Flávio Azevedo
Dr. Mauro Prevot em atividade na OAB/RB |
Rio Bonito perdeu no último dia 10 de dezembro, uma das figuras mais importantes da sua história: Dr. Mauro Luiz Barbosa Prevot, que há alguns meses lutava contra um câncer. Aos 62 anos, ele se destacava na música, como líder do Grupo de Serenata Lua Branca; no meio jurídico, ele era advogado e juiz (aposentado); e professor, com passagens em várias escolas de Rio Bonito e Região. A marca de Mauro Prevot, porém, eram a simplicidade e a humildade, marcas que carregou até os momentos finais da sua vida. Sem dúvida o seu nome ficará imortalizado como uma das figuras mais queridas da sociedade riobonitense.
No Facebook, o primo Gutinho Prevot, música consagrado e respeitado de Rio Bonito, para ilustrar a simplicidade de Mauro Prevot escreveu a seguinte história:
Certa vez, numa visita a Conservatória – Meca dos seresteiros brasileiros – Mauro, foi convidado a interpretar uma canção no Museu da Música. Escolheu “Ontem ao Luar”, uma das mais belas do nosso cancioneiro, a qual interpretava com um sentimento inigualável. Preparado... Garganta afinada... Ele estava, como se diz na gíria, “na ponta dos cascos”, estava cantando divinamente...
Eu fui o responsável por registrar em vídeo a sua performance. Era o clímax da felicidade de qualquer seresteiro. Empunhei a câmera e comecei o registro. Como um diretor experiente, comecei a fazer close dele e dos músicos acompanhantes, dos acordes, dos violões e bandolins, das fisionomias extasiadas dos ouvintes de lá e de cá... Enfim, queria mesmo deixar tudo registradinho. Ocorreu que já quase no fim da interpretação, observei que um indicador da máquina dizia algo como: “no record... ou pause”... (piscando).
Imediatamente comecei a suar frio ao perceber que nada havia sido registrado. Depois me veio a questão: “Como falar para ele que não havia filmado nada?”. Tomei umas para me encorajar... O encarei e disse: “Primo, tenho algo muito desagradável a lhe dizer”. Ele me perguntou: “o que houve Gutinho?”. Ao que eu respondi: “não consegui filmar, a máquina estava em “pause”. Após um brevíssimo momento ele se virou pra mim e falou: “Gutinho, o que vale é o que está e estará sempre registrado em nossas memórias... Em nossos corações... E não o que você deixou de registrar nessa máquina”.
Esse era Mauro Prevot, absolutamente desprendido de vaidades e orgulhos. O que valia para ele era o ato e não o registro do fato...
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