Por Flávio Azevedo
Superada a turbulência enfrentada em 2009, por conta da crise econômica que atingiu o Brasil e o mundo, o prefeito de Rio Bonito, José Luiz Alves Antunes (DEM), comemora o momento favorável da sua administração. Além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e do Destacamento do Corpo de Bombeiro Militar (DBM), inaugurados no último dia 24 (sexta-feira), o chefe do Executivo anuncia outras obras “que serão importantes para o crescimento e desenvolvimento do município, e também para dar mais qualidade de vida ao riobonitense”. Durante a entrevista que concedeu ao jornalista Flávio Azevedo, na última quarta-feira (29), na sede da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), no Centro Administrativo, em todas as suas respostas o prefeito fez questão de ressaltar as parcerias do município com os governos federal e estadual.
Folha da Terra – Sem dúvida a UPA (foto)foi um grande reforço para a Saúde da população de Rio Bonito. Como o senhor analisa esse benefício?
José Luiz – Trata-se de uma grande conquista para Rio Bonito, principalmente por causa dos equipamentos que ela (a UPA) oferece à população, que são modernos e dotados de tecnologia de ultima geração, que certamente representam desenvolvimento e modernidade em nosso município. As 40 unidades inauguradas pelo governo do estado têm essa característica. Eu estava presente na inauguração da primeira UPA, que aconteceu na Maré, no Rio de Janeiro, em 2007, e achei tão importante que enviei um ofício ao governo do estado solicitando uma unidade para Rio Bonito. A chegada da UPA é fruto da nossa parceria com os governos estadual e federal. Não posso deixar de destacar o empenho do vice-prefeito Matheus Neto, da secretária de Saúde, Maria Juraci Dutra, e também da ex-secretária Mônica Figueiredo, que estava na secretaria quando começamos buscar esse benefício para a nossa cidade. Certamente a UPA vai representar mais qualidade de vida, crescimento e desenvolvimento para Rio Bonito, para Silva Jardim e Tanguá, que também serão atendidos.
FT – Um dos grandes desafios de qualquer governante é a geração de empregos. Quantos foram gerados com a implantação da UPA?
JL – São cerca de 150 empregos diretos. Ou seja, além de melhorar a qualidade de vida da população, a unidade representa a geração de empregos diretos. Mas não podemos nos esquecer dos empregos indiretos, que são gerados através das empresas que prestam serviço a UPA.
FT – Outro benefício importante, também inaugurado no último dia 24, foi Destacamento do Corpo de Bombeiros (DBM). Qual a importância dessa conquista para o município?
JL – Eu convido o riobonitense para conhecer a UPA, mas também o DBM (foto). Todos nós conhecemos as nossas dificuldades quando ocorriam acidentes de trânsito, já que nosso município é cortado por duas rodovias importantes, a BR–101 e a ViaLagos (RJ – 124), e também quando aconteciam episódios de incêndio, afogamento, deslizamentos de terra e enchentes, como presenciamos recentemente. Os homens do Corpo de Bombeiros demoravam a chegar, porque as viaturas vinham de outra cidade, o que não vai mais acontecer. As viaturas do nosso DBM estão equipadas, assim como a UPA, com instrumentos modernos que atenderão com eficiência as nossas necessidades. A implantação deste destacamento vai permitir, inclusive, que os seguros feitos em Rio Bonito sejam mais baratos. Por isso, considero outro marco na história da cidade.
FT – Com a implantação da UPA e do Corpo de Bombeiros, como o senhor analisa o papel do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) na Saúde do município?
JL – A implantação da UPA e do Corpo e Bombeiros valoriza a área de Saúde do município, e, principalmente o HRDV (foto), que a partir de agora vai se dedicar ao atendimento aos pacientes de alta complexidade. Esperamos o anúncio nas próximas semanas, da inauguração das obras do tão sonhado Centro de Terapia Intensiva (CTI), do HRDV, que foi viabilizado através de parcerias com a Prefeitura de Rio Bonito, que doou R$ 300 mil, e também com recursos do governo do estado. Também vamos destacar o Centro de Oncologia, que será implantado onde funcionava o ambulatório do hospital. O município é o mediador entre o HRDV e a Onko Sol, (empresa especializada na prevenção, diagnóstico e tratamento quimioterápico do câncer, estabelecida em Cabo Frio), que representa outro marco da nossa gestão. A pessoa acometida de câncer, uma doença muito cruel, hoje, tem que se deslocar até o Rio de Janeiro para se tratar, o que debilita ainda mais a sua saúde. Mas essa realidade vai mudar. No meu primeiro mandato (92/96), nós trouxemos a Clínica de Doenças Renais (CDR) para Rio Bonito, para atender as pessoas que fazem hemodiálise, agora, estamos trazendo o Centro de Oncologia.
