segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Município repassa quase R$ 20 milhões para o Hospital Regional Darcy Vargas em 2013

Flávio Azevedo 
Em 2013, os repasses do município para o HRDV, entre recursos de convênios e próprios, se aproximam de R$ 20 milhões
Considerada a menina dos olhos da prefeita de Rio Bonito, Solange Almeida, a pasta da Saúde, é, hoje, um dos setores, dentre outros, que conta com a constante atenção da chefe do poder Executivo. Eterna defensora do setor, em todo momento ela lembra que ”a prioridade da minha gestão é as pessoas e não as coisas”. A prefeita constantemente afirma que o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), embora seja uma entidade filantrópica que conta com administração civil, é um dos seus principais parceiros na missão de oferecer mais Saúde ao riobonitense. .

Assim que assumiu a gestão do município, em 1º de janeiro de 2013, a primeira preocupação da prefeita foi com a Saúde da população e com as instituições e setores que prestam esse serviço. “Precisamos oferecer Saúde de excelência para todos, de maneira igualitária e não tem faltado para dinheiro para isso”, diz a prefeita. Ela acrescenta que até dezembro, “os repasses e pagamentos por prestação de serviços do Hospital Darcy Vargas estão em dia e destacou que em 2013 a unidade recebeu cerca de R$ 5 milhões a mais que em 2012”.
Quadro comparativo de repasses dos anos de 2012 e 2103. A diferença é de cerca de R$ 5 milhões.
Contudo, a má prestação de serviço da unidade, as queixas referentes a falta de médicos e deficiência no acolhimento aos pacientes são problemas apontados pela chefe do poder Executivo como “um caso sério que precisa ser resolvido, porque penaliza a população a quem eu represento”.
– Não podemos perder o nosso poder de indignação e esse é um desses momentos. Os nossos repasses sempre foram feitos rigorosamente em dia, a nossa luta por oferecer o melhor para a população é uma constante, mas a má administração do HRDV está interferindo nessa Saúde de excelência que queremos oferecer a população – disparou.

Problemas apontados

Usuários da unidade têm reclamado, sobretudo, da falta de médicos no Hospital Darcy Vargas, que aumentou os salários desses e de outros profissionais, mas continua com dificuldade para atrair médicos para o seu quadro funcional. A sobrecarga de serviço, segundo alguns profissionais que já trabalharam na unidade, é o que motiva o desinteresse dos médicos pelo HRDV.
– O problema não é exatamente salarial. O que acontece é que somos contratados para trabalhar no Pronto Socorro, mas quando surge alguma intercorrência com pacientes internados, quem é chamado é o plantonista da emergência (ás vezes até para atendimento no setor Particular). Isso gera uma sobrecarga nos médicos e insatisfação em quem busca a emergência – revela um médico que pede para ter a sua identidade preservada. Ele acrescenta que o hospital deveria contar com médicos específicos para atender os pacientes internados, “já que o salário dos profissionais que é custeado pela Prefeitura é para que eles atuem na emergência, não internamente”.

Discursos e colocações de cunho partidário e a postura tendenciosa de lideranças e formadores de opinião, também contribui para que o HRDV seja classificado por alguns como uma “caixa preta”. Um ex-funcionário da instituição lembra que “essas divergências contribuem para deixar o cidadão sem atendimento médico e municiado de informações equivocadas, maldosas e até mentirosas”.

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