Flávio Azevedo
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Os parques aeólicos mudam a paisagem dos locais onde
eles são implantados.
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Na edição 39 do jornal “O TEMPO” (agosto/2013), a nossa reportagem
abordou os constantes apagões, a má prestação de serviço da concessionária que
explora o setor (Ampla), as consequências e impactos dá má prestação de serviço
na vida do contribuinte e sugerimos investimentos do governo em todas as suas
esferas na captação de energia solar. Os constantes apagões, o desconforto que
gera os problemas no fornecimento de energia são temas de inúmeras conversas e
papos de botequim. Um giro por Rio Bonito, seja em localidades centrais ou mais
afastadas, a irritação com a Ampla é geral.
Se na edição 39 nós apontamos como solução o investimento e o estímulo ao
uso de energia solar, nessa reportagem nós abordaremos a Energia Eólica, quando
a energia do vento é transformada em energia útil. Essa alternativa é
renovável, está permanentemente disponível, pode ser produzida em qualquer
região, é limpa, não produz gazes de efeito estufa durante a produção e requer
menos terreno. Quanto aos impactos ambientais gerados pelos aerogeradores, ele
é menos problemático do que outras fontes de energia.
Em 2010, a
produção de energia eólica era responsável por mais de 2,5% da eletricidade
consumida à escala global, apresentando taxas de crescimento na ordem dos 25%
por ano. A energia eólica faz parte da infraestrutura elétrica em mais de
oitenta países. Na Dinamarca, por exemplo, ela representa mais de um quarto da
produção de energia.
Vantagens
A energia eólica comporta numerosas vantagens face
às energias tradicionais e mesmo em comparação com outros tipos de energias
renováveis. Apesar das aparentes vantagens, a energia eólica também apresenta desvantagens e impactos
significativos, principalmente, no uso de grandes aerogeradores, parques e
usinas eólicas, que se inspiraram nas experiências dos antigos fenícios,
gregos, romanos, e mais tarde os portugueses, que utilizavam a energia do vento
para mover as suas embarcações.
Entre as principais vantagens da energia eólica os
especialistas e estudiosos do assunto apontam que ela é inesgotável,
não emite gases poluentes, não gera resíduos e diminui a emissão de gases de
efeito de estufa (GEE). Pesquisadores
também apontam como vantagem, o fato dos parques eólicos serem compatíveis com
outros usos e utilizações do terreno como a agricultura e a criação de gado;
gera emprego, renda e provoca investimento em zonas desfavorecidas e movimenta
a economia.
Outra
vantagem dessa energia é que os aerogeradores não necessitam de abastecimento
de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só se faz uma revisão
semestral. Estudos apontam que em cerca de seis meses, o aerogerador recupera a
energia gasta com o seu fabrico, instalação e manutenção.
Já entre as
desvantagens da energia eólica podemos citar a intermitência, ou seja, nem
sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária, tornando difícil a
integração da sua produção no programa de exploração. Provoca um impacto visual
considerável, principalmente para os moradores em redor, que apontam os parques
aeólicos como uma grande modificação da paisagem. A morte de aves que se chocam
nas laminas também é outro problema.
Iniciativa privada dá exemplo
A Honda Automóveis do
Brasil anunciou, recentemente, a construção de um parque eólico na cidade de
Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, que irá suprir toda a demanda de energia de
sua fábrica de automóveis, localizada na cidade de Sumaré (SP). A iniciativa,
inédita entre as fabricantes de automóveis presentes no País, receberá
investimento inicial de R$100 milhões. A entrada em operação do parque eólico
da Honda está prevista, inicialmente, para o próximo mês de setembro. Mundialmente
a Honda estabeleceu metas voluntárias para reduzir o impacto ambiental de seus
produtos e operações até 2020. Isto inclui a redução de 30% das emissões de CO2
de seus produtos e processos produtivos.
Segundo Eigi, presidente da Honda Energy, o principal motivo para o
investimento será o retorno socioambiental, que faz parte do compromisso global
da empresa com a sociedade.
– Desde que iniciou a produção no Brasil, em 1976,
a Honda tem se empenhado em contribuir com a sociedade local, trabalhando
constantemente para minimizar os impactos ambientais de suas atividades. Após
inúmeros estudos concluímos que a energia eólica apresenta excelentes
resultados ambientais, pois não gera CO2 durante a sua produção e é uma
excelente alternativa no Brasil. Com isso, estamos também nos adequando à meta
estabelecida pelo presidente mundial da Honda”, explica.
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