FT – Um marco da sua administração é o Centro Administrativo, construído no antigo prédio da Nadisa, na Praça Cruzeiro. E o segundo galpão (foto), quais os seus planos para ele?
JL – Aquele prédio era preocupante e crítico. Eu ficava preocupado, porque aquele local poderia ser invadido, o que traria uma repercussão muito negativa para a nossa cidade. Desapropriei aquela área e criei o Centro Administrativo, que recebeu vários setores da administração municipal. O novo espaço nos permitiu economizar com os aluguéis, que foram reduzidos em 50%. Através da nossa parceria com o governo do estado, nós estamos com um projeto aprovado para o outro galpão, que poderá contar com um Centro de Convenções. Também estamos estudando a construção de um ginásio poliesportivo, para formar atletas que poderão participar das Olimpíadas de 2016. Isso certamente vai atrair empresários e gerar empregos. Eu não penso em fazer Rio Bonito crescer em número de habitantes, mas em qualidade de vida para aqueles que já estão estabelecidos no município.
FT – Também por conta da geração de empregos, o Condomínio Industrial provoca muitas expectativas. Como estão os investimentos no local?
JL – É uma área de 1 milhão m², que tem como principal objetivo gerar empregos. Junto com o governo do estado, nós estamos fazendo as obras de pavimentação e drenagem da Via Verde (foto), a estrada que liga o Green Valley ao Basílio, que representa investimento em infraestrutura para o Condomínio Industrial. São 6,5km de pavimentação. Neste espaço, nós separamos um trecho para expansão urbana, porque o nosso objetivo é descentralizar os setores do município, que, hoje, estão localizados num raio de 100m. Fórum, Ministério Público, Prefeitura, Delegacia, agências bancárias, entre outros órgãos, tudo funciona muito próximo, e nós achamos que isso contribui para inchar o Centro da cidade. Essa descentralização vai permitir que o município possa se expandir e crescer de forma mais ordenada.
FT – Está prevista a construção de uma ponte sobre o Rio Bonito, ligando o Condomínio Industrial à localidade de Cachoeira dos Bagres (foto). Quais os benefícios deste investimento?
JL – Esse é outro benefício que não é importante apenas para o Condomínio Industrial, mas também para quem mora ou trabalha na área de Cachoeira dos Bagres, porque facilitará o escoamento da produção rural daquela região. Por causa da erosão, existe a possibilidade da ponte não ser construída no local onde foi construída a antiga. Outro ponto a ser pensado são as famílias que moram ali naquele trecho, que deverão ser removidas, mas da melhor maneira possível.
FT – O Parque Aquático (foto), dentro da área do Condomínio Industrial, tem causado muita polêmica. Como está esta questão?
JL – A Procuradoria Geral do Município entrou com um pedido de reintegração de posse, para nós recuperarmos aquela área de 100 mil m². Recentemente, eu estive com a diretoria do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb) visitando o local e analisando a possibilidade de criarmos ali um espaço de lazer para o funcionalismo municipal. Também pensamos em criar naquele trecho, aproveitando, inclusive a estrutura já existente ali, um complexo esportivo que seria responsável pela formação de atletas.
FT – Já começaram as obras da Delegacia Legal, no Green Valley. Quando será inaugurada e qual o destino do prédio da antiga delegacia?
JL – Essa é outra conquista de nossa administração, através da parceria com o governo do estado. Ela está sendo implantada nesta área de expansão urbana do Condomínio Industrial. A Delegacia Legal será responsável por investimentos importantes para a Segurança do município. Quando nós fizemos essa parceria estávamos também em busca da antiga delegacia, que nós iremos transformar em Casa da Cultura. Esse é outro ganho que para mim representa qualidade de vida para os riobonitenses. A obra tem previsão de ser concluída em seis meses. Como já tem dois meses que começou, acredito que em janeiro, ela esteja sendo inaugurada.
FT – Desde quando assumiu o seu segundo mandato, em 2005, o senhor vem negociando com a diretoria da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a cessão do antigo prédio da estação e a mudança do pátio de manobras, que o senhor aterrou há algumas semanas, para o Condomínio Industrial. Como está esta situação?
JL – Quando assumi a administração do município, em 2005, percebi que havia sérios problemas envolvendo a ferrovia que corta o município, principalmente no Centro da cidade. Nós recorremos a todos os órgãos competentes, mas não fomos atendidos. Eu costumo dizer que a antiga estação ferroviária é, hoje, o prédio mais feio de Rio Bonito. Em várias reuniões com os representantes da FCA, nós tentamos a liberação do pátio de manobras para estacionamento dos veículos. Até que recentemente, quando nós decidimos aterrar o local (foto), as negociações recomeçaram, a FCA nos procurou e está tentando resolver essa questão. Quanto ao prédio da antiga estação, o nosso plano é abrigar a Biblioteca Municipal naquele local. No projeto, preparado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, nós reservamos um espaço para atender aos taxistas que fazem ponto na Praça Dr. Astério Alves de Mendonça, que terão uma sala de espera bonita e confortável para seus clientes. O projeto que apresentamos para a FCA nestas novas negociações prevê ainda, a construção de um estacionamento e urbanização de todo espaço, do Mercado Municipal até a parte de trás da Rodoviária.
FT – Outra realização aguardada pelo riobonitense é a conclusão das obras da escola que está sendo construída na entrada da localidade da Caixa D’Água. Como será essa unidade?
JL – Ali nós estamos construindo a maior escola do município, que tem como principal objetivo desafogar a Escola Municipal Paulo Pffeil, única unidade municipal do Centro da cidade. Uma unidade que depois de pronta poderá receber até 5,4 mil alunos. A obra será realizada em duas etapas (foto). Na primeira, nós vamos construir o primeiro e o segundo pisos. Posteriormente, o terceiro e quarto. No primeiro andar vão ficar a secretaria, o setor administrativo, o refeitório, a cozinha e os setores que organizam o funcionamento da unidade. No segundo piso, nós teremos 15 salas de aula e os sanitários. A nossa ideia é entregarmos a primeira parte em fevereiro de 2011, já no inicio das aulas. A segunda parte, o 3º e 4º pisos, cada um com 15 salas, nós pretendemos entregar no outro ano, ainda na minha gestão. A escola também contará com rampas para atender alunos portadores de necessidades especiais
FT – Como estão as obras das Casas Populares que serão destinadas às pessoas que ficaram desabrigadas por causa das chuvas que atingiram o município em 2008 e 2009?
JL – Em parceria com o governo do estado, nós estamos concluindo a construção das 90 casas em Parque Andréia. Através de convênio com o governo federal, outras 27 unidades serão construídas no mesmo local. Já no Green Park (foto), nós estamos construindo 5 blocos, que terão seis apartamentos cada um (com o R$ 1 milhão doado pela Alerj, em 2009). Ao todo serão 30 apartamentos. O mais importante, porém, é que nós vamos oferecer estas moradias com toda infraestrutura necessária, como água, energia elétrica, saneamento e urbanização.
FT – Que outras realizações o senhor pode anunciar para os próximos meses?
JL – São muitas as localidades que serão beneficiadas nos próximos meses. Em Tomascar, nós já terminamos o calçamento de paralelepípedo e nas próximas semanas nós vamos inaugurar. Estão em execução, na localidade do Bambu, em Nova Cidade, obras de drenagem e pavimentação. Também teremos obras no Boqueirão e em Vista Alegre, na localidade de Boa Esperança. Nas próximas semanas serão iniciadas as obras de recuperação da Rua Monteiro Lobato (Centro), da Estrada Velha da Posse (Mangueira), da estrada de Rio Vermelho (foto)e de Nova Cidade. Outra realização importante será a pavimentação da estrada da Viçosa.
FT – Outra cobrança, sobretudo do setor comercial, é a sinalização vertical e horizontal das ruas do município. Como está esse projeto?
JL – Com uma simples modificação, no Centro da cidade, a demarcação das áreas de carga e descarga e de estacionamento de motos, que foi uma realização da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, o trânsito já apresentou uma melhora significativa. Mas em parceria com o governo federal, através do senador Francisco Dornelles (PP), nós conseguimos um recurso da ordem de R$ 500 mil para fazermos toda sinalização da cidade. Já está tudo aprovado, faltando apenas Caixa Econômica Federal liberar os recursos.
FT – Outro tema polêmico é a criação do cargo de Agente de Trânsito. Como estão as negociações com a Câmara Municipal?
JL – Nós fizemos um projeto de lei para que fosse criado o cargo de Agente de Trânsito e encaminhamos à Câmara Municipal. Isso foi em novembro de 2009, já vai fazer aniversário, mas a câmara ainda não conseguiu tempo para apreciar a matéria. Porém, eu não estranho, porque nós fizemos duas inaugurações importantes, da UPA e do DBM, que contou apenas com presença de dois vereadores.
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