mais pobre. “Gastaram R$1,2 bilhão para
reformar o Maracanã e vão gastar R$ 8,5 bilhões para levar o metrô da Zona Sul
para a Barra, enquanto falta água para 40% da população de Caxias e a Baixada
não tem metrô”, afirmou Lindberg.
Ao
fim do discurso, ele afirmou que suas duas inspirações são o ex-presidente Lula
e o ex-governador Leonel Brizola, “que fizeram muito pelo povo desse país, olharam
pelos pobres, pelo trabalhador e tiveram coragem de colocar as prioridades do
povo em primeiro lugar”.
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