Por Flávio Azevedo
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Bonito completa um mês de funcionamento amanhã (domingo, 24), com cerca de 5 mil atendimentos realizados. Até o último dia 20, quando a nossa reportagem visitou a unidade, 4.194 mil pessoas procuraram atendimento na UPA. De acordo com a coordenadora geral da unidade, Tereza Cristina Abrahão Fernandes, o objetivo da UPA é atender, diariamente, 300 pacientes, o que daria uma média de 9 mil atendimentos mensais e 108 mil anuais.
– Para uma UPA que está no seu primeiro mês de funcionamento e que ainda não é bem conhecida pela população, nós entendemos que já estamos com um número bem satisfatório de atendimentos e já estamos nos aproximando do nosso objetivo – analisou a coordenadora, destacando que o atendimento pediátrico não é contabilizado junto com o geral, o que elevaria o número de atendimento mensal para 5.030 até o dia 20 de outubro.
Um levantamento realizado entre os pacientes atendidos na unidade neste primeiro mês, segundo a coordenadora, revelou que 60% deles eram de Rio Bonito, 30% de Tanguá e apenas 10% de Silva Jardim. “A distância que separa Rio Bonito de Tanguá é menor que a distância entre Rio Bonito e Silva Jardim. Por isso, é normal que os tanguaenses busquem a UPA um pouco mais”, ponderou Tereza.
Ainda segundo a coordenadora, o fato do endereço não ser importante na hora do atendimento, porque a UPA foi implantada para atender a região, é um ponto que tem sido elogiado pelos usuários da recém inaugurada unidade. É o caso da dona de casa Maria Leonina Pinto, de 56 anos, moradora da Vila Cortes, em Tanguá, que acompanhava a neta que estava sendo atendida na unidade na quarta-feira (20). Segundo ela, os moradores do município vizinho quando buscavam atendimento médico em Rio Bonito, geralmente arranjavam um endereço falso para não ter problemas.
– Eu acho que todas as pessoas que moram em Tanguá já pegaram emprestado um endereço de Rio Bonito, porque o nosso município é muito carente de Saúde. Enquanto eu aguardava o atendimento da minha neta, eu ouvi algumas pessoas reclamando da Saúde de Rio Bonito. Eu fiquei com vontade de perguntar se elas não queriam trocar de endereço comigo – relatou a dona de casa.
Prova de fogo
A coordenadora da UPA concorda que o acidente envolvendo um ônibus e uma carreta que resultou em vários atendimentos na madrugada do último domingo (17), foi uma prova de fogo para a unidade e também para a equipe de funcionários. “Na verdade, todos estão de parabéns! O grupo foi coeso, esteve junto durante todo tempo e o resultado nós vimos hoje (quinta-feira, 21), quando recebemos do universitário Márcio Canellas, um dos pacientes que nós atendemos entre os 28 que vieram para cá, o agradecimento pelo que fizemos por ele”, disse Tereza.
Funcionamento
A dinâmica de atendimento da UPA é diferente do que o cidadão está habituado. Segundo a coordenadora, o acolhimento, que é o primeiro atendimento, é feito por um técnico de enfermagem. Na sequência, o cidadão é atendido por um enfermeiro (nível superior), que classifica de acordo com a necessidade apresentada, o nível de prioridade. “A classificação pode ser Azul (casos simples e ambulatoriais), Verde (casos simples com mais gravidade), Amarelo (casos agudos que o atendimento precisa ser imediato) e Vermelho (casos graves como infartados, acidentados etc.)”, explicou.
Ainda, segundo a coordenadora, “é possível que os pacientes com classificação Azul ou Verde não sejam atendidos imediatamente, porque se chegar alguém que seja classificado como ‘caso Vermelho’, que é o estado grave, é lógico que a prioridade será dada para esta pessoa, o que é perfeitamente compreensível”.
Depois do atendimento médico, o paciente, segundo Tereza, tem três destinos: ele pode ser liberado, “mas ele vai para casa com a referência do local onde será atendido, que é o posto de saúde do bairro”; ele pode ser transferido para o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), “casos de pacientes com problemas ortopédicos ou que precisem de cirurgia”; ou ele tem o nome encaminhado para a Central de Regulação de Vagas, “caso o paciente em questão necessite de um especialista que não tenha no HRDV, como, por exemplo, neurologista”.
Assim como todas as unidades da rede, a UPA de Rio Bonito tem consultórios de pediatria, clínica médica e odontologia, além de laboratório para a realização de exames e salas de raios-X, sutura, medicação e nebulização. Na sala de observação de adultos, há dez leitos onde os pacientes podem ficar em observação até 48 horas. A de crianças conta com três leitos. A sala “vermelha” tem capacidade maior que a maioria das demais UPAs, com quatro leitos, todos com equipamentos disponíveis para receber e estabilizar pacientes em estado grave até serem removidos para um hospital por ambulância do município.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário