Flávio Azevedo
Boa parte dos
comerciantes de Rio Bonito está preocupada com o que vem por aí! Na BR-101, em Manilha, está sendo erguido o
Shopping Itaboraí Plaza, empreendimento que contará com mais de 170 lojas. Serão
dois prédios de escritórios, um hotel, um hipermercado e seis salas de cinema,
que serão construídos em uma área de 30 milm² de ABL.
Em entrevista recente ao jornal O TEMPO, o presidente da
Associação Comercial e Industrial de Rio Bonito (Ascirb), Geison Demier,
externou preocupação com os impactos do Itaboraí Plaza e falou que os
empresários e comerciantes das cidades vizinhas devem se unir para evitar o
êxodo de clientes em direção a “terra do Comperj”.
Historicamente, sob o pífio argumento de manter o status de
“ilha de prosperidade”, a sociedade riobonitense, sempre fechada e seletiva,
nunca permitiu que a concorrência estrangeira aportasse por aqui. O problema é
que esse cenário criou uma perigosa zona de conforto que castrou a criatividade
de quase todos. Ou seja, agora, apesar de estar há cerca de 25 km de distância,
o adversário existe e a possibilidade de prejuízos é real. E, detalhe: não há o
que fazer nos bastidores para impedir essa situação.
Não será muito simpático o que iremos escrever agora, mas é
uma realidade o fato de que diante das adversidades nos acostumamos a ficar
choramingando, reclamando e esperando o surgimento de um salvador da pátria. Se
a colocação anterior foi deselegante, agora, nós iremos falar de esperança,
porque quem pode mudar essa realidade é o próprio empresário riobonitense, já
que historicamente o nosso comércio sempre foi referência, inclusive,
recebendo, em 1946, o título de “Canaã Fluminense”.
Uma cidade de pequeno porte igual a Rio Bonito, com um Centro
comercial relativamente pequeno; dona de uma classe média alta forte e com
tanta gente preocupada, pode enfrentar o gigante que está sendo erguido em
Itaboraí. Contudo, é preciso uma pareceria público privada, onde poder público,
iniciativa privada e sociedade deem as mãos.
Diante da urgente necessidade de prestigiar o comércio local
para manter a economia municipal aquecida, comerciantes e empresários devem pensar
na possibilidade de diminuir a margem de lucro (para atrair o cliente). Por outro
lado, o poder público, que precisa desse comércio aquecido, deve pensar
alternativas que estimulem e auxiliem consumidores e empresários a se entender.
O mês de outubro chegou e o próximo dezembro pode ser encarado
como laboratório para aperfeiçoar a relação entre setor comercial, poder
público e sociedade, já que ao longo dos próximos anos o comércio externo irá
crescer ainda mais e oferecer maiores perigos ao nosso mercado.
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