Flávio Azevedo
Como acontece com os demais municípios emergentes do país, Rio Bonito é uma cidade que tem crescido, mas sem desenvolvimento. A desorganização e cuidado com a sustentabilidade estão longe de ser uma realidade. Muito se espera do governo federal, que não tem problemas em afirmar: “as prefeituras não se organizam, não se planejam e não dão importância a temas como Meio Ambiente, Saneamento Básico, Coleta de Lixo e pouco estimulam a conscientização do contribuinte”, que segue exigindo muito e contribuindo pouco. Por outro lado, não é possível cobrar essa postura de uma sociedade carente de investimentos em Educação, setor que sofre com políticos que sempre trocam os seus projetos de governo pelos projetos de poder.
Se a reportagem das organizações Globo aborda o assunto com um olhar macro e o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Paulo Ferreira; trata especificamente do Nordeste; basta dar uma circulada por Rio Bonito, para se perceber que essa realidade é de todo país e não apenas de algumas regiões, por mais que o território riobonitense esteja no estado do Rio de Janeiro e no Sudeste, apontado na reportagem como a Região que está mais avançada em relação ao Saneamento Básico, ao tratamento de esgoto e a coleta de lixo. Os rios que cortam a cidade denunciam falta de políticas ambientais e de saneamento, seja pelo cheiro que exalam, pelo que vemos jogado dentro deles ou pelos canos que despejam o esgoto das casas no seu leito. Moradores se queixam da falta de planejamento, afirmam que a água está desaparecendo e os esgotos aumentando.
Nos sites do IBGE e do Tribunal de Contas do Estado, que divulgam cenários apresentados conforme dados oferecidos pelos municípios em suas prestações de contas, os relatórios que tratam de temas como destinação de resíduos sólidos, preservação ambiental, recuperação da Mata Atlântica, Saneamento Básico e coleta seletiva de lixo; induzem o leigo a pensar que as cidades estão promovendo uma ampla e consistente política de recuperação da vegetação nativa, da biodiversidade, que lidam com os resíduos e mananciais hídricos com grande responsabilidade. Todavia, qualquer expedição por essas cidades desmonta a farsa apresentada e nos faz entender que os números apresentados no início dessa reportagem, na matéria das organizações Globo, estão mascarados. A situação é tão grave que a falta de saneamento, hoje, é encarado como um problema ambiental.
Para muitos parece não ser importante, mas é lamentável que numa distância curta, cerca de um quilômetro, a água potável e apropriada para o banho, mananciais que são atrativos turísticos por sua beleza, volume de água e frescor; se tornam esgotos fétidos e nocivos a Saúde.
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