segunda-feira, 18 de abril de 2011

Senador Aécio Neves tem carteira apreendida na blitz da Lei Seca


O senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais, foi parado numa blitz da Lei Seca na esquina das ruas Bartolomeu Mitre e General San Martin, no Leblon, pouco antes das 4h da madrugada de domingo (17 de abril). Ele estava com a Carteira Nacional de Habilitação vencida e, segundo informação da Secretaria de Estado de Governo, se recusou a fazer o teste do bafômetro. Sua assessoria, no entanto, limitou-se a dizer que o teste não foi feito.

Aécio Neves, segundo testemunhas, não chegou a sair do seu veículo. Abordado pelos agentes, ele se apresentou e teria dito que não faria o teste do etilômetro. Aécio só foi liberado depois que um taxista habilitado assumiu a direção da picape Land Rover.

Após a abordagem, sua acompanhante – havia outro casal no carro – saltou pegou um táxi e voltou, cerca de 15 minutos mais tarde, com o taxista que levou o veículo.

Da blitz, Aécio saiu com duas multas e 14 pontos na carteira pelas duas infrações. A primeira multa, de R$ 191,54, foi pelo documento irregular; a outra, de R$ 957, por ter se recusado a fazer o bafômetro.

Outro político que ficou sem carteira ontem foi o ex-prefeito de Magé, Charles Cozzolino. Na blitz realizada no centro de Duque de Caxias. Ele também foi parado e não quis fazer teste do bafômetro.

"Juíz acha que é Deus"

Outro caso que nos faz acreditar que a Lei funciona para figurões aconteceu no dia 13 de fevereiro, quando um juiz deu voz de prisão a uma agente da Lei Seca, durante uma blitz na Lagoa, Zona Sul do Rio. O caso foi parar na 14ª DP (Leblon). De acordo com a assessoria da Polícia Civil, João Carlos de Souza Correa (1ª Vara de Búzios), flagrado sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), alegou que a agente Luciana Tamburini foi “debochada”. Já a funcionária disse que o magistrado abusou da sua autoridade.

Na 14ª, a delegada não quis fornecer informações, mas a assessoria da Polícia Civil informou que o magistrado dirigia um Land Rover preto sem placa. Ao checar a nota fiscal, a agente verificou que o período para o emplacamento estava vencido. O juiz explicou que estava com todos os documentos, e que poderia ter havido algum atraso com o órgão que emitia a placa.

O carro do juiz não foi rebocado, e a esposa dele levou a carteira de habilitação ao local da operação, de acordo com a Polícia Civil. Correa chegou a fazer o teste do bafômetro, mas nada foi detectado.

De acordo com a assessoria do governo do estado, a nota fiscal do veículo foi expedida há mais de 15 dias, excedendo o prazo de circulação sem emplacamento. A agente informou ao juiz que o veículo seria retido e levado para o depósito em Bonsucesso. No entanto, o magistrado queria que o carro fosse para uma delegacia para ser removido, mas a agente negou o pedido. Ainda segundo o governo, o juiz deu voz de prisão por desacato. O veículo foi retido na delegacia e levado para o depósito.

A Polícia Civil disse que consta no registro de ocorrência que, durante a briga, a agente teria dito: “Você é juiz, mas não é Deus”. O magistrado retrucou dizendo: “Cuidado que posso te prender”. Então, a agente falou: “prende”.

Os dois foram para a delegacia, mas o registro foi feito sem autor, constando como “todos envolvidos”. O caso será encaminhado para o Juizado de Pequenas Causas. Será marcada uma audiência de conciliação entre as partes.

Um pensamento curioso: "o juiz acha que é Deus, o desembargador tem certeza"!

Fonte: O Dia e G1

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